sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Arquipélago de Abrolhos ameaçado


O Tribunal Regional Federal da 1a Região determinou a suspensão dos efeitos da liminar que impedia a exploração de blocos de petróleo nas proximidades do Parque Nacional de Abrolhos. Com isso, a Agência Nacional de Petróleo (ANP) poderá não apenas autorizar a utilização de concessões já realizadas, como fazer novas rodadas de licitação dos blocos na região.

O julgamento, realizado pelo desembargador Olindo Menezes sustenta que a suspensão a exploração prejudica "sobremaneira a política energética do País". A decisão de primeira instância pela justiça federal na Bahia, que havia sido emitida após ação civil do Ministério Público, estipulava uma faixa de 50km onde não deveria ocorrer concessões. Em seu argumento, o MPF aponta riscos de que vazamentos na região afetariam de forma singular os recifes de coral e toda a biodiversidade da unidade de conservação.

O desembargador entendeu que ao estabelecer um zona de amortecimento de 50km, a liminar obtida pelo MPF substitui as atribuições do Ibama e do Instituto Chico Mendes de Conservação de Biodiversidade (ICMBio) que devem ser os órgão ambientais responsáveis pela análise e licenciamento dos pedidos de exploração dos blocos de petróleo.

Ex-chefe do Parque Nacional de Abrolhos e atual oceanógrafo da área protegida, Marcello Lourenço criticou a decisão. Ele enviou a ((o))eco trechos de um texto com sua argumentação. "A decisão vai na contramão da história, todos assistimos pela TV o vazamento de petróleo na costa dos Estados Unidos, um dos maiores desastres ambientais da história, que derramou mais de 4 milhões de barris de petróleo no Golfo do México. (...) O Brasil já atingiu a auto-suficiência em petróleo e a Petrobras já anunciou a descoberta de reservatórios gigantescos na camada pré-sal. Nesse contexto, no Brasil ninguém em sã consciência deve pensar em explorar petróleo no maior banco de corais do Oceano Atlântico Sul."

Fonte: Portal O ECO

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

A Praia Mansa é de Fortaleza


No fim do ano, um grande presente para Fortaleza. A Praia Mansa finalmente se tornará uma área de lazer da cidade. O Governo do Ceará acaba de conseguir através da Secretaria dos Portos que a Companhia Docas cedesse a área para o Estado. São 70 mil metros quadrados que há décadas se mantinha inacessíveis à população. Nada de indústrias, nada de estaleiro. O governador Cid Gomes disse à Coluna que o terreno encravado na ponta do Mucuripe será transformado numa “área de contemplação”.


A ideia é dotar o terreno de infra-estrutura e acessos adequados para, por exemplo, realização de grandes eventos públicos, como shows e exposições a céu aberto. Visualizando 2014, a Praia Mansa é perfeita para a realização dos “Fun Fest”, grandes estruturas com serviços de bares e restaurantes para que milhares de pessoas possam assistir, ao vivo, aos jogos da Copa do Mundo em imensos telões. Não é a primeira vez que se fala em ocupação da Praia Mansa. Na segunda metade da década de 90, chegou a ocorrer um concurso para a escolha de um ícone da cidade a ser instalado no terreno.


AREIAS CLARAS E ÁGUAS CALMAS


A Praia Mansa permite uma das visões mais privilegiadas da cidade. É a ponta de terra mais proeminente do litoral cearense. Localizada junto ao Porto do Mucuripe, trata-se de formação costeira artificial. Começou a surgir lentamente a partir da construção do Porto, nos anos 30. É resultado da deposição de sedimentos na base do molhe principal de proteção da baía de evolução do cais. A Praia Mansa pode ser vista da orla central de Fortaleza, desde a Beira-Mar até a Barra do Ceará.

É deserta, sem bares, casas ou hotéis. O local abriga quatro “cataventos” de energia eólica. Como são poucas e distantes uma da outra, as torres oferecem mais beleza ao lugar. A Praia Mansa praticamente não é frequentada. O acesso é por um portão que dá para um pequeno caminho junto ao molhe. A praia Mansa é cercada de areias claras e águas calmas, com algumas árvores em sua costa direita. Com investimentos, o terreno pode até ser “engordado”. O governador disse que encomendará um projeto de urbanização da área.

UM FUTURO PARA A PRAIA


Detalhe: para os visitantes chegarem à Praia Mansa é preciso passar pelo Farol do Mucuripe, uma referência histórica da cidade hoje cercada por uma ocupação com residências de famílias pobres, numa área sem infra-estrutura e serviços públicos adequados. Colado à Praia Mansa está a Praia do Titanzinho, local que por pouco não abrigou um estaleiro e também abriga a mesma ocupação. Se o bom senso prevalecer, Prefeitura e Governo deveriam trabalhar juntos em um projeto que retome para a cidade aquela faixa litorânea há décadas abandonada ou entregue ao “laissez faire” de cunho supostamente social.


A ocupação da Praia Mansa como “área de contemplação e lazer” é um ótimo começo. A Prefeitura brigou corretamente para que o estaleiro não ocupasse a área do Titanzinho. Deixou-a livre para que o futuro permitisse um uso mais adequado às circunstâncias da cidade. Entre os urbanistas, parece haver um consenso de que o uso industrial é o menos adequado.


Fonte: Coluna Politica/ Fabio Campos/ O POVO Online

Prêmio TOP ETANOL

Integrantes de áreas técnicas, universitários, pós-graduados, mestres, doutores, jornalistas, fotógrafos e inventores terão a partir de hoje mais 40 dias para concluir a inscrição de trabalhos na segunda edição do Prêmio Top Etanol..

A decisão atende a inúmeros pedidos de diversas empresas e instituições, que necessitam de mais tempo para completar trabalhos e fazer a inscrição. O prazo final para inscrições fica prorrogado até o dia 31 de janeiro de 2011. O prazo de validade dos trabalhos a serem inscritos foi também prorrogado para a mesma data.

A premiação tem o objetivo de reconhecer trabalhos acadêmicos e matérias jornalísticas relacionados ao tema “Agroenergia e Meio Ambiente,” fotografias que espelhem, sugiram ou retratem soluções em defesa do clima e procedimentos ambientalmente sustentáveis, trabalhos de inovação tecnológica, além de destacar personalidades de notório saber e reconhecida importância para o setor.

Fonte: Agenda Verde/ O ESTADO http://www.oestadoce.com.br


Prefeitura vai recriar órgão para planejar Fortaleza


Desativado há 11 anos, instituto será reativado em fevereiro. Irá planejar a cidade a curto, médio e longo prazo. Com isso, a Prefeitura de Fortaleza prevê freio no crescimento desordenado de algumas áreas da cidade.

Onze anos depois de ser extinto, o Instituto de Planejamento do Município (Iplam) será recriado. Em fevereiro, com o início dos trabalhos da Câmara Municipal, a Prefeitura vai enviar mensagem ao Legislativo sugerindo a medida. A informação foi confirmada ontem pela prefeita Luizianne Lins (PT) - mesmo dia em que a coluna Vertical, do O POVO, divulgou a possibilidade de o órgão retornar. No último dia 13, o especial “Qual será a Fortaleza das próximas décadas?” também denunciou a inoperância da estrutura.

A exemplo de como era até 1999, o órgão será vinculado à Secretaria de Planejamento e Orçamento (Sepla). Conforme Luizianne, a pasta perdeu a função de planejar a Cidade de modo sistemático no passar das gestões. Voltou-se apenas para demandas de orçamento. Com a volta do Instituto, se dedicará a apenas isto.

Ao IplanFor, nova sigla do órgão, caberá a missão de pensar ações de ordenamento da Capital imediatas e para os próximos 20 anos. “A gente pensa nisto desde o início do governo (em janeiro de 2005). Agora, estamos vendo qual a melhor forma de construir”, disse a petista.

Segundo Luizianne, todos os servidores serão concursados e terão, prioritariamente, caráter técnico de universidades. “Assim, você cria dados sobre a cidade. E é uma avaliação que vai ficar, independente do governante que entra ou sai”, previu.

Em conjunto


Por ora, os esforços estão voltados a estudos de composição da estrutura (física e de pessoal) e perfil de atuação do departamento. Esta fase conta com o apoio de setores externos à Prefeitura. Como o Instituto de Arquitetos do Brasil no Ceará (IAB-CE), que tacha o IplanFor de fundamental diante do crescimento de Fortaleza, hoje tida como a quinta maior cidade do País.

Com o Instituto, a expectativa é de que as vocações econômicas de todas as regiões da Capital sejam traçadas e, a partir daí, fomentadas. Por exemplo: a zona costeira teria foco na área turística; a zona central voltaria-se para o comércio, enquanto a zona leste teria mais investimentos em programas residenciais. “Isto evitaria casos como o do (bairro) Montese, uma área residencial que se tornou comercial desordenadamente”, esmiuça o presidente do IAB-CE, Odilo Almeida.

Ele antevê resultados práticos do IplanFor sendo sentidos pela população somente em 2012. Contudo, pondera a possibilidade de a Prefeitura anunciar ações com base em estudos já realizados por outros órgãos. “A preço de hoje, a ausência de um órgão de planejamento que pense Fortaleza no seu conjunto nos deixa em condição de desigualdade de concorrência com as grandes cidades”, cita Odilo.


ENTENDA A NOTÍCIA


Volta do Instituto de Planejamento é a promessa do início de um choque de gestão no ordenamento de Fortaleza. Resultados práticos, porém, só devem ser sentidos um ano após a recriação do órgão, extinto por Juraci Magalhães.

Fonte: O POVO Online. Fotografia Mauri Melo.

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Prefeita criará o Iplanfor

A Prefeita Luizianne Lins (PT) quer mesmo apostar em reviravolta de gestão nos próximos dois anos ou fazer de tudo para deixar um legado à altura para quem vai substitui-la. Ela decidiu ressuscitar a área de planejamento municipal, como foi fortemente defendido nos documentos técnicos do Pacto por Fortaleza, iniciativa da Câmara. Segundo assessores do Paço Municipal, ela vai criar o Instituto de Planejamento de Fortaleza (Iplanfor), que preencherá lacuna deixada pelo extinto Iplam. Na formatação desse órgão trabalha uma equipe comandada pelo professor José Meneleu, com apoio técnico do Instituto dos Arquitetos do Brasil, regional Ceará, segundo adiantou para esta Vertical o presidente dessa entidade, Odilo Almeida. Eis uma medida necessária e que, apesar do atraso, deve ser festejada.

Fonte: Coluna Vertical/ O POVO Online

Comentário da postagem

A iniciativa de apoiar a recriação do IPLAM, manifestada pelo Presidente do IAB/CE, que convalidaria um adequado roteiro para requalificação e planejamento da nossa maltratada cidade de Fortaleza de Nossa Senhora da Assunção merece o apoio de todos nós os municípes, quer militemos na sociedade civil, na representação política ou nas áreas técnicas e Universidade. Só que este roteiro deve ser aberto à participação mais ampla, mais substantiva e mais democrática, considerando que na História recente de nossa cidade existe um grande experiência acumulada com as realizações validadas e encaminhadas pela CODEF/ IPLAM/ AUMEF/ SDU/ PROURB/ LEGFOR/ SDLR e outros registros, que não podem ser esquecidos em nenhum de seus aspectos, testemunhos e proposições.

Claramente: entendemos que o melhor seria atribuir uma participação oficial designada e instituída através de um ato normativo e público em que a proposta de regulação e constituição do futuro IPLAM comparecesse como um contributo do Instituto de Arquitetos do Brasil/ Departamento do Ceará, neste momento atual da História de Fortaleza.

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Pernambuco estudará energias renováveis


A Universidade Federal de Pernambuco inaugurou o Centro de Energias Renováveis (CER) em cerimônia informal no próprio prédio que servirá de base para pesquisas em seis laboratórios e vinte salas de aula. O Ministro de Ciência e Tecnologia, Sérgio Rezende, destacou o caráter interdisciplinar do CER e elogiou o modelo. “A interação vai exigir mais, é mais difícil, mas faz parte da evolução do sistema acadêmico no Brasil”, disse Rezende, professor emérito da UFPE, que deve retornar aos quadros do departamento de Física ao deixar o governo federal.

Com paredes brancas, muitos vãos livres que possibilitam a entrada de luz e circulação de ar, o prédio do CER projetado pelo arquiteto Roberto Montezuma possui características bioclimáticas, por isso dispensa uso de aparelhos de ar condicionado ou iluminação enquanto for possível utilizar a luz natural. No telhado, placas para captação de energia solar. A construção civil representou investimento de R$ 2 milhões e a aquisição e instalação dos aparelhos para os laboratórios consumiu R$ 5 milhões.

Os dois principais focos do CER serão a produção conhecimento nas áreas no campo da energia eólica e da energia solar. Pernambuco possui duas fábricas de turbinas eólicas, duas de torres e uma de pás. Também foi anunciada a primeira fábrica de painéis de geração de energia solar da América. Todos os empreendimentos estão ou serão instalados no complexo industrial de Suape, a coisa de 60km do Recife.

Segundo o professor Chigueru Tiba, pesquisador do Grupo de Fontes Alternativas de Energia, o petróleo é importante fonte de energia para os próximo 30 anos, mas as energias renováveis serão correntes no futuro sem óleo. A tradição da UFPE no setor vem dos anos 70, data daquela que ficou conhecida como primeira crise do petróleo. O objetivo da UFPE, com o CER, e manter o destaque que possui no meio acadêmico como centro de pesquisas na área.

O CER vai procurar traçar os caminhos que aproximam a academia das empresas, de certa forma como ocorreu no setor de tecnologia da informação, com o Centro de Estudos de Sistemas Avançados do Recife (Cesar) e Centro de Estudos Avançados de Conservação Integrada (Ceci). O Cesar tornou-se destaque nacional na área de produção de conhecimento e profissionais de TI e o Ceci contribui nas atividades de restauração e conservação de patrimônios históricos.

Fonte: Portal O ECO

Encontro Intercontinental sobre Natureza em Fortaleza

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Refinaria ainda não possui Termo de Compromisso

Diferentemente das novas refinarias do Rio Grande do Norte e do Maranhão, a Premium II, a ser instalada no Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp), ainda não possui contrato assinado para sua concretiza-ção. O chamado Termo de Compromisso, que deveria ter sido assinado ainda em 2008, até agora não foi firmado entre Governo do Ceará e Petrobras. E a estatal recusa-se a falar sobre o assunto. Ainda assim, Luiz Inácio Lula da Silva estará no Pecém, nesta quarta-feira, às vésperas de passar a faixa presidencial, para participar de uma solenidade da refinaria que, além de contrato, também não tem data para início da construção.

Desde 2004

A promessa de instalação de uma unidade de refino para o Ceará veio da boca do presidente ainda em 2004, aos ouvidos do então governador do Estado Lúcio Alcântara. Somente após quatro anos, o projeto foi confirmado. Naquele mesmo ano, em 2008, o chefe maior do Executivo federal veio ao Estado e, com discursos emocionados (como costumam ser), assinou o pré-contrato da Premium II, chamado de Memorando de Entendimentos. Na cerimônia, foi anunciado: as obras da usina começariam em dezembro do ano seguinte. O que não ocorreu.

Quando da assinatura do Memorando, ficou acertado que o Estado e a Petrobras consolidariam o Termo de Compromisso, que é o contrato propriamente dito, em um período de 120 dias. O prazo expirou. Nada aconteceu. Foram, assim, sendo passados, informalmente, por pessoas ligadas ao governo estadual, diferentes datas em que o documento seria selado. Foi empurrado para janeiro, depois fevereiro, março, maio, junho, até que não se falou mais nele. Ou seja, até hoje, o compromisso não foi formalmente assinado. Não existe um contrato para a Premium II.

Sem comentar

Questionada pelo Diário do Nordeste sobre quando este será firmado, a estatal, através de sua assessoria de imprensa, respondeu: "a Petrobras não irá comentar o tema", e nada mais. No caso da Premium I, que será instalada no município de Bacabeira, no Maranhão, esse processo já foi concluído. No dia 14 de outubro do ano passado, o termo foi assinado entre a Petrobras e o governo estadual.

Participaram da cerimônia a governadora Roseana Sarney, o ministro das Minas e Energia, Edison Lobão, e o presidente da Petrobras, Sergio Gabrielli. O documento foi assinado cinco meses depois de as partes terem selado o Memorando de Entendimentos. Pouco depois, no dia 19 de outubro do mesmo ano, o termo de ampliação da refinaria do Rio Grande do Norte, a Clara Camarão, foi assinado entre a petrolífera e o governo local, com a presença do presidente da República.

O que ainda falta

Na prática, o compromisso de instalação da refinaria cearense ainda falta entrar no papel. Depois disso, para sair dele e tornar-se concreta, a refinaria Premium II ainda precisa que seja resolvida a questão ambiental.

Ainda está em elaboração o Estudo e o Relatório de Impacto Ambiental (EIA/Rima) da refinaria, necessário para que a Petrobras possa obter licenciamento ambiental da Superintendência Estadual do Ceará (Semace), permitindo o início das obras. Este documento só deverá ser entregue ao órgão ambiental em 2011. Além disso, nem todo o terreno a ser disponibilizado para o empreendimento foi desapropriado. Faltam ainda 3,5% dos cerca de dois mil hectares necessários à usina. Mesmo sem toda a área, a Petrobras já poderá iniciar a etapa de sondagem do terreno, que deverá ter seu recomeço lançado amanhã com a presença de Lula. Esta etapa é essencial para a elaboração do projeto executivo da usina, pois ele mostra as características de cada área do terreno, permitindo definir onde deve ficar cada um dos equipamentos do empreendimento.

Somente com o projeto executivo e a licença em mãos, a Petrobras poderá iniciar as obras da refinaria. Prazos para isso ainda não existe. Somente para a operação da usina, que, após várias remodelações no cronograma, foi estabelecida para 2017, após todas as outras novas refinarias anunciadas no País (somente a segunda fase da Comperj, no Rio de Janeiro, virá depois), segundo registra o último Plano de Negócios da Petrobras, para o período de 2010 a 2014.

Fonte: Caderno Economia/ Diario do Nordeste

Soldadinho do Araripe: ave símbolo da preservação


O Soldadinho-do-Araripe não recebeu esta denominação por acaso. A ave mais ameaçada de extinção do Ceará foi descoberta há 14 anos, completados no último dia 10. Deverá receber no próximo ano um ambiente protegido, por meio da criação de uma Unidade de Proteção Integral. A luta para a sobrevivência da espécie rara depende agora de conservar o seu habitat, que se traduz consequentemente em preservar as fontes naturais e o único trecho de mata atlântica da região do Cariri, nas áreas de encosta da Chapada do Araripe entre os Municípios de Crato, Barbalha e Missão Velha. E o presente para a natureza e para esta ave parece estar mais próximo. A novidade foi que este mês a região recebeu a visita de técnicas do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMbio).

O objetivo foi verificar “in loco” as condições para que seja efetivado o desenvolvimento do projeto de criação de uma Unidade de Conservação que abranja a área onde se concentram as principais fontes de água. Nesses pontos o pássaro costuma se fixar e as fêmeas verde-oliva fazem seus ninhos. O macho da espécie se diferencia pelas cores preta, vermelha e branca.

A ave é a única naturalmente endêmica do Ceará. A conservação da espécie, diz Weber, já seria um símbolo para a proteção da natureza no Estado. “A relação íntima com a água faz desta ave uma bandeira para uma nova consciência sobre a forma como nos relacionamos com a paisagem, da qual dependemos totalmente para sobreviver. Além destes motivos lógicos, a espécie é deslumbrante, o que facilita sua adoção como um ícone do Cariri pela sociedade”, explica o pesquisador. No Brasil, segundo a União Internacional para a Conservação da Natureza, 10% de todas as aves do mundo estão ameaçadas de extinção. Na pesquisa se inclui o Ceará, com o Soldadinho. O risco iminente de sua extinção é uma realidade. No Cariri, o fenômeno vem ocorrendo há muito tempo.

Fonte: Caderno Regional/ Diário do Nordeste e Associação de Pesquisa e Preservação de Ecossistemas Aquáticos (Aquasis), Praia de Iparana, S/N.

domingo, 26 de dezembro de 2010

Desastres ambientais: o megavazamento da BP

A explosão de uma plataforma de petróleo no Golfo do México em abril provocou a maior catástrofe ambiental dos Estados Unidos. O óleo vazou por 85 dias, matou milhares de animais, poluiu praias e interrompeu a pesca.

Fonte: EPOCA

Luizianne Lins tem pior avaliação entre 8 capitais pesquisadas pelo Datafolha


Segundo Pesquisa DATAFOLHA publicada no último dia 23, Luizianne Lins foi a prefeita de pior avaliação dentre as 8 capitais pesquisadas pelo instituto. A prefeita de Fortaleza, que ocupa o cargo há quase 6 anos, teve considerado seu desempenho ruim ou péssimo por 50% dos fortalezenses. Em dezembro de 2009 eram 36% e em março do mesmo ano 27%.

Consideram Luizianne uma prefeita regular 27%, e 22% consideram o governo da prefeita ótimo ou bom. O seu índice de popularidade é de 72 pontos. A nota média atribuída foi de 4,4, menor nota desde o primeiro levantamento, realizado em novembro de 2007.

Como funciona o ranking

Como principal critério para o ranking, o Datafolha utiliza a nota média atribuída aos prefeitos, em uma escala que vai de zero a dez; caso ocorra empate, um índice de popularidade construído pelo instituto é utilizado como critério de desempate.

Esse índice varia de 0 (reprovação total) a 200 (aprovação absoluta), e é calculado subtraindo-se as taxas da avaliação negativa (ruim e péssimo) das avaliações positivas (ótimo e bom). A esse resultado soma-se 100 (para evitar a ocorrência de números negativos), e se chega assim ao índice de popularidade. Para esse cálculo as taxas referentes aos entrevistados que não sabem opinar são excluídas.

Outros avaliados

O prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda, do PSB, lidera o ranking de prefeitos em estudo do Datafolha, junto a 4256 moradores de oito capitais brasileiras. A nota média de Márcio Lacerda é de 6,6. Já a aprovação ao prefeito mineiro chega a 54% (avaliação de ótimo ou bom a seu governo), após um ano e onze meses de governo. Os que consideram sua gestão regular somam 30%, ruim ou péssimo atinge 10% e 5% não souberam responder. Com esses resultados, o índice de popularidade do prefeito é de 147 pontos. Esse é o melhor índice de aprovação de Márcio Lacerda desde março de 2009.

O prefeito de Curitiba, Luciano Ducci (PSB), é o segundo melhor avaliado, com nota média de 6,5, e aprovação de 49%. Na ordem, vêm José Fortunati (PDT), de Porto Alegre; Eduardo Paes (PDMB), do Rio de Janeiro;Gilberto Kassab (DEM), de São Paulo; João da Costa (PT), de Recife; e João Henrique Carneiro (PMDB), prefeito de Salvador.

Fonte: DATAFOLHA

sábado, 25 de dezembro de 2010

Parques ambientais são opção de lazer nas férias em Teresina


A Prefeitura de Teresina estruturou os parques ambientais da cidade que são bastante procurados pela população no período das férias. Considerada Cidade Verde, a capital tem atrativos que merecem ser lembrados e visitados pela população, em especial as crianças que precisam de atividades saudáveis. Pensando nisso, a Prefeitura de Teresina, através da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Recursos Hídricos – SEMAM tem cuidado dessas áreas verdes objetivando receber o visitante, proporcionando um ambiente agradável a todos.

Os principais, e mais visitados parques na cidade são o Parque João Mendes Olímpio de Melo (Parque da Cidade), localizado na Avenida Duque de Caxias; o Parque Ambiental do Mocambinho, situado na avenida Freitas Neto; e o Parque Encontro dos Rios, que está localizado na Avenida Boa Esperança, no bairro Poti Velho.

No Parque Ambiental do Mocambinho há trilhas ecológicas, pista de Cooper, um museu de animais taxidermizados (empalhados), auditório para eventos da comunidade. Jaqueline Lustosa, diretora do parque, afirmou que o local está pronto para receber os turistas. “Temos toda a estrutura montada para receber os visitantes. Temos guias para conduzir nas trilhas, que proporcionará ao turista encontro direto com animais como os nossos soinhos, que chegam bem perto dos turistas. O parque disponibiliza a todos uma boa aventura com muita segurança". disse a diretora.

Outro importante ponto de lazer ambiental é o Parque João Mendes Olímpio de Melo (Parque da Cidade), local apropriado para quem deseja um passeio ambiental com muita diversão. Há trilhas, parque de brinquedos, quadra esportiva, campo de futebol, espaços para realização de piqueniques. Há também guias para conduzir os visitantes pelo parque (o acompanhamento dos guias precisa ser agendado com antecedência, através do número 3225-6555, Telefone Verde da SEMAM).

Considerado por muitos o maior atrativo turístico da cidade, o Parque Ambiental Encontro dos Rios também é também repleto de atividades. Há trilhas, espaço para piqueniques, área de brinquedos para as crianças, um museu contendo espécies de peixes que têm como habitat os rios Parnaíba e poti, e a vista para o encontro dos rios. O parque, que recebe cerca de 8 mil turistas por mês, tem toda uma estrutura montada para receber os visitantes. Conta com um restaurante flutuante e vários quiosques para venda do artesanato local.

Fonte: SEMAM/ Secretaria Municipal do Meio Ambiente e Recursos Hídricos/ Prefeitura de Teresina. Imagem da curva do Rio Poty, junto ao Parque ZooBotanico de Teresina. Fotografia José Sales. Arquivo de Imagens Ibi Tupi.

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Marinha recua na venda de mangue, em Recife


Depois de iniciar um processo de transferência de uma área de 320 hectares (com 225 ha de mangue), a Marinha do Brasil anunciou a revogação da licitação. Tudo indica que o mangue passará para a Prefeitura do Recife, que decretou a área de interesse público. Um projeto municipal prevê a criação do Parque Natural Municipal dos Manguezais Josué de Castro – em homenagem ao médico pernambucano que estudou a fome e cunhou a expressão homem-carangueijo (em referência aos catadores que tiram seu sustento na lama do mangue).

A divulgação da licitação marcada para o dia 21 de dezembro pelo 3º Distrito Naval da Marinha provocou reações em cadeia. A prefeitura e Câmara do Recife, governo e assembleia de Pernambuco, ministérios públicos estadual e federal, militantes em defesa do meio ambiente e comunidade acadêmica se manifestaram. Todos procuravam formas de se reverter o processo.

A decisão do vice-almirante Aírton Teixeira Pinho Filho levou em conta a manifestação formal da Prefeitura do Recife em trocar a área onde funcionou até 1990 a rádio base Pina por outros terrenos em poder do município. O próximo passo será tomado pelo comando do 3º Distrito Naval, que apresentará o perfil dos imóveis que deseja em troca dos 320 ha que possui no estuário dos rios Jordão, Pina e Tejipió. A instituição pede a intermediação do Ministério Público Federal nas negociações.

O mangue urbano situa-se em uma das regiões que mais se valorizam no país. Está na Zona Sul do Recife, a menos de 200 metros do mar. Nas suas vizinhança, verifica-se um boom imobiliário. Há construções de todos os tipos: desde condomínios de luxo, apartamentos populares, edifícios empresariais e shopping center. O valor do metro quadrado construído de um imóvel no bairro de Boa Viagem, um dos bairros beneficiados pelo mangue, é de R$ 6 mil.

Sobre uma parte do futuro Parque dos Manguezais Josué de Castro passará a Via Mangue, um elevado que tem como missão melhorar o fluxo de carros de uma capital escolhida para ser sede da Copa de 2014. Abaixo do conjunto de viadutos, uma nova opção de lazer esperará os interessados em fazer turismo ecológico – conforme o projeto do parque.

Fonte: Portal ECO. Foto Hélida Philippini - mangue que seria vendido pela marinha está em zona valorizada e será transformado em parque municipal.

Arquiteto Romeu Duarte em Comissão do MINC

O Arquiteto Romeu Duarte, professor da UFC e ex-superintendente do Iphan-CE, foi indicado pelo presidente nacional do Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB), Gílson Paranhos, para representar a instituição na Comissão Nacional de Incentivo à Cultura do Ministério da Cultura. É na CNIC/MinC que os projetos culturais encaminhados pela União, estados, municípios e a iniciativa privada são analisados e aprovados. É, portanto, a principal instância do Ministério com essa atribuição. “Em conjunto com o professor José Liberal de Castro, que representa o IAB no Conselho Consultivo do Iphan, procurarei contribuir para a valorização da arquitetura brasileira e o fortalecimento da cultura cearense junto ao Governo Federal”, afirma Romeu.


Fonte: Coluna Vertical S/A/ O POVO Online

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

CAU aprovado no Senado Federal

Os arquitetos e urbanistas ganharam um presentão às vesperas de 2011. O Senado aprovou ontem, 21, a criação do Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU). A vitória vem após o projeto passar por dificuldades na Câmara dos Deputados, onde parlamentares, por meio de recurso, tentaram levar o projeto para votação no plenário (o projeto já havia sido aprovado em caráter conclusivo na Comissão de Constituição e Justiça da Casa, devendo, em seguida, seguir direto para o Senado).

O presidente do IAB-CE, Odilo Almeida, acompanhou de perto a votação ontem. O resultado foi bastante comemorado por todos os arquitetos e urbanistas depois da sessão plenária. O CAU, agora, segue para a sanção do presidente da República.

A conquista do conselho próprio vem após cinco tentativas de aprovar uma lei no Congresso Nacional, conforme relata Odilo. Segundo ele, o primeiro projeto propondo um conselho para os arquitetos e urbanistas foi apresentado ao presidente Juscelino Kubitschek em 1958.

Fonte: Blog do IAB/CE

CAU aprovado no Senado Federal

Os arquitetos e urbanistas ganharam um presentão às vesperas de 2011. O Senado aprovou ontem, 21, a criação do Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU). A vitória vem após o projeto passar por dificuldades na Câmara dos Deputados, onde parlamentares, por meio de recurso, tentaram levar o projeto para votação no plenário (o projeto já havia sido aprovado em caráter conclusivo na Comissão de Constituição e Justiça da Casa, devendo, em seguida, seguir direto para o Senado).

O presidente do IAB-CE, Odilo Almeida, acompanhou de perto a votação ontem. O resultado foi bastante comemorado por todos os arquitetos e urbanistas depois da sessão plenária. O CAU, agora, segue para a sanção do presidente da República.

A conquista do conselho próprio vem após cinco tentativas de aprovar uma lei no Congresso Nacional, conforme relata Odilo. Segundo ele, o primeiro projeto propondo um conselho para os arquitetos e urbanistas foi apresentado ao presidente Juscelino Kubitschek em 1958.

Fonte: Blog do IAB/CE

Restauração/ Reabilitação do Mercado Central São José


Foi iniciado o Projeto de Restauração/ Reabilitação do Mercado Central São José, o conhecido "Mercado Velho" de Teresina, de acordo com Plano de Trabalho composto a partir das recomendações do PRODETUR Teresina, a partir de recursos de fomento do Ministério do Turismo, assim como os estudos de viabilidade sócio - econômica.

De acordo com este Plano de Trabalho, coordenado quanto à sua composição pela SEMPLAN/ Secretaria Municipal do Planejamento e Coordenação, já foram elaborados: um novo levantamento arquitetônico mais completo da situação, um roteiro de pesquisa e prospecção no que se refere a edificação original de 1854 e anexos, assim como amplo levantamento fotográfico e também a definição de um escopo de uma proposta ou projeto conceitual.

Fonte: Projeto de Restauração/ Reabilitação do Mercado Central São José/ Ibi Tupi Projetos e Consultoria

A nossa 25 de Março


Lonas cheias de mercadoria sobre os paralelepípedos tombados da rua José Avelino são proibidas. Mas, durante as feiras de atacado das segundas às quintas-feiras, a prática voltou a ocorrer.

O ambulante Luciano Gomes, 33, chegou à rua José Avelino às 13 horas de sábado porque precisava “marcar o canto” onde venderia as mercadorias importadas desde as primeiras horas de domingo até as 9 horas de ontem. Para não perder o ponto onde instalou um mostrador cheio de bermudas coloridas e carteiras de dinheiro brilhosas, revezou o plantão com a esposa, Ana Girão, 38. Tudo pelo lucro dobrado do Natal.


Luciano calcula em R$ 500 o arrecadado da maratona - duas vezes o valor embolsado em fins de semana corriqueiros. “Teve feira que já chegou a dar R$ 800 (neste dezembro). É muita gente, não consegue nem se mexer direito”, testemunha o ambulante. Para os donos dos boxes dentro dos galpões, o “não conseguir se mexer direito” é culpa dos próprios ambulantes que, há cerca de dois meses, voltaram a instalar os stands improvisados de mercadoria na pista da José Avelino.


Conforme levantamento realizado pela Secretaria Extraordinária do Centro de Fortaleza (Sercefor) às segundas e quintas-feiras, cerca de 70 ônibus interestaduais chegam ao Centro apinhados de consumidores para essa feira. A secretária da pasta, Luiza Perdigão, estima o dobro de veículos em dezembro. Tanto cliente aumenta o frisson dos comerciantes e espalha lonas ao longo da José Avelino, obstruindo a passagem dos pedestres.


“O sacoleiro não tem liberdade pra transitar”, reclama o fabricante de confecção feminina Mauro Costa, 48. Instalado num dos galpões da Avelino há dois anos, Mauro paga R$ 200 mensais pelo espaço e de domingo para segunda-feira, vende cerca de 4 mil shorts de cotton a R$ 5,50 cada. “Mas em dezembro tem o décimo terceiro dos funcionários da fábrica”, lembra Mauro.


Clientes


As turistas cariocas Tereza Becker e Leonor Cavalcante tomaram susto quando desceram do táxi no cruzamento das ruas Conde D’eu e José Avelino. Pediram ao motorista um destino de compras popular, mas não imaginavam tanta sujeira. “Muito desorganizado e sujo. É pra ser sincera, né?”, confessou a funcionária pública Tereza. Quando conversaram com a reportagem, as amigas se encaminhavam ao Mercado Central, na esperança de que fosse mais apresentável.


Uma das muitas sacoleiras transitando pela rua, Antônia Alves já parecia mais à vontade. Há 27 anos, deixou “de trabalhar em firma” e passou a vender nos bairros de Uruburetama, interior onde mora (a 120 quilômetros de Fortaleza), tudo o que compra em Fortaleza. “Não tenho vendedor certo. Saio pesquisando. Aqui na rua é bom porque é mais barato do que no galpão, mas às vezes também compensa (comprar no box)”, narra a sacoleira.


ENTENDA A NOTÍCIA


A feira da José Avelino começa nas primeiras horas do domingo e só dá folga aos fiscais perto do meio-dia de segunda. Nenhum outro aglomerado de comerciantes na cidade tem um plantão de tantas horas. Ordenamento urbano do Centro é o mais sacrificado


SAIBA MAIS


A ocupação comercial dos arredores da rua José Avelino se intensificou desde a extinção da antiga Feira da Sé, quando os ambulantes foram relocados para galpões no Centro e em Maracanaú, na Região Metropolitana de Fortaleza


Quem não foi beneficiado com um ponto perto da Praça da Sé acabou retornando e fazendo mais volume na faixa da rua Conde D’eu entre a Catedral Metropolitana de Fortaleza e a rua José Avelino.


FISCALIZAÇÃO


Os fiscais do município tentam coibir as vendas ao longo da rua Conde D’eu, a fim de não prejudicar o tráfego tanto de carros quanto de pedestres. Também é proibido colocar mercadoria nas grades da Igreja da Sé e do Mercado Central. Todas as manhãs de segunda e quinta-feira, mesmo com a fiscalização, os ambulantes ocupam calçada e pista da Conde D’eu. “Não podemos nem colocar a mercadoria no chão porque o rapa leva embora”, reclama o artesão César Alves, 42.


Fonte: Reportagem Janaína Brás/ O POVO Online

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Protesto interrompe tráfego na BR-116

A BR-116, no trecho entre este Município e Milagres, foi interditada ontem durante uma manifestação contra a paralisação das obras em três locais da rodovia: uma ponte nas proximidades da cidade de Milagres, outra ponte, a 10km de Brejo Santo e um desvio no Sítio Barreiro Preto, que se transformou em um verdadeiro lamaçal e atoleiro.

Os manifestantes interromperam a rodovia colocando três carretas ao lado do desvio. Em menos de meia hora já se formava uma fila veículos, a maioria caminhões, de mais de três quilômetros. Antes a BR-116 foi parcialmente interrompida por uma carreta carregada de veículos, procedente de Fortaleza, que enganchou numa barreira, ao tentar se desviar de um lamaçal. O caminhão-cegonha foi arrastado por dois tratores.

Sem providências

Durante a manifestação, as lideranças ocuparam um sistema de som para protestar contra a falta de providências das autoridades. O deputado Wellington Landim, líder do bloco parlamentar PSB-PT-PMDB na Assembleia Legislativa, colocou a culpa no Ministério dos Transportes e no Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes (Dnit) que, apesar dos apelos da Assembleia Legislativa, não mandaram nenhum representante para inspecionar as obras nos trechos.

O parlamentar explicou que a Construtora Delta, que estava construindo as pontes e pavimentando parte da rodovia, deixou o canteiro de obras no mês de setembro por falta de pagamento. "Já houve vários acidentes e, com as últimas chuvas, está quase impossível trafegar pela BR-116 no trecho entre Milagres e Brejo Santo. Agora, existe o risco de assalto", advertiu o parlamentar.

Aquele trecho é a porta de entrada do Ceará. Os motoristas, ao reclamarem da falta de conservação da estrada, dizem que a parte cearense é a mais danificada. Por ali passam, diariamente, dezenas de estudantes universitários e comerciantes em direção a Juazeiro e Crato. Landim advertiu que a decisão deixou vários trechos sem qualquer sinalização, o que põe em risco a vida de motoristas e pedestres, principalmente durante a noite.

Fonte: Caderno Regional/ Diário do Nordeste

domingo, 19 de dezembro de 2010

Esta mata não precisa de proteção?


Numa decisão inédita, o governo concordou em pagar R$ 150 milhões ao Piauí para ampliar uma área de conservação. Mas o trecho mais importante ficou de fora. A pedido do presidente Lula, a comissão mista do Congresso aprovou um crédito de R$ 150 milhões para o Ministério do Meio Ambiente indenizar o governo do Piauí pela futura ampliação do Parque Nacional da Serra das Confusões, um dos maiores do país, no sul do Estado, com 502.000 hectares. Seria razoável supor que ambientalistas, ongueiros e outros defensores da natureza estivessem comemorando a decisão, pois a medida deverá incorporar 336.000 hectares aos limites atuais da Serra das Confusões. A iniciativa, porém, tem causado muito mais revolta que festa. O motivo é que uma região próxima, ambientalmente mais rica, preservada e sob ameaça de devastação, a Serra Vermelha, foi excluída do plano de proteção.

A Serra Vermelha é uma área de transição entre o Cerrado e a Caatinga com remanescentes de Mata Atlântica, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A imagem acima, do fotógrafo e ambientalista André Pessoa, mostra um de seus trechos: um cânion com paredões forrados por um manto verde ainda fechado. A região, a última floresta preservada do Semiárido, é objeto de estudos e, desde os anos 80, empreendem-se campanhas por sua proteção. Tem ainda, segundo os pesquisadores, a maior biodiversidade do Nordeste. Em fevereiro de 2006, o Conselho Nacional do Meio Ambiente solicitou levantamentos técnicos para a transformação da Serra Vermelha em parque nacional. Entre as justificativas mencionou a presença de “importantes mananciais e grande diversidade biológica” e alertou sobre a atuação de grileiros em trechos que pertencem à União e ao Piauí. Todas essas considerações foram deixadas de lado na ampliação da Serra das Confusões.

De acordo com Dionísio Carvalho Neto, da ONG Rede Ambiental do Piauí, a principal ameaça à Serra Vermelha são as carvoarias. Há alguns anos, com uma licença antiga do Ibama, a empresa JB Carbon instalou 300 fornos num trecho da Serra Vermelha. Depois de derrubar uma parte da mata, a empresa foi denunciada numa reportagem da TV Globo e teve suas atividades embargadas por decisão da Justiça Federal. Apesar de recursos contra o embargo já terem sido negados, a decisão pode ser mudada a qualquer momento. Na proposta de ampliação da Serra das Confusões, a área reivindicada pela JB Carbon para a produção de carvão, 78.000 hectares, ficou fora dos limites do parque.

Outro fato que tem causado polêmica na ampliação da Serra das Confusões é o pagamento de R$ 150 milhões ao Piauí. Indenizações a proprietários particulares que comprovem presença regular em terras desapropriadas são comuns. Mas desde 1937, quando foi criado o primeiro dos mais de 70 parques nacionais, essa é a primeira vez que um Estado da Federação recebe pela desapropriação. Outro fato incomum é o pagamento antecipado. As indenizações a particulares costumam demorar anos para sair, pois dependem de comprovações de posse nem sempre claras ou confiáveis.

Segundo o presidente do Instituto Chico Mendes (ICMBio), Rômulo Mello, a operação foi uma forma de compensar um Estado pobre. “O governo local disse que queria leiloar a área para expansão agrícola. Foi uma negociação muito intensa. E foi aí que chegamos ao acordo da indenização.” Teme-se, porém, que a iniciativa abra precedente para que outros Estados reivindiquem indenizações retroativas.

No documento em que o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, explica a Lula as razões do aporte de R$ 150 milhões está escrito que o dinheiro será entregue ao governo do Piauí. Em declarações à imprensa local, porém, o secretário do Meio Ambiente do Piauí, Dalton Macambira, já disse que parte da indenização seria destinada a proprietários particulares da região. O documento assinado por Paulo Bernardo é usado pelos ambientalistas como prova da falta de cuidado técnico do governo na ampliação da Serra das Confusões. Bernardo diz que a área da ampliação precisa ser protegida da exploração do “carvão mineral”. Mas esse é um tipo de atividade praticamente inexistente no Brasil. O carvão usado na região é “vegetal”, para abastecer siderúrgicas. E a área mais ameaçada por esse carvão é justamente a que ficou fora da ampliação.

Macambira questiona a ocorrência de Mata Atlântica na região excluída da ampliação. “Não há estudo que comprove isso”, diz. “O mapa do IBGE (sobre Mata Atlântica) é um absurdo.” Segundo ele, uma parte da Serra Vermelha não entrou no plano de ampliação “para não prejudicar alguns municípios que ficariam totalmente dentro do parque, o que prejudicaria os trabalhadores rurais e o extrativismo”.

Rômulo Mello, do Instituto Chico Mendes, diz que o governo solicitou ao IBGE um refinamento de seus estudos para determinar se a Serra Vermelha excluída da ampliação é mesmo ocupada por Mata Atlântica. “Essa ampliação que ficou acertada foi a proposta possível. Nem sempre a gente consegue tudo”, diz ele. “Se for possível, voltaremos a fazer uma nova ampliação no futuro.” A confusão em torno da Serra das Confusões promete continuar.

Fonte: Reportagem Ricardo Mendonça/ Brasil Meio Ambiente/http://revistaepoca.globo.com/

sábado, 18 de dezembro de 2010

Participação digital e o meio ambiente

Primeiro, foi a implantação da transmissão on-line das sessões das Conferências das Partes (COP) da Convenção Quadro da ONU para Mudanças Climáticas. Ano passado, houve a implantação de um centro de atendimento a blogueiros. Esse ano, o reconhecimento da importância das mídias digitais para a transparência do processo de debates sobre mudanças climáticas e o início dos trabalhos para uma melhor integração dos que produzem conteúdo para novas mídias. No Facebook, a UNFCCC coletou os comentários postados e levou adiante para conhecimento do sistema de negociação. http://unfccc.int/virtual_participation/items/5780.php

Fonte: Coluna Ecologia/ O POVO Online

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Espanha inaugura cúpula para celebrar os 103 anos de Niemeyer

Em homenagem aos 103 anos do arquiteto brasileiro, a Espanha inaugurou nesta quarta-feira a cúpula do Centro Niemeyer, que está sendo construído em Avilés (Astúrias, norte).

Niemeyer presenteou Astúrias com os planos deste centro cultural em 2005.

Foi um projeto "que fiz com muito prazer, com muito cuidado", disse Niemeyer na inauguração, em um vídeo distribuído à imprensa, por não conseguir falar ao vivo por videoconferência devido a uma falha técnica.

"A ideia é sempre fazer algo diferente e buscar o efeito surpresa", acrescentou o arquiteto, que dirigiu o projeto a distância, já que sua idade o impediu de viajar à Espanha.

Niemeyer lembrou que seguiu as regras de sempre, fugindo das linhas retas, e mostrou-se contente com o desenvolvimento do projeto, "já que os arquitetos que o fizeram sobre o terreno foram muito fieis" à ideia original.

A inauguração da cúpula do Centro quis ser uma homenagem ao arquiteto em seu aniversário, ao mesmo tempo em que serviu para a primeira cerimônia do programa das Nações Unidas "Impacto Acadêmico", apresentado por seu presidente Ramu Damodara, junto ao secretário-geral da Organização do Turismo, Taleb Rifai, e o presidente regional de Astúrias, Vicente Areces.

A inauguração da cúpula, um grande semicírculo imaculado sobre a construção que servirá de museu, é o penúltimo passo antes da abertura, em março, do Centro Niemeyer, com capacidade para receber mil pessoas.

"É um centro de imensa qualidade para a maioria das pessoas", lembrou Areces, ressaltando as fortes convicções sociais de seu criador.

O design do centro foi um presente de Niemeyer, criador de Brasília, pelo 25º aniversário, em 2005, da Fundação Príncipe de Astúrias, que concede os prêmios de mesmo nome, com um dos quais, o das Artes, foi premiado em 1989.

"Foi o primeiro (complexo construído por Niemeyer) na Espanha", lembrou o centenário arquiteto em sua gravação, que afirmou em algumas ocasiões ser, talvez, seu projeto mais importante na Europa.

Os incentivadores do centro, entre eles várias instituições, esperam que o Centro Niemeyer sirva para a regeneração e modernização de Avilés semelhante à que permitiu a construção do museu Guggenheim em Bilbao (País Basco, norte).

Centro Niemeyer injeta vida a uma cidade espanhola decadente e poluída

A cidade de Avilés, principal reduto da siderurgia asturiana na segunda metade do século XX, entrou para o século XXI pelas mãos da cultura e das indústrias sustentáveis com o Centro Niemeyer como aglutinador dessa mudança.

O complexo, obra do arquiteto brasileiro Oscar Niemeyer, que nesta quarta-feira, dia 15, completou 103 anos, atua como uma ponta de lança de um projeto urbanístico mais amplo, a Ilha da Inovação.

"O Centro Niemeyer está nos ajudando extraordinariamente no projeto de transformação da cidade", afirmou à AFP Pilar Valera, a prefeita da localidade que há apenas 10 anos era conhecida na Espanha por sua decadência depois de uma intensa industrialização.

A cúpula do Centro Niemeyer, de um branco imaculado e que servirá de museu, junto a uma torre arrematada com um mirante circular, onde será localizado um centro de gastronomia e o auditório, cuja forma recorda uma lágrima, redesenharam o panorama urbano de Avilés a exemplo do que o Museu Guggenheim fez com a localidade basca de Bilbao.

"Ambos os projetos consistem em edifícios de arquitetos legendários e emblemáticos, que contribuíram para transformar um meio urbano degradado", admite o diretor do Centro Niemeyer, Natalio Grueso, embora ressalte que o Guggenheim não passa de uma "franquia internacional".

"O Centro Niemeyer quer ser um centro cultural, onde a música, o cinema, o teatro, a plástica e, em geral, todas as artes que possam se relacionar entre si", explica Grueso.

"O tema de nossa primeira exposição será a luz porque é "uma forma muito simbólica de começar nesta cidade que, há anos, era uma das mais poluídas da Europa e que agora, com este centro e com as formas brancas de Niemeyer, está trazendo uma nova luz", acrescentou.

A difícil reconversão sofrida por toda a indústria pesada do norte da Espanha também fez vítimas em Avilés, onde seus 83.000 habitantes perderam praticamente 80% de seus empregos em uma década.

Talvez tenha isso que fez muitos habitantes, no início, ficassem céticos à ideia de um centro cultural como forma de renovar a cidade.

"Suas formas são raras, mas não fica mal. É preciso esperar que fique todo acabado", comenta Laura Hernández, estudante de 20 anos.

O centro também inspirou novos produtos, como um confeiteiro da cidade, que criou o "niemeyita", um doce de amêndoa que recorda a cúpula. Uma loja de roupas também ofereceu descontos no dia da abertura da Cúpula Niemeyer.

"Há 15 anos provavelmente as pessoas diriam: não, Avilés não tem futuro turístico porque é uma cidade decadente e poluída. Isso tudo mudou", diz ainda Valera, que atribuiu muito deste crédito ao projeto Niemeyer, financiado 60% com capital privado e 40% público, com um orçamento inicial de 4 milhões de euros.

"Em um fim de semana de portas abertas no verão passado, passaram por aqui 12.000 pessoas para vê-lo em obras. Quando for inaugurado, a resposta deverá ser espetacular", sentenciou a prefeita.