Turismo sobre fossas sépticas não é turismo de qualidade, mas de aventura. As mais frequentadas áreas de turismo de praia do Brasil — com as exceções da regra, e estas contam-se nos dedos — são carentes de redes públicas de água e de coleta e tratamento de esgotos. É assim em Porto de Galinhas, em Pernambuco, é assim na Praia da Pipa, no Rio Grande do Norte, é assim em Tambaba — santuário dos nudistas na Paraíba, é assim também aqui no Ceará tanto em Canoa Quebrada, quanto em Jaricoacoara; tanto em Cumbuco quanto no Porto das Dunas.
A própria estatal Companhia de Águas e Esgotos do Ceará (Cagece) informa que seus serviços não chegam a esses paraísos turísticos cearenses. Aí, então, surge a pergunta: para onde vai o esgoto sanitário dos condomínios, das unidades unifamiliares e dos parques de lazer? E de onde vem a água que consomem?
A resposta é imediata: do subsolo, onde estão as fossas sépticas, que são unidades de tratamento primário de esgoto doméstico nas quais são feitas a separação e transformação da matéria sólida contida no esgoto. Isto foi dito para suscitar a seguinte questão: não está na hora de a Cagece intervir nessas áreas turísticas e implantar nelas redes de água e esgoto? Ou devemos esperar mais algum tempo, até que o estouro de uma fossa assuste um turista estrangeiro e cause um escândalo na mídia internacional, ferindo a imagem do Ceará?
sábado, 2 de agosto de 2008
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