terça-feira, 6 de maio de 2008

A única voz em contrário é a coluna POLÍTICA, do Jornal O POVO

Mais um excelente comentário do Jornalista Fábio Campos, em sua coluna POLITICA, do Jornal O POVO, com data de hoje, 06/ 05/ 2008 sobre a invasão e depredação do Campus PICI/ UFC, que reporduzimos integralmente aqui para efeito de divulgação.

HÁ SENTENÇA QUE PEGA E OUTRAS QUE NÃO PEGAM

O tema invasão da UFC se mantém de pé. O prazo que o Judiciário havia determinado para que os invasores se retirassem do Campus da Universidade Federal se encerrou às 9 horas da manhã de quinta-feira. Sabem o que aconteceu? A invasão se manteve e até aumentou. Creiam. Na noite de ontem, não houve aulas noturnas no Campus do Pici. Por medida de segurança, a Reitoria decidiu suspendê-las. Lá, à noite, 600 estudantes pobres freqüentam um cursinho pré-vestibular mantido pela UFC. Outra medida: sem apoio das forças policiais que se recusaram a acudir a Universidade, a Reitoria aumentou a cota de seguranças privados. É a tentativa de impedir a invasão dos prédios das salas de aulas, departamentos e laboratórios. Muitas mensagens continuam chegando à Coluna. Rigorosamente todas indignadas com a permissividade e omissão com que a nossa política e as instituições públicas estão tratando o caso. Um grupo da Prefeitura ligado à habitação popular e à guarda municipal andou por lá. Foram sugerir idéias inusitadas para a Reitoria. Coisas como distribuir cestas de alimentos e colocar caminhões à disposição para os querem se retirar. A Reitoria disse o que tinha a dizer: não é papel da UFC fazer tal coisa.

ATÉ O DCE PROTESTA. NOSSOS POLÍTICOS SILENCIAM

Até o movimento estudantil resolveu protestar. Ontem saiu uma nota do Conselho de entidades do DCE. “Defendemos o direito à moradia assim como o direito legítimo à manifestação, mas ressaltamos que não concordamos com o constrangimento e agressão à comunidade universitária, depredação do patrimônio público (muro da UFC, CEDE-FAM e equipamentos do Parque Esportivo), assim como a paralisação das atividades da Universidade que foram ocasionadas pela ação dos ocupantes”, diz a nota. Atenção para um trecho de uma nota divulgada pela UFC na sexta-feira: “Os invasores, entre os quais foram identificadas figuras de diferentes extrações políticas - inclusive representantes das forças mais conservadores - não se identificaram como grupos organizados. Não colocaram sua assinatura no cenário da invasão, nem mesmo conseguiram harmonizar-se entre si. Remanescentes de episódio idêntico, registrado anteriormente no mesmo local, tinham ciência de que o terreno invadido é propriedade da UFC e, mesmo assim, para servir a seus objetivos oportunistas, divulgaram versões mentirosas sobre a posse da área”.

"EDUCADOR SOCIAL" CONTA COMO É O "ESQUEMA"

No ponto registrado acima, a Reitoria precisa dar esclarecimentos. Nota-se que há identificação de “diferentes extrações políticas”. Quais são? A nota fala em “representantes de forças conservadoras”. De que e de quem se trata? Que forças conservadoras? Será que a Reitoria está caindo no lugar comum de que o progressista é o que se identifica com a esquerda e o conservador é o resto? Como se um fosse moralmente superior ao outro. Atenção: um leitor, que se identifica como “educador popular” e pedagogo, oferece uma pista: “Quando soube quem está liderando não me surpreendeu porque é um cabo eleitoral viciado da Favela do Papoco. Se você buscar a história dele, desde os anos 80, vai descobrir que, há décadas, ocupa terras em véspera de eleição. O esquema é seguinte: antes, ele faz o cadastro e promete casa dizendo que será dada por um político. Em seguida apresenta o político e, por trás, negocia os votos cobrando dinheiro do candidato e infra-estrutura para a ação”. Alô Prefeitura, o mesmo leitor se declara informado de que a próxima invasão será no terreno do Jóquei Club, lá onde Luizianne Lins quer construir um hospital.

"ASSISTIMOS A TUDO IMPOTENTES"

Nossa representação política come moscas, mas a sociedade reage. Vejam o que uma empresária escreveu: “Liguei para o presidente da Codece, o presidente da Fiec, o secretário da Indústria de Maracanaú e para toda a diretoria da Associação das Empresas do Distrito Industrial de Maracanaú aconselhando que lessem a Coluna. Excelentes e pertinentes todos os artigos sobre a invasão nos terrenos da UFC e dos 160 hectares do governo do Estado que seriam destinados às indústrias. Quero comunicar que neste caso os lotes destinados aos invasores são de 50m x 50 m e em alguns casos 60m x 60m. Uma das construções assemelha-se a um restaurante e fica em um dos pontos mais altos. Árvores, como Carnaúbas, foram cortadas. O Ibama e a Semace não se pronunciaram. A Coelce foi desligar a energia ligada clandestinamente e os funcionários foram ameaçados. Ficamos assistindo a tudo isso impotentes". Detalhe: a empresária optou por não se identificar temerosa de retaliações.

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