No Dia Mundial do Meio Ambiente, Fortaleza não tem muito o que comemorar. A cidade tem lagoas, parte dos rios e da orla marítima poluídos e, inclusive, impróprios para o banho. Apesar de a situação se agravar com o passar dos anos, principalmente com novas ligações clandestinas de esgoto, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Controle Urbano (Semam) afirma que não há previsão de desenvolver projetos maiores para nenhum dos rios que cortam Fortaleza.
Mas para quem mora às margens de rios e riachos, não há como deixar de ter contato com a água, mesmo com a poluição. Na época das chuvas, a água chega às casas das pessoas e às ruas, causando alagamentos, por conta do lixo que entope os canais. Nesse período, toda a sujeira da cidade vai sendo levada pelos mananciais, chegando, por fim, ao mar.Em alguns pontos das margens, forma-se um lodo malcheiroso e a água percorre turva pelos esgotos. A situação é sempre incômoda e traz riscos a quem vive perto dos leitos.
Não foi sempre assim. Morando há 30 anos ao lado do Rio Ceará, o desempregado Manuel Gilmar de Souza lembra com saudade o passado. “A gente tomava banho no rio e pescava. Aqui tinha de tudo, mas hoje são poucos peixes que agüentam a sujeira”, afirma.A comerciante Antônia Pereira afirma que, apesar de viver há cinco anos na beira do Riacho Siqueira, nenhum de seus cinco filhos se aproxima da água. Ela sabe o quanto isso pode ser prejudicial à sua família. “Eu queria mesmo que tivesse um projeto para cá”.
Matéria do Jornal DIARIO DO NORDESTE, das jornalistas Renata Benevides e Leda Gonçalves, com data de hoje, dia 05/06/ 2008, Dia Mundial do Meio Ambiente. Direitos autorais preservados.
quinta-feira, 5 de junho de 2008
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