terça-feira, 7 de maio de 2013

Capa de O ESTADO VERDE

Real viabilidade da solução

Para o professor do curso de Arquitetura e Urbanismo da UFC, José Sales, construção de pontes em cidade onde são cortadas por rios é extremamente necessário para o desenvolvimento econômico e social. Entretanto, ele explicou que o Cocó precisaria ser melhor estudado para analisar a real viabilidade do empreendimento. De acordo com o professor, este tipo de ponte pode ser bem-vinda ou não. Para sustentar seu argumento, ele deu o exemplo da Ponte da Sabiaguaba que, em seu julgamento, “liga nada a lugar nenhum”. José Sales disse ainda que já participou de projetos semelhantes em várias cidades brasileiras e no exterior, sendo a primeira vez que teve a oportunidade de contemplar um projeto onde a ponte será construída em diagonal com o rio, se este for realmente o projeto final do Governo do Estado. “Sendo estaiada ou não, acho estranho ela não ter um estudo urbanístico adequado. Corre o risco de ela ser apenas uma ponte da Sabiaguaba melhorada. Nesses moldes, acredito que ela não terá importância nenhuma. Até agora ninguém estudou outras hipóteses. Em urbanismo não existe apenas uma hipótese. Sou contra o posicionamento da ponte”.

Ponte estaiada : solução ou mais um problema?

O Parque do Cocó é alvo de mais um projeto que promete gerar polêmica. Sendo personagem de discussões mais acaloradas em todas as esferas legislativas do Ceará, como a sua demarcação que se arrasta por anos, a intenção do Governo do Estado de construir uma ponte estaiada que cortaria sua área verde, com a premissa de desafogar o trânsito da Avenida Washington Soares e adjacências, vem incentivando opiniões diversas entre políticos, docentes e integrantes de entidades civis. O que todos concordam é que um equipamento como este, construído e projetado de forma correta, pode tornar-se um importante aliado tanto na conjuntura urbanística e paisagística como, inclusive, no âmbito turístico. A grande maioria dos técnicos das áreas de engenharia e especialistas ambientais não refuta a construção de uma das peças estruturais mais modernas da atualidade. Entretanto, o local onde a ponte estaiada deverá ser construída é que causa certo desconforto aqueles que têm o Parque do Cocó como uma das principais áreas verdes do Ceará. Em princípio, o empreendimento ficará no começo da Cidade 2000, na altura da Rua Magistrado Pompeu, que começa na Avenida Padre Antônio Tomás. De acordo com a Secretaria de Infraestrutura do Estado (Seinfra), a obra, que deverá ter custo de cerca de R$ 300 milhões, tem como objetivo expandir o sistema viário de ligação às Zonas Norte/Leste e Leste/Sul, através da construção da Ponte sobre o rio Cocó. Além da via suspensa, o projeto ainda incorpora a construção do Mirante de Fortaleza, equipamento que possibilitará uma visão panorâmica da cidade, com restaurante, galeria de arte e lojas. No último dia 11 de abril, foi aprovado o Parecer Técnico da Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace) referente à análise do Estudo de Impacto Ambiental e respectivo Relatório (EIA/Rima) do sistema de interseção e acessos de vias urbanas à CE 040. A votação ocorreu na 217ª Reunião Ordinária do Conselho Estadual do Meio Ambiente (Coema). Conforme estudos feitos pelo consórcio OAS/Marquise, ao custo de R$ 6 milhões, a ponte estaiada deverá ter 850 metros de comprimento e terá como suporte dois mastros, separados por 500 metros, sendo a melhor saída estrutural para a minimização dos efeitos negativos impostos à biodiversidade do Rio do Cocó. Em O ESTADO VERDE/ Fortaleza