quinta-feira, 29 de maio de 2008

Gisele Bündchen lança seu blog ecológico


A modelo número um do mundo, Gisele Bündchen, inaugurou ontem seu blog ecológico, http://giselebundchenblog.blogspot.com/. Lá ela diz que pretende trocar idéias sobre meio ambiente com os internautas. Um pouco de experiência ela já tem. Há dois anos com o programa "Y Ikatu Xingu", do Instituto SócioAmbiental, Gisele passou a defender as águas, em especial as da bacia hidrográfica do Rio Xingu. Em seguida passou a apoiar organizações como a "Nascentes do Brasil", da WWF.

A serviço de quem estão os ecologistas


Volta e meia vira moda falar que os ecologistas brasileiros estão a serviço de interesses internacionais. A onda cresce quando aumentam as críticas das ONGs ambientalistas a projetos de grande porte. Afinal, a serviço de quem estão os ecologistas? Uma boa dica é investigar quem os financia.Foi o que fez a Editora Análise.


Em seu anuário ambiental, eles perguntaram para as 481 maiores ONGs ambientalitas do país de onde vinham os recursos. A resposta: 53% disseram que o dinheiro vem da contribuição de sócios, 37% da venda de serviços ou produtos, 32% de doações de organismos nacionais e 32% de convênios com o próprio governo brasileiro. A soma dá mais de 100% porque as ONGs têm várias fontes de verba.

O financiamento estrangeiro é declarado por uma fração das ONGs. Pela pesquisa, 12% disseram receber doações de organismos internacionais e 11% que fazem convênios com financiadores estrangeiros. Obs: A bela imagem acima foi tirada do Blog ÉTICA JÁ. Postagem do Jornalista Alexandre Mansur, no Blog do Planeta

Frase do dia de João Paulo Capobianco

O Ministério do Meio Ambiente não é um ministério de primeira classe no nosso governo. (...) Para boa parte do Governo, o Ministério do Meio Ambiente é licenciador ambiental.”João Paulo Capobianco, ex-Secretário-Executivo do Ministério.

quarta-feira, 28 de maio de 2008

Imagem do Cocó ¹



Mais uma imagem do ecossistema do Rio Cocó. Fotografia de José Sales, durante uma expedição da Disciplina Projeto Urbanístico II/ PU , do Curso de Arquitetura e Urbanismo da UFC/ cujo tema deste semestre Meio Ambiente no Contexto Urbano é a Bacia Hidrográfica do Rio Cocó. Arquivo de imagens Ibi Tupi. Lugarzinho perdido no interior do manguezal, utlizado de forma vernacular pela população em seus momentos de lazer.

O "pulmão verde" de Fortaleza precisa ser preservado


Fortaleza depende do ecossistema do Parque do Cocó para manter o controle de suas temperaturas, ventilação e drenagem. A qualidade de vida de nossa cidade passa pela preservação deste ecossistema.


O "pulmão" da cidade recebeu uma "mãozinha" da Justiça que determinou que o Parque do Cocó seja oficialmente implantado e que sejam suspensas as licenças ambientais para construção na área. "O movimento ecológico está comemorando e espero que o Estado do Ceará e a Prefeitura de Fortaleza não recorram e apoiem a decisão de justiça" são as declarações da Profª Vanda Claudino Sales.


Reportagem recente da Jornalista Raquel Chaves, no caderno Meio Ambiente, do Jornal O POVO. Imagem de alameda no Parque do Cocó, utilizada no Diagnóstico da Situação do Inventário Ambiental de Fortaleza. Arquivo de Imagens Ibi Tupi. Fotografia Daniel Roman. Direitos autorais preservados.

segunda-feira, 26 de maio de 2008

Imagem do COCÓ de em.antares ²

Imagem do COCÓ. Área de Proteção Ambiental do Rio Cocó de em.antares. Sob o título "Alagamento verde". Direitos autorais preservados. Reproduzida por este blogspot como homenagem à esta excelente fotógrafa.

domingo, 25 de maio de 2008

Imagem do COCÓ de em.antares


Imagem do COCÓ. Área de Proteção Ambiental do Rio Cocó de em.antares. Direitos autorais preservados. Reproduzida por este blogspot como homenagem à esta excelente fotógrafa.

Araripe Basin Action Regional Plan


STRATEGIC GUILINES
The development potential of the Araripe Basin features the competitive advantages of a set of factors that are, inter alia, its geographical-logistical location at the heart of the Brazilian Northeast; an exceptional biodiversity reservoir expressed in its protected natural reserves; differentiated climate conditions; sedimentary soils that are favorable to differentiated farming practices; the density of local productive arrangements for the consolidation of a productive chain related to tourism; a consolidated context of cities that influence situations in four Brazilian states, in addition to Ceará; a network of installed regional facilities; the specialization of the supply of services, notably in the health and education sectors —especially in the case of higher education—that bring together teaching and research institutions focused on regional vocations; the culture and other non-material assets; the values of religiosity and tradition.

Thus, ARARIPE ARP aims to suggest strategic guidelines capable of consolidating a routine of favorable economic growth and social development in the region, while ensuring environmental sustainability and balance of the protected natural milieu and landscape.


The regional development proposal described herein is based on a selection of five main strategies, resulting from the comprehension of the Araripe Basin’s geographical scenario, the consolidated urban and regional context following nearly three centuries of occupation of the territory, the polarization of commerce, services and their specialization, the existing cultural reserve and the non-material assets and of the current competitive climate:

- Protection of the Natural Environment and Landscape of the Araripe- Invigorating of the Economic Activity
- Organization and Structuring Indicators for the Regional Context- Reinforcement of the Regional Knowledge and Cultural Production System
- Social participation and reinforcement of citizenship

sábado, 24 de maio de 2008

Será lançada publicação "Earth Heritage and Territorial Development"


Será lançada pela Secretaria das Cidades a publicação "Earth Heritage and Territorial Development", no próximo encontro internacional - The 3rd International Conference on Geopaks, 22nd to 26th June 2008/ Osnabrück/ Germany.


Esta nova publicação pretende o credenciamento do Estado do Ceará com sede do próximo encontromundial e é baseada em publicação anterior, "Araripe Basin Action Regional Plan", editada pela URCA/ Universidade Regional do Cariri, quando da solicitação do credenciamento do GEOPARK ARARIPE, junto à UNESCO, convalidada em 2nd International Conference on Geopaks, na Irlanda. Além de registrar que desenvolvimento territorial é um tema obrigatório no presente e o futuro da humanidade.


O "Plano de Ação Regional da Bacia do Araripe", denominação traduzida de "Araripe Basin Action Regional Plan" é um documento basilar que qualificou as principais diretrizes de desenvolvimento regional da Bacia Sedimentar do Araripe e do contexto do Cariri, no Sul do Estado do Ceará e a escolha dos sítios de maior interesse geológico e paleontológico do próprio Geopark Araripe. E também orientou o direcionamento do novo programa de desenvolvimento urbano e territorial do Estado do Ceará- CIDADES DO CEARÁ - financiado pelo BIRD/ Banco Internacional de Recursos para o Desenvolvimento/ Banco Mundial, originário da SDLR/ Secretaria do Desenvolvimento Local e Regional, orgão que antecede a atual Secretaria das Cidades.


Este novo programa passou a ser o garantidor da implantação do Geopark Araripe, através da sua transformação em um Programa de Governo Estadual com enfase no desenvolvimento regional. Este conjunto de diretrizes envolvem ações de ordenamento e estruturação do território, planejamento territorial, dotação de infraestrutura, desenho ambiental, paisagismo e preservação da partes relevantes deste território e fazem parte do tema do próximo encontro dos Geoparks.

O Estado do Ceará está de parabéns, assim como a equipe da Secretaria das Cidades e o Secretário, Arquiteto Joaquim Cartaxo Filho, como também a equipe que participou do "Araripe Basin Action Regional Plan": Arquitetos José Sales, Larissa Menescal e Emanuel!Cavalcante e Socióloga Eliane Galhardi.

Valeu o esforço de todos!
Imagem da meseta superior da Chapada do Araripe, em Santana do Cariri, utilizada como ilustração da capa da publicação. Concepção de Slogan Propaganda. Direitos autorais preservados. Reprodução unicamente com intuito de divulgação da publicação.

quinta-feira, 22 de maio de 2008

São iniciadas as atividades da Festa de Santo Antonio de Barbalha


Ontem foi cortado o pau que servirá de mastro para a bandeira de Santo Antônio, padroeiro deste município. É um Angico, com 23 metros de comprimento, pesando mais de duas toneladas que foi retirado do Sítio São Joaquim, na Área de Proteção Ambiental do Araripe.


No dia 1º de junho o mastro será carregado nos ombros de devotos de Santo Antônio e fincado em frente à Igreja Matriz, abrindo oficialmente a festa do padroeiro. O cortejo para o carregamento do pau da bandeira reúne cerca de 50 mil pessoas de todo o Cariri.


A festa terá prosseguimento, no parque da cidade e na Rua da Matriz, com quermesses, leilões e novenas, até o dia 13, dia de Santo Antônio, com uma grande procissão que celebra também todos os santos padroeiros da cidade e da zona rural. O ritual do corte do pau da bandeira foi iniciado às 6 horas, em frente à Matriz de Santo Antônio, onde padre Renato Simoneto benzeu os cortadores do pau.


O corte só foi iniciado depois das 8 horas com a chegada do analista ambiental da Floresta Nacional do Araripe, Pedro Augusto Monteiro, que autorizou o corte. Ao redor do Angico, sob o comando do “Capitão do Pau”, Rildo Teles, os cortadores rezaram um Pai Nosso e uma Ave Maria. O primeiro corte foi por Reginaldo Bezerra, um dos mais antigos participantes do ritual. Em seguida, o machado foi entregue ao Capitão do Pau. Daí para frente, os cortadores se revezaram até o fim.

Imagem do Pau da Bandeira sendo carregado pelos fiéis, na Festa de Santo Antonio da Barbalha, em Junho/ 2007. Arquivo de Imagens Ibi Tupi. Fotografia de José Sales. De Barbalha, no Cariri, Sul do Estado do Ceará.

terça-feira, 20 de maio de 2008

'De quem é a Amazônia, afinal?', diz 'NY Times'

Uma reportagem publicada neste domingo no jornal americano The New York Times afirma que a sugestão feita por líderes globais de que a Amazônia não é patrimônio exclusivo de nenhum país está causando preocupação no Brasil.

No texto intitulado "De quem é esta floresta amazônica, afinal?", assinado pelo correspondente do jornal no Rio de Janeiro Alexei Barrionuevo, o jornal diz que "um coro de líderes internacionais está declarando mais abertamente a Amazônia como parte de um patrimônio muito maior do que apenas das nações que dividem o seu território".

O jornal cita o ex-vice-presidente americano Al Gore, que em 1989 disse que "ao contrário do que os brasileiros acreditam, a Amazônia não é propriedade deles, ela pertence a todos nós"."Esses comentários não são bem-aceitos aqui (no Brasil)", diz o jornal. "Aliás, eles reacenderam velhas atitudes de protecionismo territorial e observação de invasores estrangeiros escondidos."Acesso restrito

O jornal afirma que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva tenta aprovar uma lei para restringir o acesso à floresta amazônica, impondo um regime de licenças tanto para estrangeiros como para brasileiros."Mas muitos especialistas em Amazônia dizem que as restrições propostas entram em conflito com os próprios esforços (do presidente Lula) de dar ao Brasil uma voz maior nas negociações sobre mudanças climáticas globais - um reconhecimento implícito de que a Amazônia é crítica para o mundo como um todo", afirma a reportagem.

O jornal diz que "visto em um contexto global, as restrições refletem um debate maior sobre direitos de soberania contra o patrimônio da humanidade"."Também existe uma briga sobre quem tem o direito de dar acesso a cientistas internacionais e ambientalistas que querem proteger essas áreas, e para companhias que querem explorá-las."

"É uma briga que deve apenas se tornar mais complicada nos próximos anos, à luz de duas tendências conflituosas: uma demanda crescente por recursos energéticos e uma preocupação crescente com mudanças climáticas e poluição."

Whose Rain Forest Is This, Anyway? in New York Times


RIO DE JANEIRO — For as long as most can remember, Brazil has gazed nervously at maps of the vast, mostly uninhabited territory of the Amazon rain forest.

In the 1960s and ’70s, generals here saw the colonization of the Brazilian Amazon, which is half the size of Europe, as a national security priority. Ocupar para não entregar — “occupy it to avoid surrendering it” — was the slogan of the day. Highways were built, and Brazilians were offered incentives to conquer the land in the Amazon and transform it in the name of development.

There was more behind the nervousness than idle conspiracy theory. Even then, such a unique and vast repository of riches stirred imaginations worldwide. Herman Kahn, the military strategist and futurist, pushed the idea of establishing a freshwater lake in the Amazon to transform the area into a center of agricultural production.

Now, with the world focusing on the promises of biodiversity and the perils of global warming, a chorus of international leaders have ever more openly declared the Amazon part of a patrimony far larger than that of the nations that share its territory. “Contrary to what Brazilians think, the Amazon is not their property, it belongs to all of us,” Al Gore, then a senator, said in 1989.
Such comments are not taken lightly here. In fact, they have reignited old attitudes of territorial protectionism and watchfulness for undercover foreign invaders (now including bioprospectors).


The government of President Luiz Inácio da Silva is pushing a law that would restrict access to the rain forest, requiring foreigners and Brazilians alike to obtain a special permit to enter it. Brazilian officials say it would separate bad non-governmental organizations from good ones, and deter so-called “biopirates” — those who want to patent unique substances discovered in the forest.

“The Amazon is ours,” Justice Secretary Romeu Tuma Jr. said in an interview. “We want to know who is going there and what they are going to do. It’s a question of national sovereignty.” But that question is not as straightforward as it may seem. One man’s savior of sovereignty can be another’s despoiler of the forest.

And many Amazon experts say the proposed restrictions conflict with Mr. da Silva’s own efforts to give Brazil a greater voice in global climate change talks — an implicit acknowledgment that the Amazon is critical to the world at large. In addition, his critics have seized on a report in January of a spike in deforestation, as proof the government has not been safeguarding the region well.

Last week, Marina Silva, a fierce advocate of rain forest preservation, resigned as Mr. da Silva’s environmental minister after losing a series of political battles to him over development programs.

Seen in a global context, the restrictions reflect a larger debate about sovereign rights versus the world’s patrimony. International companies, for example, vie with nations to claim and develop resources in virgin territory in the Arctic, as melting ice reveals potentially vast oil and mineral deposits. There is also a struggle over who is entitled to grant access to international scientists and environmentalists seeking to protect such areas, and to companies seeking to exploit them.


It is a struggle likely only to become thornier in coming years, in the face of two conflicting trends: rising demand for energy resources and increasing concern about climate change and pollution.

Here in Brazil, which contains 60 percent of the Amazon’s territory, this new debate is cast in terms recognizable from the past — notably the long-held suspicion by conservatives and the military that the real goal of foreigners is to take control of Brazil’s tropical wilderness and its riches.

The Amazon’s global importance is well established. It acts as a climate regulator, directly affecting rainfall patterns in Brazil and Argentina. Its winds, recent studies say, may even affect rainfall in Europe and North America. The burning and decomposition of trees cut down for development makes Brazil’s chunk of the Amazon responsible for about half of the world’s annual greenhouse-gas emissions from deforestation, says Meg Symington, Amazon director for the World Wildlife Fund in the United States.

Brazilian fears that the Amazon would be occupied by thieving foreigners go back at least to 1876, when Sir Henry Alexander Wickham took seeds from Brazil’s rubber-bearing trees back to London, from where they were sent to what is now Malaysia, as well as Africa and other tropical locations, dooming the Amazonian rubber boom.

Since then, there have been only scattered documented cases of what the Brazilians think of as biopiracy. The pharmaceutical company Bristol-Myers Squibb, for example, found that the venom of the jararaca snake could help control high blood pressure and used it to create the drug Captopril. But by and large, said Thomas E. Lovejoy, president of The Heinz Center, a supporter of environmental research, “Biopiracy is a real red herring.”

Still, Brazil has extreme sensitivity to foreigners doing scientific work in the Amazon. Marc van Roosmalen, a Dutch-born primatologist and naturalized citizen, was arrested in 2002 and sentenced to 16 years for possessing monkeys in captivity without proper authorization, according to Brazilian newspapers. He is appealing the sentence.

Mr. Lovejoy and others in advocacy organizations worry that the Amazon restrictions will discourage science, hurt ecotourism and shield Brazil from scrutiny. “The government is not interested in more people going to the Amazon to address the incompetence it has shown in slowing deforestation,” said Marcelo Furtado, campaign director for Greenpeace Brazil. Mr. Tuma said the authorizations for access will be decided by the justice and defense officials. Foreigners in violation without a permit could be fined $60,000 or more.

“We are not looking to criminalize the activities of the N.G.O.’s,” he said. “We want to give prestige to the serious N.G.O.’s, the serious international groups that have contributions to make to Brazil and to the world.”

But José Goldemberg, a former environmental secretary for the state of São Paulo, echoed many environmentalists in calling the strategy “paranoid,” and evoked the way the cold war Kremlin sealed off whole areas from prying eyes. “If you try to control it, this will end up like the Soviet Union,” he said.

domingo, 18 de maio de 2008

A miopia do verde


No mundo, hoje, ser uma potência ambiental é muito relevante. Amanhã, será mais do que isso. Será decisivo. Será como ter o maior estoque de ogivas nucleares nos tempos da Guerra FriaDe André Petry, na Revista VEJA.

A ministra Marina Silva saiu do Ministério do Meio Ambiente – e isso não quer dizer nada. Ou melhor: quer dizer apenas que continuamos sem ver o essencial.

A miopia ambiental brasileira é chocante. O país abençoado por Deus e bonito por natureza pode não ser tudo isso que a música celebra, mas tem tudo para ser uma potência ambiental. Afinal, o Brasil tem 60% da Amazônia, a maior floresta tropical do mundo, com 30.000 espécies vegetais. O Brasil tem a maior planície inundável do mundo, o Pantanal, com mais espécies de aves do que a América do Norte e mais espécies de peixes do que a Europa. O Brasil tem o maior volume de água doce superficial do mundo. Quase 14% do estoque do planeta. São números estonteantes, bonitos por natureza.

E não é só. O brasileiro também acrescentou seu trabalho à natureza. Hoje, 45% da energia consumida no país vem de fontes renováveis, como as hidrelétricas e os biocombustíveis, atualmen-te tão em moda. A terra brasileira alimenta boa parte do mundo, da laranja à carne bovina. Agricultura e pecuária são meio ambiente. A indústria automobilística colocou na rua uma enorme frota de veículos movidos a álcool ou movidos a dois combustíveis. É meio ambiente.

A miopia oficial é o que impede o país de ser uma potência ambiental – coisa que só pode ser confundida com ataque ao crescimento econômico quando se pensa que crescimento econômico é só ataque ao meio ambiente. Hoje, aos olhos míopes, ser uma potência ambiental é uma bandeira de gente chata que quer deixar 1 milhão de pessoas sem luz para salvar um bagre. No mundo de hoje, no mundo visto além da miopia governamental, ser uma potência ambiental é muito relevante. Amanhã, será mais do que isso. Será decisivo. Será como ter o maior estoque de ogivas nucleares nos tempos da Guerra Fria.

Exagero? Todas as crises mundiais escondem uma natureza ambiental – no início, no meio ou no fim. Um dos temas mais discutidos hoje é a mudança climática. É tema ambiental. Um dos grandes temores da humanidade é que, no futuro, venha a faltar água no planeta. É outra questão ambiental. A atual crise mundial de alimentos está revivendo a ameaça da fome. Outra questão ambiental. Terremoto, queimadas, tsunami, pandemias, pobreza, é tudo ambiental. O drama energético é ambiental. Discutem-se o petróleo, o preço do barril, por quanto tempo as atuais reservas serão capazes de manter a petrocivilização do século XX. É tudo meio ambiente, no início, no meio ou no fim.

O economista Jeffrey Sachs atualmente comanda o Instituto da Terra, na Universidade Colúmbia, em Nova York. Em seu último livro, ele diz que a sociedade global tem três desafios para o século XXI, que comprometem a sobrevivência da humanidade no planeta: eliminar a pobreza extrema, conter o crescimento populacional e trabalhar bem com o meio ambiente. Não é protegê-lo numa redoma como relíquia intocável. É lidar com ele, avançar sem matá-lo. É ser verde.

Marina Silva sempre foi festejada como símbolo da defesa da Amazônia. Em cinco anos no ministério, não reduziu um grau que fosse a miopia ambiental do governo. Era só símbolo. Agora, com Carlos Minc, sob esse aspecto, não muda nada. Só não teremos nem símbolo mais.

Frase do dia: "Se eu pudesse acabaria com o IBAMA

"Se eu pudesse acabaria com o IBAMA.”Lula, em abril do ano passado. Postado no Blog do Ricardo Noblat http://oglobo.globo.com/pais/noblat/, na data de hoje.

sexta-feira, 16 de maio de 2008

Praia de Iracema em ruínas

Seis meses após o lançamento do Projeto de Requalificação, moradores ainda estão descrentes e inseguros com o bairro. O projeto de requalificação da Praia de Iracema, lançado pela prefeita Luizianne Lins em novembro do ano passado, se propunha exatamente a reverter o quadro de degradação urbana e ambiental caminha a passos lentos. Em final de fevereiro último, iniciou-se a recuperação do calçadão, entre a Avenida Rui Barbosa e a Rua dos Tamandarés,que não avançou mais que 150 metros, embora a administração afirme que tudo será cumprido no cronograma. Este é o título da reportagem de hoje do Jornal DIARIO DO NORDESTE. Vale a pena conferir.http://diariodonordeste.globo.com/materia

Marina Silva volta ao Senado para defender o desenvolvimento sustentável

"Eu já estou falando com vocês como senadora da República pelo meu querido Estado do Acre. Eu quero dizer que essa decisão é claro que foi difícil, não posso deixar de dizer que é um processo doloroso, mas estou muito tranqüila em relação à decisão tomada porque tenho a clareza que ela contribui para o processo de fortalecimento da Agenda Ambiental do Brasil."

quinta-feira, 15 de maio de 2008

Saída de Marina reduz a credibilidade do país na questão ambiental, segundo a revista Economist

A revista britânica Economist diz que a saída de Marina Silva do Ministério do Meio Ambiente tornará mais difícil para o governo Lula "convencer os observadores da Amazônia de sua determinação de reduzir o ritmo de desmatamento."

Em entrevista nesta quinta-feira, Marina Silva, disse que deixou o cargo porque estava em processo de estagnação.A publicação atribui o pedido de demissão de Marina Silva ao fato de ela ter se tornado "farta" de tantas perder em disputas com seus colegas de ministério. A reportagem é ilustrada por uma foto de Marina Silva com a legenda: "A campeã da floresta tropical derrotada".

Entre as derrotas que a revista atribui à ex-ministra, estão a disputa com a Ministra Dilma Rosseuf, da Casa Civil, em torno das licenças ambientais para as hidrelétricas do rio Madeira e a polêmica com o Ministério da Agricultura sobre uso de terras amazônicas para plantação.

O texto menciona ainda como fatores que contribuíram para demissão de Marina Silva a aprovação do plantio de vegetais transgênicos e a indicação do Ministro Roberto Mangabeira Unger, dos Assuntos Estratégicos, como coordenador do Programa Amazônia Sustentável.

Na avaliação da revista, ao deixar o governo neste momento, Marina Silva "mantém sua reputação intacta".

Marina Silva vira unamidade após a sua saída

De forma unânime movimentos sociais, do campo, de defesa do meio ambiente, consideraram a saída da ministra do meio ambiente, Marina Silva, uma derrota para o desenvolvimento sustentável do país e uma vitória do agronegócio. Em nota, o diretor do Greenpeace para a campanha da Amazônia, Paulo Adario, disse que "o pedido de demissão da ministra Marina comprova o descaso do governo Lula com a causa ambiental e também com a proteção da Amazônia".

Já o MST entende que o governo está em divida com o povo em relação à política ambiental. Em nota, o movimento lamenta pela saída e aponta nove razões para exemplificar esse "descaso" governamental. Entre elas estão: a aprovação das variedades de milho transgênico; a liberação de obras do PAC e o projeto de transposição do rio São Francisco.

Por outro lado, a organização de proteção do meio ambiente, WWF, atribui a Marina inúmeros avanços na área ambiental. Não deixa de ser interessante que durante a gestão da ministra o país tenha sofrido várias criticas com relação a questão ambiental e agora, com sua saída, comecem a aparecer os avanços. Mas sem dúvida, foi uma grande perda.

Postado por Luiz Henrique Campos - lhcampos@opovo.com.br no http://blog.opovo.com.br/politica/

quarta-feira, 14 de maio de 2008

Marina Silva deixa o Ministério do Meio Ambiente por falta de apoio no Governo


Marina Silva, a personagem política brasileira com maior visibilidade internacional, nos ultimos anos, entregou sua carta de demissão ao Presidente da República em razão da falta de sustentação à política ambiental. afirmando que "Lula é testemunha das resistencias encontradas no Governo".

Alegando dificuldades intransponíveis para dar prosseguimento à Agenda Ambiental do país, deixa o Governo a Ministra Marina Silva, cinco dias após o lançamento do PAS/ Plano Amazônia Sustentável, para o qual sequer foi convidada à participar e/ou colaborar. Volta ao Senado Federal a Senadora Marina Silva.

Depois destes últimos acontecimentos, entendemos que o país e o movimento ambiental, não só no ambito nacional, mas na escala global, pode considerar que estamos entrando, de fato em uma espécie de "Idade das Trevas", em nova versão, pois se consolida mais e mais o modelo predador dos recursos naturais instalado aqui, nos primeiros anos de nossa formação nacional, em 1500.

terça-feira, 13 de maio de 2008

Muito além de um cartão postal: a Bacia do Cocó é essencial para Fortaleza


A Bacia do rio Cocó ocupa dois terços da área urbana de Fortaleza. "Ela atinge 60% dos cursos d'água. Muitas lagoas, canais de drenagem e riozinhos são 'baixos' do Cocó", explica o arquiteto e urbanista José Sales Costa Filho. O desenho do parque, em meia lua, forma um corredor de ventilação. Com a orla praticamente toda emparedada, os ventos alísios vindos do mar entram em Fortaleza pelo Cocó e dali se espalham. "A agradabilidade climática que é diferente de outras cidades muito por conta da posição geográfica do Cocó, que permite a chegada do vento", afirma José Sales.

A vegetação exuberante do mangue predomina, mas árvores comuns em regiões de praia, zonas transitórias, também estão no parque. "Tem murici, araçá. Os bichos comem fora, pelas dunas, e trazem a semente", diz o gerente do parque, Inácio Prata. Muitos pássaros buscam abrigo no Cocó. A garça, o martim pescador, o maçarico e a galinha d'água. "A Região Metropolitana inchou muito - Maracanaú, Maranguape -, áreas que tinha muitos pássaros. Hoje eles não têm para onde ir", conta Inácio. Um dos últimos refúgios é justamente o Cocó. Para alguns bichos selvagens também.

Inácio já viu guaxinim, raposa, soim, camaleão, tejo, jibóia e cobra de veado. Sem falar nos caranguejos. O desafio é conciliar o lazer e a contemplação com a conservação. Um parque urbano desse tamanho não é algo comum. "As áreas de preservação e lazer se confundem". Não dá para fechar a área do parque e proibir a cidade de visitar e conviver, mas é urgente proibir a cidade de entrar e se instalar.

"Muita gente avançou o limite. Existem muitas ocupações indevidas. A extensão do Lagamar é só um exemplo", diz José Sales. A maioria das invasões são irregulares. "A construção civil fica no limite. O problema são as carvoarias clandestinas, a extração de barro, o comércios instalado e o próprio Estado", critica o urbanista. O conjunto habitacional do Tancredo Neves está colado no rio e a abertura de avenidas como a Rogaciano Leite dão a deixa para a ocupação. "Ninguém está ligando muito para o Cocó. Só uns 'gatos pingados' e ambientalistas", desabafa. E as agressões vão se acumulando.

Parte do texto das reportagens de hoje do Jornal O POVO, da Jornalista Mariana Toniatti, sobre a Bacia Hidrográfica do Cocó e consequentemente sobre o Parque do Cocó. Imagem do Rio Cocó e vegetação de mangue. Arquivo de Imagens Ibi Tupi. Fotografia de Daniel Roman. Direitos autorais reservados.

domingo, 11 de maio de 2008

Familia Zuppani, de pai para filhos


Uma paixão em comum move a vida de três pessoas da família Zuppani: a natureza. Para traduzir melhor o que sentem por ela, buscam na fotografia a melhor forma de se expressarem e defenderem nosso patrimônio mais valioso.
Du Zuppani, pai de Palê e Zé, foi o grande incentivador e referência para que seus dois filhos trilhassem o caminho da fotografia, mesmo que por áreas distintas. Ele mora em Bertioga, litoral de São Paulo, e além de fotógrafo é arquiteto, trabalha com ecopaisagismo e ainda guarda forças para ser professor universitário. Já teve fotos publicadas em vários veículos de comunicação e exposições.
Du participa de pesquisas ambientais em diferentes parte do mundo. Nesta seleção para O Eco, fica evidente seu olho clínico para a vida animal em variadas formas e tamanhos. Seja em recantos do estado de São Paulo ou nas riquíssimas matas da Costa Rica. As imagens de Du Zuppani impressionam pelas cores vivas e “poses” inusitadas que consegue flagrar no mundo natural.
Palê Zuppani é estudante de Relações Internacionais. Tem 23 anos de idade e quatro de fotografia. Busca nas suas duas ocupações inspiração para desenvolver projetos sobre a interação entre relações internacionais e meio ambiente, principalmente biodiversidade. Residindo em São Paulo, está em constante procura por momentos imperceptíveis na vida agitada da grande metrópole.
O caçula Zé tem 21 anos e é estudante de Engenharia Florestal em Lavras, Minas Gerais. Envolvido em mil e uma atividades artísticas, sociais e ambientais, usa a fotografia como peça-chave para unir seus interesses.
Casal de João de Barro. Fotografia de Du Zuppani. Reprodução unicamente para divulgação. Direitos autorais preservados.

http://www.fotonatural.com.br


"Amor a vida!

A vida e nosso planeta nos presenteiam com infinitos momentos únicos de belezas explícitas e ocultas. E rodeado desses presentes nos tornamos "caçadores de imagens". Imagens estas que acontecem e coexistem com o homem a todo o momento. Imagens reais, mas apresentadas de forma subjetiva pela arte da fotografia. E essas buscam revelar algumas possíveis visões que podemos ter de nossa vivencia nesse ambiente perfeito que fazemos parte.

Com a máquina fotográfica em mãos vamos para a janela de casa, para a praça da cidade, praia, metrópole, paisagem rural, para as florestas e ecossistemas silvestres. Amigos a todo o momento indicam onde e quando podemos realizar novas fotografias. Tudo isso com respeito à cultura de cada lugar e minimizando impactos ao ambiente.

Na realização das fotos e também no processo de tratamento digital, que é necessário ao nosso tipo de equipamento e trabalho, não criamos situações e momentos artificiais, com isso, tornamos a ética profissional das informações produzidas por nós uma marca artística também. Assim, buscando sempre a beleza e as sensações que cada lugar pode nos passar, pretendemos sensibilizar o ser humano para a grandiosidade que é o amor pela vida."

Apresentação do CONCEITO do blog FOTO NATURAL http://www.fotonatural.com.br/ uma das melhores galerias de fotografia e arte do Brasil. Vale a pena dar uma boa olhada. Imagem de Du Zuppani. Mamangava - Mata Atlantica. Reprodução unicamente para divulgação. Direitor autorais preservados.

Av. da Universidade: Corredor Político e Cultural de Fortaleza


A República do Benfica. Assim era conhecido o Centro de Humanidades da UFC naquela épocaO espaço localizado no cruzamento das avenidas 13 de Maio com a da Universidade, se estendendo até à Faculdade de Direito, concentrava grande parte das atividades e cursos da instituição nos anos 60.

"Era o centro das atividades políticas", lembra Messias Pontes, ganhando destaque ainda maior no ano de 1968, considerado o auge do movimento estudantil no Brasil. O Clube dos Estudantes Universitários (CEU) fez história também no Ceará.Não apenas por suas concentrações políticas, mas por suas festas também.

Merece destaque também a Faculdade de Arquitetura. A Avenida da Universidade foi palco de passeatas históricas, sobretudo, durante o ano de 1968. As concentrações aconteciam na Praça José de Alencar, onde as lideranças falavam, seguindo para a Praça do Ferreira. Antes, uma parada também na Praça da Bandeira. No Centro, as pessoas jogavam papel picado, apoiando os estudantes que, nem sempre, eram compreendidos pela repressão política.

Os estudantes de Fortaleza foram dos primeiros do País a promoverem passeatas em protesto contra as prisões do Congresso Nacional dos Estudantes (UNE) realizado em Ibiúna, em São Paulo. Reportagem do DIARIO DO NORDESTE, do Caderno 3, deste Domingo, 11/05/ 2008. Fotografia do arquivo.

Marcas de uma geração: 1968


O ano era 1968 e corria a Primavera européia. A juventude, pelo menos no mundo ocidental, desencadeava uma onda de protestos contra a burocracia das instituições, além de reivindicar liberdade e uma sociedade mais justa. Foi isso o que fizeram os estudantes franceses que protagonizaram o Maio de 68. Jovens balançaram estruturas, apostaram nas utopias e lutaram para mudar o mundo. Aqui no Ceará houveram repercussões deste movimento. Estavamos em plena Ditadura Militar.

Reprodução de matéria especial do Diário do Nordeste, com intuito de divulgação. Direiros autorais preervados.

Parque Parreão está totalmente abandonado


Uma área verde e espaço público belíssimos, que acompanham o trajeto do Riacho Parreão, local que deveria servir para o lazer e a prática de caminhada tornou-se ponto de assaltos por conta do abandono. O Parque Parreão, localizado por trás do Terminal Rodoviário Engenheiro João Tomé, está com sérios problemas de infraestrutura, abandono de manutenção e conservação e, tornou-se cenário de constantes assaltos, trazendo receio para quem trabalha ou passa por ali.


As justificativas da Prefeitura Municipal de Fortaleza, através da Secretaria ExecutivaRegional IV, responsável de manutenção da área, são as de sempre: "que nos próximos dias será contratada um nova empresa de manutenção e conservação".


Matéria do Diário do Nordeste, de hoje, 11/ 05/ 2008, com imagem publicada na mesma, registrando a sua de abandono e falta de manutenção. Fotografia de Daniel Roman. Direitos autorais preservados.

sábado, 10 de maio de 2008

A terra encantada do vale-tudo


Artigo de Marcos Sá Corrêa, jornalista e fotógrafo, formado em História e que escreve na revista Piauí e no jornal O Estado de S. Paulo. Foi editor de Veja e de Época, diretor do JB, de O Dia. em O ECO http://www.oeco.com.br/ uma agência de notícias ambientais sem fins lucrativos que montou uma rede de colaboradores que traz reportagens exclusivas dos recantos mais escondidos do país. Um dos melhores sites verdes do Brasil.

Custou um pouco, mas este mês o Brasil emplacou seis páginas e meia na Adventure, a revista da National Geographic voltada às viagens e ao esporte, desde que eles sejam radicais. O país deve a honra a uma reportagem de John Falk, que semanas antes escrevera sobre “um banho de espiritualidade” na Índia, onde cantou hinos em sânscrito sem levar a sério o ioga.

Desta vez, Falk veio a Curitiba. Elogiou a cidade, como “uma fatia da Europa posta no Trópico de Capricórnio”, e botou um olho clínico nas cutiritibanas. Mas comprimiu esses elogios em meio parágrafo. Seu interesse era outro, e bem específico. Ele veio a Brasil para mergulhar por duas semanas numa academia local de Chute Boxe.

Modéstia à parte, o Brasil é o berço da luta-livre, nascida por estas bandas há quase um século, quando os patriarcas da família Gracie misturaram os rituais do judô japonês com a pancadaria genérica do vale tudo sem fronteiras. Nos Estados Unidos, esse esporte custou a pegar. Mas entrou por cima, via Beverly Hills. Já ultrapassa, de longe, com 223 milhões de dólares contra 177 milhões, a renda do boxe tradicional, graças à audiência paga dos campeonatos de Ultimate Fighting nos canais fechados de TV.

Falk foi correspondente de guerra. A camiseta esticada sobre sua compleição de guarda-costas, que ostenta nas fotografias da reportagem, deu-lhe motivos de sobra para acreditar, em passeios por Curitiba, que as ruas da cidade são perfeitamente seguras, apesar do que afirmam as estatísticas policiais. Ele pratica luta livre na Califórnia. Mas, lá, a liberdade dos ringues esbarra em regulamentos que vedam golpes baixos ou potencialmente fatais. Aqui, sem tantos pruridos legalistas, o vale tudo é risonho e franco, mesmo fora do noticiário sobre a administração pública. E Falk para a casa reconhecendo que “não passa de um escritor com forma de ameixa surfando as margens da meia idade”. Sem entranhas, portanto, para encarar o desafio brasileiro.

Sua tentativa nos valeu, pelo menos, a atenção este mês de uma revista em que, geralmente, as aventuras não extravasam a cota de adrenalina da canoagem nos rios selvagens do estado de Oregon, das escaladas no monte Rainer ou das travessias nos labirintos gelados do litoral canadense.

O Brasil, pelo visto, é dose para amadores. Deve ser por isso que há muito tempo vem sumindo do mapa, não só nas páginas editoriais, como nos anúncios classificados da Adventure.As agências especializadas fazem o possível e o impossível para dar impressão de que o mundo, em geral, está crescendo ao ar livre. Há uma verdadeira corrida para os vulcões, as selvas e as praias remotas da Costa Rica, por exemplo.

A Croácia, mal saída da guerra civil, tem programas variados para ciclistas, trekkers e remadores. O Himalaia e o Ártico estão ao alcance de ligações gratuitas, tipo 0800. Leões, elefantes, focas, baleias e gorilas andam em oferta nos dois hemisférios. Até a fauna nativa das florestas latino-americanas entrou na moda, pelo menos no Panamá, no Equador e na Patagônia. Alguém quer Amazônia? Sugere-se a peruana, em Tamshiyacu-Tahuayo.

Porque este é um mercado em que o Brasil está cada vez mais longe do grau de investimento. Ficou pequeno, senão invisível. Parece menor do que a Guatemala. Pelo visto, e sobretudo pelo não visto na Adventure, nosso descaso pelo patrimônio natural começa a nos render dividendos.
Imagem de capa do Blog O ECO de Marcos Sá Corrêa. Chegada de tempestade na Praia em Trancoso, no litoral da Bahia, em que o tempo instável. Registro Canon Powershot S-60 com velocidade 1/1000 e diafragma 8, em ISO 50. Matéria reproduzida para efeito de divulgação. Direitos autorais preservados.

sexta-feira, 9 de maio de 2008

II Seminário Internacional de Turismo Sustentável, em Fortaleza

Entre os dias 12 e 15 de maio de 2008, será realizado, no CEU/ Condomínio Espiritual Uirapuru, em Fortaleza, o II Seminário Internacional de Turismo Sustentável (SITS).Comunidades tradicionais, acadêmicos e representantes de Estado estarão reunidos para discutir outras perspectivas de turismo.

A iniciativa dá continuidade ao processo de construção de um novo modelo de turismo iniciado em 2003, quando ocorreu o I SITS, também em Fortaleza. O objetivo é afirmar o turismo comunitário como estratégia de afirmação da cultura das populações tradicionais, da preservação ambiental e da economia solidária; dar visibilidade ao debate acerca dos impactos do turismo convencional; e promover o intercâmbio e articulação em rede de experiências de turismo desenvolvido a partir das perspectivas de turismo comunitário, solidário e sustentável.

As discussões serão norteadas por cinco eixos temáticos: “Mercado, trocas solidárias e Marketing”, “Políticas Públicas e Desenvolvimento Sustentável”, “Turismo Comunitário Solidário de Base Local”, “Turismo e Impactos Sócioambientais” e “Turismo em Unidades de Conservação”.

Mais informações no site: www.sits2008.org.br

quinta-feira, 8 de maio de 2008

Os dez melhores sites verdes do Brasil


O movimento ambiental brasileiro tem uma rede crescente de colaboração na Internet. As principais organizações ambientalistas oferecem sites especiais com informação e militância ecológica. A Época participa com o Blog do Planeta dentro da seção especial Pense Verde, com nossas reportagens ecológicas.


Essas iniciativas inspiraram cidadãos comuns a montarem blogs individuais ou coletivos que organizam campanhas e debatem os principais dilemas de quem busca uma vida mais sustentável para o planeta.


Repare como todos esses ciberativistas verdes linkam-se uns aos outros. Na militância pela Internet, um apóia o outro e todos crescem juntos. Mais ecológico, impossível. A seguir, os dez sites mais ativos no ecossistema virtual do país.



A organização tem a mais completa base de dados sobre os povos indígenas do Brasil, mapas com o estado da Amazônia e informações sobre as áreas de conservação.



A agência de notícias ambientais sem fins lucrativos montou uma rede de colaboradores que traz reportagens exclusivas dos recantos mais escondidos do país.



A ONG militante sabe cativar os internautas. Oferece vídeos engraçados, blogs dos ativistas e notícias das ações do Greenpeace pelo mundo. É um convite à ação ecológica.


Faça sua parteA empresária carioca Silvia Schiros começou um blog que acabou virando uma ação coletiva com mais outros 11 blogueiros. Gente comum que ganhou relevância na rede.



A organização ambientalista montou um site com informações atualizadas sobre as principais questões ecológicas do mundo. É uma fonte de referência completa.


Mude o MundoO blog do escritor e ilustrador Fábio Yabu é movimentado. Dá dicas para uma vida ecologicamente correta, sem perder a elegância.



Os autores do banco de fotos Imagem Brasil Fotoarquivo, especializado em paisagens naturais, montaram um blog para promover a preservação dos belos cenários nacionais.



Gabriela Vuolo, especialista em alimentação do Greenpeace, criou um blog pessoal para debater agricultura orgânica e alimentação saudável, do ponto de vista militante.



Inspirado no Movimento Ludita, revolta operária inglesa do século XVIII contra a mecanização, o blog prega alternativas para a cultura do automóvel.



O portal de notícias especializada em ecologia apresenta a cobertura mais completa do tema. Você pode até buscar por assunto específico.


Publicado no Blog do Planeta http://www.blogdoplaneta.globolog.com.br/
Imagem do Parque do Cocó, em Fortaleza. Banco de Imagens Ibi Tupi. Fotografia de Daniel Roman. Direitos autorais preservados.

quarta-feira, 7 de maio de 2008

Sobre medidas de mitigação dos efeitos do CO² e "outras conversas" mais

E surgem agora, da parte da empresa MPX, informações sobre uma proposta de mitigação dos efeitos do CO², com a divulgação de dados de ficção científica, tais como estaria patrocinando pesquisas para o desenvolvimento de "algas comedoras de CO²" que "ficariam nadando em umas piscininhas, ao redor da termoelétrica". Só que não conseguem explicar porque a implantação de uma usina geradora à carvão mineral, que viria da África do Sul, em uma região que tem a maior intensidade de ventos do Brasil, que poderia muito bem utilizar-se desta tecnologia para geração de energia. Além de outras pesquisas da COPPE/ UFRj que comprovam que é possível gerar energia das ondas do mar, em quase litoral do Nordeste, também.

Ainda sobre a Termelétrica MPX do Pecém


"Pelo que parece é uma usina de 720MW de capacidade. É um bocado de CO2 jogado no ar. Para efeitos comparativos, Angra 1 tem pouco mais de 600Mwe. Se ela fosse a base de carvão (e não de urânio), seriam necessários 220 vagões de carvão diários. em 40 anos : Angra 1 : 1000 ton/CO2 Essa da MPX: 40 milhões de ton/CO2. Mais ou menos isso ... Solar = mais gCO2/Kw do que a nuclear, segundo o Edouard Stenger". Segundo postagem no Blog do Planeta http://www.blogdoplaneta.globolog.com.br/ em 30/04/2008.

terça-feira, 6 de maio de 2008

A única voz em contrário é a coluna POLÍTICA, do Jornal O POVO

Mais um excelente comentário do Jornalista Fábio Campos, em sua coluna POLITICA, do Jornal O POVO, com data de hoje, 06/ 05/ 2008 sobre a invasão e depredação do Campus PICI/ UFC, que reporduzimos integralmente aqui para efeito de divulgação.

HÁ SENTENÇA QUE PEGA E OUTRAS QUE NÃO PEGAM

O tema invasão da UFC se mantém de pé. O prazo que o Judiciário havia determinado para que os invasores se retirassem do Campus da Universidade Federal se encerrou às 9 horas da manhã de quinta-feira. Sabem o que aconteceu? A invasão se manteve e até aumentou. Creiam. Na noite de ontem, não houve aulas noturnas no Campus do Pici. Por medida de segurança, a Reitoria decidiu suspendê-las. Lá, à noite, 600 estudantes pobres freqüentam um cursinho pré-vestibular mantido pela UFC. Outra medida: sem apoio das forças policiais que se recusaram a acudir a Universidade, a Reitoria aumentou a cota de seguranças privados. É a tentativa de impedir a invasão dos prédios das salas de aulas, departamentos e laboratórios. Muitas mensagens continuam chegando à Coluna. Rigorosamente todas indignadas com a permissividade e omissão com que a nossa política e as instituições públicas estão tratando o caso. Um grupo da Prefeitura ligado à habitação popular e à guarda municipal andou por lá. Foram sugerir idéias inusitadas para a Reitoria. Coisas como distribuir cestas de alimentos e colocar caminhões à disposição para os querem se retirar. A Reitoria disse o que tinha a dizer: não é papel da UFC fazer tal coisa.

ATÉ O DCE PROTESTA. NOSSOS POLÍTICOS SILENCIAM

Até o movimento estudantil resolveu protestar. Ontem saiu uma nota do Conselho de entidades do DCE. “Defendemos o direito à moradia assim como o direito legítimo à manifestação, mas ressaltamos que não concordamos com o constrangimento e agressão à comunidade universitária, depredação do patrimônio público (muro da UFC, CEDE-FAM e equipamentos do Parque Esportivo), assim como a paralisação das atividades da Universidade que foram ocasionadas pela ação dos ocupantes”, diz a nota. Atenção para um trecho de uma nota divulgada pela UFC na sexta-feira: “Os invasores, entre os quais foram identificadas figuras de diferentes extrações políticas - inclusive representantes das forças mais conservadores - não se identificaram como grupos organizados. Não colocaram sua assinatura no cenário da invasão, nem mesmo conseguiram harmonizar-se entre si. Remanescentes de episódio idêntico, registrado anteriormente no mesmo local, tinham ciência de que o terreno invadido é propriedade da UFC e, mesmo assim, para servir a seus objetivos oportunistas, divulgaram versões mentirosas sobre a posse da área”.

"EDUCADOR SOCIAL" CONTA COMO É O "ESQUEMA"

No ponto registrado acima, a Reitoria precisa dar esclarecimentos. Nota-se que há identificação de “diferentes extrações políticas”. Quais são? A nota fala em “representantes de forças conservadoras”. De que e de quem se trata? Que forças conservadoras? Será que a Reitoria está caindo no lugar comum de que o progressista é o que se identifica com a esquerda e o conservador é o resto? Como se um fosse moralmente superior ao outro. Atenção: um leitor, que se identifica como “educador popular” e pedagogo, oferece uma pista: “Quando soube quem está liderando não me surpreendeu porque é um cabo eleitoral viciado da Favela do Papoco. Se você buscar a história dele, desde os anos 80, vai descobrir que, há décadas, ocupa terras em véspera de eleição. O esquema é seguinte: antes, ele faz o cadastro e promete casa dizendo que será dada por um político. Em seguida apresenta o político e, por trás, negocia os votos cobrando dinheiro do candidato e infra-estrutura para a ação”. Alô Prefeitura, o mesmo leitor se declara informado de que a próxima invasão será no terreno do Jóquei Club, lá onde Luizianne Lins quer construir um hospital.

"ASSISTIMOS A TUDO IMPOTENTES"

Nossa representação política come moscas, mas a sociedade reage. Vejam o que uma empresária escreveu: “Liguei para o presidente da Codece, o presidente da Fiec, o secretário da Indústria de Maracanaú e para toda a diretoria da Associação das Empresas do Distrito Industrial de Maracanaú aconselhando que lessem a Coluna. Excelentes e pertinentes todos os artigos sobre a invasão nos terrenos da UFC e dos 160 hectares do governo do Estado que seriam destinados às indústrias. Quero comunicar que neste caso os lotes destinados aos invasores são de 50m x 50 m e em alguns casos 60m x 60m. Uma das construções assemelha-se a um restaurante e fica em um dos pontos mais altos. Árvores, como Carnaúbas, foram cortadas. O Ibama e a Semace não se pronunciaram. A Coelce foi desligar a energia ligada clandestinamente e os funcionários foram ameaçados. Ficamos assistindo a tudo isso impotentes". Detalhe: a empresária optou por não se identificar temerosa de retaliações.

Campus PICI/ UFC "vira terra sem lei"

É a principal manchete do Jornal O POVO, de hoje, 06/05/ 2008. Pois após doze dias de ocupação do Campus do PICI da UFC/ Universidade Federal do Ceará. A Reitoria ainda aguarda a execução da ordem judicial para a desocupação do terreno, que foi expedida no dia seguinte à invasão, 25 de abril, pelo juiz substituto Felini de Oliveira Wanderley, da 5ª Vara Federal. Conforme a ação, as 400 famílias que havia no local deveriam sair da área até a quinta-feira passada, 1°. No entanto, segundo a UFC, mais famílias se agruparam ao movimento desde a última sexta-feira.

segunda-feira, 5 de maio de 2008

Os dez melhores sites verdes internacionais


Nos últimos meses, a evolução da consciência ecológica global foi acompanhada pela multiplicação de sites e blogs com notícias, serviços e ativismo ambiental. A Internet, como seu espaço natural para participação democrática – qualquer um pode criar o seu blog e virar um militante ambiental influente – é o terreno mais fértil para cultivarmos os novos valores, hábitos e tecnologias rumo a um planeta mais hospitaleiro e saudável. O Blog do Planeta preparou uma lista com os melhores sites sobre meio ambiente e vida ecologicamente inspirada.

Grist
Virou o principal portal de ecologia americano. É bastante centrado nos problemas e soluções dos Estados Unidos. Mas traz novidades instigantes para todos nós.

Tree Hugger
Você não precisa abraçar árvores para ficar em paz com a natureza. O Tree Hugger é um dos melhores pontos de referência para levar uma vida com menos impacto ambiental.

Dot.earth
Em seu blog, o repórter Andrew C. Revkin do jornal New York Times investiga os esforços para que nosso planeta sustente 9 bilhões de pessoas com conforto.

New Scientist
O blog é alimentado pelos repórteres e colaboradores da revista britânica New Scientist. Tem posts originais e provocantes sobre o tema.

Real Climate
O meteorologista americano Roger Pielke montou um blog para desfazer as confusões em torno da ciência das mudanças climáticas. É um dos pontos de encontro entre os pesquisadores e o público interessado.

EcoGeek
O blog conta o dia-a-dia da revolução tecnológica que promete ajudar a salvar o planeta e ainda preservar o nosso confortável estilo de vida.

Greenpeace Internacional
A ONG montou um time criativo de ativistas que usa bem as armas da internet para pressionar empresas e governos. Experimente tentar ficar impassível diante deles.

Edouard Stenger
O blog independente do pesquisador francês Edouard Stenger sempre traz alguma análise sensata e diferente do que você está lendo nos outros lugares.

Natural History Museum
Conhecer e entender o mundo natural nos dá motivos para defendê-lo. O site do Museu de História Natural de Londres é uma expedição sem fim.

Planet Nature
A elite da ciência publica suas pesquisas na revista britânica Nature e troca idéias no blog. É ali que está a fronteira do conhecimento sobre natureza, genética e ciência em geral.
Postagem do Jornalista Alexandre Mansur no http://www.blogdoplaneta.globolog.com.br/. Reproduzido para efeito de divulgação. Direitos autorais preservados.

Governo do Ceará apresentará proposta à UNESCO

Um grupo de trabalho coordenado pela Secretaria das Cidades do Estado se dedica por estes dias a elaborar uma proposta para convencer a Unesco - órgão da ONU - que o Ceará é a sede ideal a IV Conferência Internacional de Geoparks, em 2010.

Aqui se encontra o Geopark Araripe, o único reconhecido pela Unesco nas Américas e no Hemisfério Sul. O secretário das Cidades, Joaquim Cartaxo, diz que a vinda da Conferência garantiria ao Estado reconhecimento por ações de preservação patrimonial, educação científica, meio-ambiente e desenvolvimento e turismo sustentável.

Notícia da coluna COMUNICADO do Jornal DIARIO DO NORDESTE, de hoje 05/ 05/ 2008.

domingo, 4 de maio de 2008

Pecém: a Cubatão do Século XXI?

Vale a pena conferir este artigo publicado no jornal O POVO, na edição de 12/09/2007

"Em meados de julho, noticia-se que um consórcio luso-brasileiro implantará, no complexo industrial do Pecém, uma usina termoelétrica, movida a carvão mineral. Recentemente, a utilização do carvão como combustível é apresentada como "solução" para o impasse entre a Petrobrás e a Ceará Steel, em função do preço do gás natural para alimentar a siderúrgica do Pecém.

Notícias que nos remetem aos anos 70, século passado. Época do milagre econômico, do crescimento socialmente injusto e ecologicamente irresponsável do regime militar, que, durante a conferência de meio ambiente, em Estocolmo, 1972, afirmava que nossa maior poluição era a fome e que as indústrias poluentes seriam bem vindas ao Brasil. É dessa era, o desastre ambiental de Cubatão/SP, com graves danos causados à saúde daquela população.

Ocorre que estamos no século XXI. Depois de Estocolmo, tivemos a Rio 92, a Convenção do Clima e o Protocolo de Kyoto. Neste ano, fomos todos impactados pela série de relatórios do Painel de Mudanças Climáticas da ONU (IPCC) que, eliminou qualquer incerteza sobre a responsabilidade pelo aquecimento global e a relação de causa e efeito entre a emissão de gás carbônico (CO2) proveniente das atividades industriais e o aumento da intensidade dos fenômenos climáticos perigosos dos últimos anos, como os furacões Katrina, nos EUA, e Catarina, no Brasil, o primeiro da região do Atlântico Sul.

Dentre os combustíveis fósseis emissores de gases do efeito-estufa, o mais poluente é o carvão mineral. É ele o responsável por 41% de todo o CO2 liberado pela queima de combustíveis, segundo "Tim Flannery ("Os Senhores do Clima", Record). Quanto mais rico em carbono, mais perigo representa para o futuro da humanidade. Para se ter uma idéia de quão deletério ele é, cada tonelada de carbono emite 3,7 toneladas de CO2. Afora todas as suas impurezas, como o enxofre e o mercúrio, poderosos poluidores. Denuncia Flannery: "A vida média de uma termoelétrica a carvão é de cinqüenta anos e o CO2 que elas produzem vai continuar a aquecer o planeta durante séculos depois que forem desligadas".

O trágico é que se pretende construir essas duas indústrias no litoral do Ceará, avaliado como a região com maior potencial de geração de energia eólica do país, uma fonte limpa e renovável, que não tem tido nem apoio governamental nem mobilização política e social pela sua viabilização. Além do que, estamos sujando nossa matriz energética, às vésperas da reunião de Bali, que vai discutir o pós-Kyoto e onde se cobra do nosso país - rico em biodiversidade e quarto maior contribuinte do efeito estufa pelas queimadas de florestas - uma posição de liderança, como a de 1992.

Nesse sentido, não podemos aceitar a posição de lixo do planeta, tributária de uma visão de falso desenvolvimento que pensávamos estar superada. Nosso Estado, nosso meio ambiente e nosso povo não merecem isso".

João Alfredo Telles Melo - Advogado, professor de Direito Ambiental e Consultor do Greenpeace

sábado, 3 de maio de 2008

Um vergonhoso silencio no caso da UFC

Este é o título do artigo da coluna POLITICA, do Jornal O POVO, escrito pelo Jornalista Fabio Campos, que será publicado, na edição de 04/ 05/ 2008, uma crítica objetiva aos acontecimentos e a omissão das autoridades constituídas, meio político, formadores de opinião e representantes da sociedade civil.

O caso da invasão do Campus do Pici está repleto de questões cruciais. Ontem, a providencial nota da Reitoria. A nota colocou as coisas como elas de fato são. Chamou a invasão de invasão e não de ocupação. Tratou o caso como “vandalismo” e “agressão” de “oportunistas”, além de afirmar publicamente que havia oficialmente convocado as forças policiais para impedir a invasão e a depredação do patrimônio público. Quanto à nota, apenas uma observação. Ela começa dizendo que “a sociedade cearense manifestou nos últimos dias, através da imprensa e por outros meios, seu repúdio à agressão sofrida pela Universidade Federal do Ceará, com a invasão do Campus do Pici.” Infelizmente, não foi bem assim. Tais manifestações foram parcas. A apenas uma tímida nota da Associação dos Docentes da UFC e as notas oficiais da Reitoria relatando o caso. Fora isso, o espaço desta Coluna foi o único que se apresentou por inteiro a serviço da defesa da Universidade e do patrimônio público. Através dela, veio a manifestação indignada de alguns leitores. No mais, o silêncio absoluto. Não se viu uma só entidade da sociedade na defesa da UFC. A nossa representação política, em grande parte diplomada nos bancos da UFC, se manteve mergulhada num vergonhoso e lamentável silêncio.

O PASSADO É UMA ROUPA QUE NÃO NOS SERVE MAIS

Prevalece em muitos o pensamento anacrônico de que as chamadas “lutas sociais” estão acima da lei. É como se estas fossem dotadas de uma moral superior permitindo que pairem acima das regras estabelecidas pela democracia. Balela. Não há uma só “luta social” que não seja controlada por grupos políticos e/ou oportunistas comerciais. Desde o início da polêmica, a Coluna se manifestou mantendo permanente contato com a administração superior da UFC. Na sexta-feira, o reitor Josualdo Farias telefonou para a Coluna e relatou o papel desempenhado pela mesma. Papel determinante, segundo ele, para o recuo da invasão. É essa a função do jornalismo. O atraso está nos contempladores do absurdo e do desrespeito às leis. Mais ainda naqueles que dividem a crença de que a força policial pública não deve ser convocada para garantir as liberdades individuais, a integridade física de estudantes e servidores, o pleno funcionamento da nossa UFC e a salva-guarda do patrimônio público. Estes só vêem a polícia como um braço armado repressor e assassino. Um inimigo. Ora, se há dúvidas quanto ao preparo da Polícia para agir em situações de conflitos de rua, que se prepare. O passado ficou pra trás. A repressão também. Muitos ainda não se acostumaram com a idéia de que a função da polícia não é mais a da República Velha, da Comuna de Paris ou da Ditadura. Os tempos mudaram e o império é o da lei, da Constituição.

O ATRASO E OS PÓLOS QUE SE ENCONTRAM

É essa concepção atrasada a grande culpada por muitas das nossas desgraças urbanas. Tomem-se as nossas calçadas. É para o coitadinho vender suas bugigangas chinesas contrabandeadas. Ocupem as ruas do Centro e as calçadas da Catedral. É para os pobres dos mercadores venderem suas confecções sem nota fiscal. Deixem ocupar as margens da lagoa. Afinal, só querem uma casinha. Invadam o Campus da Universidade. Eles só querem um pedacinho de terra para fazer um puxadinho ao lado do Departamento de Química. Montem biroscas para vender bebidas e comidas de origem duvidosa. Nossos adolescentes, trôpegos, agradecem. Deixem proliferar o transporte clandestino mesmo sem cumprir regras mínimas de segurança. É uma rendinha a mais. É como se a UFC fosse responsável pelo déficit habitacional. É como se o cidadão que precisa de ruas e calçadas livres tivesse que pagar pela proliferação do trabalho informal. É o pensamento que acha que séculos de exploração dos pobres por uma elite escravocrata, voraz e despreparada justificam todo tipo de abuso dos que supostamente são sem-posses. Na outra ponta, os mais endinheirados que acham que também podem tudo. Atentem que esses também tomam ruas e calçadas, invadem áreas de proteção ambiental e tomam áreas públicas de assalto. Dois pólos que se encontram. O tacape da lei neles.

EM BENEFÍCIO DOS MAIS FRACOS, A REGRA

Infelizmente, é esse pensamento retrógrado que vigora na mente de muitos de nossos dirigentes públicos e de muitos ditos “intelectuais de esquerda”. A nossa política está impregnada de omissão. O que importa é o imediatismo de um voto e o aplauso fácil. Mal sabem o erro que estão cometendo. Mal sabem que o cidadão clama por regra. A regra quando estabelecida e levada a cabo sem distinções é um fator extremamente favorável aos mais pobres e mais fracos. Está nisso todo o sentido de democracia. Por fim, a contribuição de um leitor: “Os políticos omissos, interessados em guetos de votos sem compromisso com a democracia e o bem estar da sociedade, serão, em breve, os excluídos. Os que acham que não devem satisfação à sociedade por arrogância, onipotência e principalmente por ignorância dos seus papéis, serão implacavelmente esquecidos. A realidade e os fatos, são mais fortes”.

A invasão do Campus PICI/ UFC continua


Continua em aberto a questão da invasão e depredação do Campus PICI da UFC. Apesar da liminar conseguida pela Universidade para reintegração de posse dos setores invadidos, a situação permenece e aproximadamente 1.500 pessoas se autonomeiam os novos ocupantes do campus.


A ocupação já completa nove dias hoje e tem afetado as atividades da Universidade. De acordo com a própria UFC, as aulas do período noturno e as atividades do Pólo Esportivo e do CEDAFAM/ Centro de Desenvolvimento Familiar, um programa de extensão que beneficia 4.500 famílias na comunidade, entre outros serviços, foram suspensos. Estão comprometidas a integridade física dos usuários, professores, estudantes e funcionários e o valioso patrimonio de instalações e equipamentos.


Nenhuma manifestação das autoridades sobre a situação foi registrada, a não ser os registros e reclamos e ações administrativas da própria Reitoria da Universidade que luta pela reintegração de posse, embora se tenha entre as mais altas autoridades do Estado do Ceará e Prefeitura Municipal de Fortaleza, professores do quadro da Universidade.
Registro de imagem do Jornal O POVO, desta data de 03/ 05/ 2008. Fotografia de Evilazio Bezerra. Reproduzida por este blogspot unicamente para divulgação. Direitos autorais preservados.

sexta-feira, 2 de maio de 2008

O PLANO CIPP já havia alertado contra os riscos do "Efeito Cubatão" no Pecém

O PLANO CIPP - Plano de Estruturação Regional da Área de Influência do CIPP/ Complexo Industrial Portuário do Pecém(1999/2001) - elaborado, por solicitação do Governo do Estado do Ceará, através do PROURB/ CE, financiado pelo BIRD/ Banco Mundial, com objetivo de integrar as diretrizes dos PDDU/ Planos Diretores de Desenvolvimento Urbano dos Municípios de Caucaia e São Gonçalo do Amarante e o Plano de Implantação Industrial do Complexo - já alertava para a modelagem inadequada do CIPP que concentrava de maneira excessiva empreendimentos industriais de grande porte - siderúrgica, refinaria, complexo petroquímico, parque de estocagem de combustíveis e distritos industriais - ligados a industria de transformação em área de grande fragilidade ambiental que é a planície litorânea do litoral cearense.

Para mitigar os impactos decorrentes deste modelo industrial inadequado, do ponto de vista do desenvolvimento sustentável deveria ser consolidada de imediato a APA PECÉM de forma a criar um "cinturão de proteção verde" de proteção às situações de fragilidade existentes no entorno e os núcleos urbanos já consolidados, além de prevenir impactos sobre os equipamentos de turismo previstos à implantação na região.

As recomendações do PLANO CIPP também indicavam que seria muito mais adequado a postura de restringir e diminuir as áreas de ocupação destinadas ao complexo industrial, além de desconcentrar as mesmas. Caso contrário correríamos sérios riscos de ter entre nós o chamado "Efeito Cubatão", de intensa degradação ambiental ao entorno, como aconteceu naquele município litorâneo de São Paulo.

Todo este arcabouço de formulações se deu após a verificação de adequabilidade das situações existentes versus a proposição de industrialização pesada progressiva naquela situação do entorno do Pecém, que comprometeria não só o espaço natural, mas os novos empreendimentos ligados ao Turismo, como os complexos hoteleiros e resorts e, ao desenvolvimento imobiliário. Para melhor fundamentar as recomendações as equipes de trabalho realizaram visitas à Cubatão e ao Complexo Industrial Portuário de Sines, em Portugal, para conhecer "in loco" erros de implantação, como no caso de Cubatão, que comprometeram até a sobrevivencia da vida humana e acertos como no caso do Complexo Sines.

Entretanto, depois de todos estes anos e recomendações prescritas, nenhuma coisa, nem outra foi realizada e agora ressurge a retormada da mesma idéia, agora com uma modelagem mais agressiva de implantar um usina termoelétrica movida a carvão mineral justamente em cima da bacia hídrográfica do Lagamar do Gereraú e ao lado do Parque Botânico de São Gonçalo do Amarante, ocupando inclusive parte da APA PECÉM, com as correias transportadoras de minério para abastecimento da usina a partir do Porto do Pecém.

A SEMACE/ Superintendencia do Meio Ambiente do Estado do Ceará, ignorando, de maneira comprometedora, toda esta situação e estudos e recomendações realizados resolve conceder licenças prévia e de instalação questionáveis, como estas, que agora são questionadas pelo Defensoria Pública.

O PLANO CIPP foi elaborado pelo Consórcio Técnico PPAU/ Espaço Plano/ Fausto Nilo sob coordenação dos Arquitetos José Sales/ Airton Ibiapina Montenegro/ Fausto Nilo e incluiu consultoria especial do Prof. Dr./Economista Roberto Smith e causou furor entre o "staff" governamental da época, mas foi acatado por conta da chancela do BIRD/ Banco Mundial.

quinta-feira, 1 de maio de 2008

Praia, sol e carvão


Fontes limpas de energia, como a eólica e a solar, ganham espaço diante das preocupações com o planeta. Enquanto isso, o Brasil está prestes a dar um passo para trás com a instalação de uma termelétrica de carvão mineral, no Ceará. O carvão mineral é uma das fontes de energia que mais poluem, pois liberam grande de CO2 na atmosfera.


A Defensoria Pública do Ceará recorreu a uma Ação Civil Pública para anular a construção da termelétrica. Segundo o autor da ação, Thiago Tozzi, o estudo de análise dos impactos ambientais que a usina causaria tem várias falhas que podem impedir o início das obras. Ele afirma que não foi apresentada uma solução para o grande problema do uso de carvão mineral, que é a emissão de gases responsáveis pelo efeito estufa.


A ação contesta que o estudo não considerou alternativas ao carvão mineral, como o gás natural que é menos poluente. Além disso, o estudo, aprovado pela Superintendencia de Meio Ambiente do Ceará, foi encomendado e pago pela própria empresa da termelétrica, a MPX. Tozzi disse ao jornal O POVO que a escolha do carvão mineral segue apenas à lógica de redução de custos e não considera os danos ao meio ambiente e comunidades. A ação foi elaborada depois que cidadãos procuraram Tozzi. “A população está apreensiva com o empreendimento” disse.As obras da termelétrica estão previstas para começar em maio.


Deu no blog do Planeta http://www.blogdoplaneta.globolog.com.br/ em postagem da Jornalista Thaís Ferreira. Reproduzido aqui, inclusive com a imagem, a título de divulgação.