quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Percursos urbanos

O Percursos Urbanos existe desde 2004 e desde então realiza uma incursão na cidade a cada semana. "Observamos que as pessoas têm uma relação volátil com a cidade. Por exemplo, quando vão morar ou passar tempo fora, voltam e acham tudo diferente. Mesmo quem mora aqui reclama que a cidade não gera essa coisa da pertença, há sempre um comparativo com outras cidades do Nordeste", detalha Monteiro.

"Há também a coisa do apartheid social, as pessoas ficam ilhadas em ´pequenas cidades´, que pouco se atravessam, pouco se conhecem ou se misturam", pontua a integrante da ONG. Nesse sentido, Monteiro afirma ser importante a experiência do Percursos, ao juntar habitantes em um ônibus para atravessarem juntos a cidade. "A partir daí eles estabelecem uma relação menos superficial com a cidade, diferente daquela criada por meio da mídia ou pelo olhar do turista", acredita Monteiro.

"Trata-se de uma experiência afetiva presencial, a partir do corpo, tanto com Fortaleza quanto com outros atores sociais", complementa a produtora. Além do mediador que conduz o passeio, os próprios participantes também levam seus conhecimentos sobre o tema e sugerem questionamentos. "O mediador não é emissor magistral de conteúdo. Ele tem um saber legitimado, mas também abre espaço para contribuições", pontua Monteiro

Para conduzir os passeios e definir temas, a ONG procura tanto pessoas ligadas às Universidades quanto representantes do saber popular, reconhecidamente sabedoras dos assuntos tratados. "Temos um conselho bem diverso, composto por arquitetos, urbanistas, cientistas sociais, psicólogos, enfim, gente de diferentes perfis para ver a cidade de várias formas. Temos uma reunião online de pautas, além das sugestões dos participantes dos percursos. A cidade é infinita e os assuntos pouco se repetem", comemora Monteiro.

Outra iniciativa semelhante é o projeto "História passo a passo", que promove caminhadas culturais pelo Centro Histórico de Fortaleza. A ideia, criada há 17 anos pelo turismólogo Gerson Linhares, até pouco tempo era mantida de maneira independente. Recentemente, o projeto passou a ter apoio da ONG Caminhos de Iracema.

Fonte: Diário do Nordeste Online

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