quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Fechamento das comportas do Castanhão é antecipado


Ações de contingência sobre uma eventual seca já estão sendo adotadas para garantir um abastecimento regular. Se vai chover pouco, muito, ou quase nem chover, a preocupação maior é para quem planta, colhe e vende os grãos e frutos que chegam à mesa cearense, seja em regime de sequeiro ou irrigado. A garantia de abastecimento doméstico é outra preocupação, embora assegurada pelo bom acúmulo de água nos açudes. Mas o pessimismo sobre a possibilidade de chuvas abaixo da média histórica, e muito mais abaixo da realidade do ano passado, está fazendo a COGERH/ Companhia de Gestão de Recursos Hídricos e DNOCS/ Departamento Nacional de Obras Contra as Secas adotarem ações para o que não querem definir como contingência de seca. A primeira foi o fechamento das comportas do Açude Castanhão ontem à tarde, dois dias antes do previsto.


Ninguém quer, nem pode, falar em seca sem um quadro mais definido sobre a situação das chuvas no Ceará. O que se tem é a probabilidade de 80% de chuvas abaixo ou em torno da média (45% mais 35%, respectivamente), de acordo com o prognóstico da Funceme para os meses de março, abril e maio.


O plano de deixar as comportas do Castanhão abertas até amanhã, 26 de fevereiro, foi revisto e ontem as quatro comportas que estavam abertas, liberando total de 100 metros cúbicos por segundo de água, foram fechadas, para que não se perdesse mais água para o mar - em 18 dias foram liberados aproximadamente 125 milhões de metros cúbicos de água. A intenção primeira era reduzir à cota 101 metros acima do nível do mar, para só depois decidir se continuavam abertas ou seriam fechadas as quatro comportas, baseado em prognóstico da Funceme. No entanto, a previsão meteorológica recente, confirmando a posição anterior, fez Dnocs e Cogerh apressarem o fechamento das comportas. Ontem o Castanhão estava com 74% de reserva e 4,96 bilhões de metros cúbicos de água, na cota 105,5 metros.


Fechadas as comportas, foi aberta uma das duas válvulas dispersoras da barragem do Castanhão, com 16 metros cúbicos de água por segundo, para garantir o fluxo de água para abastecimento humano das comunidades próximas e dos perímetros irrigados do agronegócio. As comportas da barragem do Banabuiú continuam fechadas.


Fonte: Caderno Regional/ Diário do Nordeste. Fotografia Rodrigo Carvalho, em DN. Direitos autorais preservados.

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