sexta-feira, 23 de abril de 2010

MUPHI/ Museu da Pré História de Itapipoca


Uma visita técnica do MTUR/ Ministério do Turismo pode garantir, finalmente, as verbas para a construção do MUPHI/Museu de Pré-História de Itapipoca. Há dois anos o projeto não sai do papel e todo o acervo paleontológico pode ser conferido somente em uma sala de um shopping na cidade. Na manhã de ontem, o diretor de Infraestrutura do Ministério do Turismo, Roberto Bortolotto, visitou o "VALE DA MEGAFAUNA", acompanhado do prefeito João Barroso e do vice, Geraldo Azevedo.


Conforme Bortolotto, Itapipoca tem potencial para o turismo neste setor e o primeiro passo na viabilização do museu já foi dado. "Vou levar a proposta para o Ministério do Turismo, avaliar a viabilidade da obra. Temos até 2 de julho para conseguir alguma verba ou só depois de outubro, por causa das eleições presidenciais", diz. O projeto do MUPHI está orçado em R$ 7 milhões.


"O projeto também contempla que o prédio pode ser construído por etapas e isso garante que não se precisa de toda a verba logo no início", completa o diretor do MTur. O museu estava previsto de ser construído em 2008. No entanto, o MUPHI existe desde 2005, quando foi aprovada a Lei Municipal Nº 52/2005, responsável pela criação do Museu de Pré-História de Itapipoca, com a missão de formar equipes de Paleontologia, mapear ocorrências, executar escavações e preservar o patrimônio fóssil natural de Itapipoca.


De acordo com o prefeito de Itapipoca, João Barroso, o objetivo da visita é fazer um levantamento do potencial turístico e paleontológico a ser explorado na região. "Iremos decidir juntamente com o Ministério do Turismo os recursos para a construção do Museu", diz. O estabelecimento teria, conforme um projeto prévio, Centro de Visitantes e o Salão de Eventos, além de Museografia, destinada para alocar todas as peças encontradas e que compõem o acervo.


Atualmente, o MUPHI possui mais de 10 mil peças arqueológica e a maioria se encontra espalhadas por museus nacionais e também no exterior. A cidade de Itapipoca é reconhecida no meio acadêmico desde a década de 1950, quando os primeiros pesquisadores visitaram o local e publicaram artigos científicos com estudos locais.Mas as queixas e denúncias de moradores, que assistiram ossos gigantes de animais pré-históricos serem escavados e levados embora, nunca cessaram. Por isso, todo cuidado ainda é pouco para manter a preservação da história de uma cidade.


"Do total de peças encontradas, possuímos cerca de mil peças catalogadas que estão no Município e ainda mais cinco mil esperando para ser catalogada", diz o prefeito. No entanto, os trabalhos para verificar novas descobertas estão paralisados. Segundo o gestor, não há condições financeiras para dar continuidade às escavações. "Não temos condições de fazer a limpeza, a identificação das peças, mas acredito que nosso potencial é muito grande para a Paleontologia". No momento, as peças são guardadas em diversos estabelecimentos da Prefeitura Municipal e não podem ser reveladas por uma questão de segurança. Para o secretário de Cultura e Turismo de Itapipoca, Alex de Sousa, a construção de um prédio para o museu será importante para dar continuidade aos trabalhos de pesquisa.


A criação do Museu de Pré-História de Itapipoca é a pedra fundamental para que os fósseis encontrados nos nove sítios paleontológicos (João Cativo, Pedra d´Água, Jirau, Cajazeiras, Lajinhas, Coelho, Rio Cruxati, Baleia e Lagoa do Osso) permaneçam em Itapipoca. Assim, é uma forma de evitar que todo o material coletado e catalogado seja transferido para outros centros de pesquisa. Localizada no sopé norte da Serra de Uruburetama, distante 130Km de Fortaleza, o "Vale da Megafauna" concentra um dos mais belos e significativos conjuntos de depósitos fossilíferos, do tipo tanque, da região Nordeste do Brasil.


A área do "Vale da Megafauna" possui 800 quilômetros quadrados, entre os rios Mundaú, localizado a Leste, e Cruxati, na parte Oeste da cidade, e onde há 10 mil anos viviam animais pré-históricos. Atualmente, só os alunos de escolas públicas e particulares visitam o local, mas reconhece que à medida em que forem investidos em nova estrutura, a visitação aumenta. "Esse museu é demandado pelo país há muito tempo. É uma forma que temos de mostrar à sociedade que possuímos riqueza na área paleontológica".


Fonte: Caderno REGIONAL/ Diário do Nordeste.Ilustração Tato Araújo.

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