sábado, 3 de abril de 2010

Sobre o Programa de Arborização Urbana do Crato

Parece que está havendo um grande incompreensão com o Programa de Arborização Urbana do Crato, que foi redomendado no PRU CRATO/ Plano de Requalificação Urbana do Crato, exaustivamente exposto e debatido quando realizado, em sua versão original em 2005 e em sua revisão 2009. No mesmo, constam recomendações de toda ordem afeitas a requalificação urbana propriamente dita - Centro Cultural do Araripe/ Estação Crato é uma delas, requalificação da Encosta do Seminário e "Vulcão" é outra - proteção e preservação do ambiente e da paisagem - arborização é uma delas, praças centrais do Crato é outra - melhorias e ampliação do sistema viário, habitação social, integração regional - Centro de Convenções do Cariri e Parque Histórico Regional do Caldeirão de Santa Cruz do Deserto são duas delas. Pelo que me consta tudo isto foi amplamente divulgado, debatido e editado. Não se registram improvisações de nenhuma ordem.

A "coisa"foi planejada e bem "planejadinha", com todos os seus detalhes. Foram escolhidas várias situações relevantes para arborização. Em algumas situações, como no Centro Cultura Araripe/ Estação Crato, foi composta uma proposta de arborização intensiva, onde foram dispostos quatro bosques, com quase 220 especies. No caso das avenidas, tendo como exemplo a Av. José Marrocos, que dá acesso ao Parque de Exposições, mesmo com a exiguidade do canteiro central se julgou conveniente colocar arborização linear.

Não entendi bem, as colocações do colega Luís Carlos Salatiel. Registro que há uns bons 7, quase oito anos, por convite do Prefeito Samuel Araripe e até antes, que me dedico a estudar o Crato e seus potenciais de desenvolvimento urbano. Neste roteiro participei da autoria do PRU Crato e de alguns dos principais projetos estruturantes contidos no mesmo - o Programa de Arborização Urbana do Crato - da Revisão do Plano Diretor Municipal e outros, onde em nenhum aspecto se registrou qualquer propositura improvisada.

Em nenhum momento chegaram os "caras da capital" a propor situações inadequadas aos "matutos" do Crato. Está aí o Centro Cultural do Araripe/ Estação Crato, que se transformou em um dos espaços referencias da Área Central do Crato e diretriz de requalificação urbana e edilícia na mesma.

Considerando que não existem viveiros de espécies adultas nativas, para transplante e replantio, em nenhum lugar do Estado do Ceará e que por outro lado, há uma enorme e abissal diferença entre a defesa em tese da vegetação nativa e a prática. Mais da metade da espeçies nativas plantadas, em geral, são depredadas pela população. Carecemos de procedimentos e práticas de educação ambiental.

No roteiro por definir soluções à arborização do Crato,conforme se imaginava, com a utilização de vegetação nativa de porte a ser transplantada. Neste item, conseguimos "doações"de touceeiras de macaúbas, nos arredores do Crato. O custo do equipamento e pessoal necessário - retroescavadeira, "muncks" e equipe de "transplantadores" - à realização do transplante tornou o mesmo irrealizável. O custo - benefício mais adequado era trazer palmaceas de viveiros existentes a 600km de distancia do Crato.

Cordialmente
José Sales

Arquiteto e outras atividades sempre correlatas à profissão. Graduado na FAUUSP em 1977/ Turma 1972. Atua na profissão em várias lides desde 1972. Professor da PUCCAMP entre 1978 e 1983. Do DAUUFC a partir de 1986.Sócio fundador da Brasil Arquitetura/ SP. Dirige a PPAU/ Projetos e Pesquisas em Arquitetura e Urbanismo, que tem hoje a denominação de Ibi Tupi Projetos e Consultoria desde 1979.

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