Desafiar formas, brincar com as sombras e volumes. Coisas do artista-engenheiro ou engenheiro-artista que é Sérvulo Esmeraldo, na exposição "Ocupação do Espaço", em cartaz até sexta-feira, no Centro Cultural Banco do Nordeste (CCBNB). O lugar tem tudo a ver com o artista, pois abriga algumas esculturas de sua autoria. Na praça Murilo Borges, ali na frente, encontramos a coluna em aço pintada de azul e, na entrada do centro, está posicionada a escultura "Quadrados", integrada à mostra por meio de seu primeiro esboço, datado de 1982.
Desenhos estes que, de acordo com Dodora Guimarães, esposa de Sérvulo e curadora da exposição, fazem parte de um livro que está sendo produzido por ele, com texto de Fausto Nilo. Com um deles, intitulado "Ocupação do espaço" (o qual se transformou nos cinco tetraedros regulares que constituem o núcleo central da mostra), o artista presenteou a mãe, na ocasião de aniversário dela. "Isso veio de uma aula que o Sérvulo preparou sobre ocupação do espaço e agora virou exposição".
E é com o espírito de um paciente professor que essas obras foram saindo do papel e tomando formas. A mostra é composta, além do desenho, por esculturas em aço inoxidável, aço trefilado e pintado e as "Cônicas", conjunto de novas esculturas. Os Relevos Virtuais, "Prisma" e "Cubo", foram projetados nos anos 80 e só agora realizados.
"Os projetos de Sérvulo são assim. Ele faz e ficam numa incubadora, chocando", explica Dodora. As datas espelham isso. As "Cônicas côncavas/convexas", como pratos de bateria espelhados, vão de 2004 a 2010. Já os "Relevos Virtuais", chamados assim justamente por conta da pintura que dá a impressão de que vão saltar da parede, começaram a ser produzidos em 1989 e se realizam agora em 2010.
Em "Equação impossível", o mais interessante é a brincadeira com a sobreposição. Em "Volume", o encaixe das argolas de aço é desafiador. Em outro "Prisma", este mais recente, as sombras também compõem a obra, efeito possível graças ao redirecionamento da iluminação.
Já disse Sérvulo sobre a intuição do artista e a necessidade da experimentação, marca de seu trabalho, assim como a precisão na exploração do volume e espaço: "O que sabemos da arte nós, os artistas? Somos antenas? Recebemos o que, de onde? Nosso ´saber´, nossa linguagem é um aprimoramento empírico. O talento é uma conjunção desses dados. Trabalhamos com o subjetivo, sem o compromisso da aplicação imediata. O que fazemos hoje é fruto de um pensamento muito anterior".
Fonte: Caderno 3/ Diário do Nordeste
Desenhos estes que, de acordo com Dodora Guimarães, esposa de Sérvulo e curadora da exposição, fazem parte de um livro que está sendo produzido por ele, com texto de Fausto Nilo. Com um deles, intitulado "Ocupação do espaço" (o qual se transformou nos cinco tetraedros regulares que constituem o núcleo central da mostra), o artista presenteou a mãe, na ocasião de aniversário dela. "Isso veio de uma aula que o Sérvulo preparou sobre ocupação do espaço e agora virou exposição".
E é com o espírito de um paciente professor que essas obras foram saindo do papel e tomando formas. A mostra é composta, além do desenho, por esculturas em aço inoxidável, aço trefilado e pintado e as "Cônicas", conjunto de novas esculturas. Os Relevos Virtuais, "Prisma" e "Cubo", foram projetados nos anos 80 e só agora realizados.
"Os projetos de Sérvulo são assim. Ele faz e ficam numa incubadora, chocando", explica Dodora. As datas espelham isso. As "Cônicas côncavas/convexas", como pratos de bateria espelhados, vão de 2004 a 2010. Já os "Relevos Virtuais", chamados assim justamente por conta da pintura que dá a impressão de que vão saltar da parede, começaram a ser produzidos em 1989 e se realizam agora em 2010.
Em "Equação impossível", o mais interessante é a brincadeira com a sobreposição. Em "Volume", o encaixe das argolas de aço é desafiador. Em outro "Prisma", este mais recente, as sombras também compõem a obra, efeito possível graças ao redirecionamento da iluminação.
Já disse Sérvulo sobre a intuição do artista e a necessidade da experimentação, marca de seu trabalho, assim como a precisão na exploração do volume e espaço: "O que sabemos da arte nós, os artistas? Somos antenas? Recebemos o que, de onde? Nosso ´saber´, nossa linguagem é um aprimoramento empírico. O talento é uma conjunção desses dados. Trabalhamos com o subjetivo, sem o compromisso da aplicação imediata. O que fazemos hoje é fruto de um pensamento muito anterior".
Fonte: Caderno 3/ Diário do Nordeste
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