A Praia do Futuro é cheia de contrastes. Em meio às barracas imponentes, estão aquelas em total estado de abandono, que têm abrigado problemas como insegurança e moradia risco. O POVO percorreu toda a orla da Praia do Futuro, do Serviluz ao Caça e Pesca, e identificou 23 barracas de praia abandonadas. Segundo levantamento da Associação dos Empresários da Praia do Futuro, o número é ainda maior. Das 154 barracas, mais de 40 estão desativadas comercialmente.
Algumas dessas edificações já passaram por processo de demolição, mas os escombros não foram removidos. Assim, segundo moradores do entorno, elas se tornam, com frequência, ponto de fuga para assaltantes ou esconderijo para usuários de drogas.
Outras barracas já estão há tanto tempo abandonadas que se tornaram alvo de ocupação e hoje têm várias famílias morando num mesmo ponto. Alcion Anselmo, 33, que trabalha com manutenção de pranchas, afirma que muitas delas viraram ponto de consumo de drogas. “Boa parte dos assaltos que acontecem são ali na região das barracas abandonadas”, disse, citando áreas como Serviluz e Caça e Pesca, com maior número de barracas em ruínas.
Na opinião da presidente da Associação dos Empresários da Praia do Futuro, Fátima Queiroz, a remoção dessas barracas deveria ser imediata. “Isso independe da questão jurídica. Elas não funcionam mais comercialmente. Foram ‘invadidas’ porque estavam ao relento”, argumenta. Ela cita o caso de barracas loteadas em vários “puxadinhos” que são alugados. “Nós entendemos que não tem sentido as barracas ocuparem o espaço que ocupam hoje. Estamos falando de segurança, poluição visual, risco de saúde que essas famílias estão correndo, por não terem as condições adequadas para viver”, defende.
Segundo Fátima, a Associação vem propondo que essas barracas sejam retiradas da praia. “Essas famílias têm o direito de ter uma moradia”, reforça. O POVO procurou o gerente da Secretaria do Patrimônio da União, Clésio Jean Saraiva, na tarde de ontem para falar sobre os imóveis abandonados e ocupados, mas foi informado que ele não poderia atender porque participava de evento em alusão ao dia do funcionário público.
Fonte: O POVO Online
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