No entanto, alerta, a regulação entre salário e preço da moradia é uma questão mais abrangente, social, política e econômica. Os programas habitacionais em áreas centrais exigem linhas específicas de financiamentos, assim como legislação urbanística também específica. "O governo municipal tem pouca influência na regulação do financiamento imobiliário, mas estas leis já existem e o papel das lideranças municipais é na regulação fundiária e coordenação da política imobiliária urbana".
O Centro, analisa, é um lugar privilegiado para se morar, em termos de infraestrutura de energia elétrica, água e saneamento, telefonia e transporte, além da oferta de mercadorias a preços mais baixos que qualquer outro bairro.
"Mas o Centro histórico sofreu um processo de empobrecimento e crescentes desigualdades como outras grandes cidades que se abriram para a economia mundial na corrida pela competitividade". A área, aponta a professora, perdeu para a Aldeota atividades importantes geradoras de renda, bem como um contingente populacional substancioso.
No entanto, examina Cleide Bernal, a pobreza do Centro encontra-se nas pessoas que moram nas ruas e praças, nos vendedores ambulantes e biscateiros, na mendicância, na prostituição e marginalidade, além da falta de segurança pública. São as alternativas da população pobre e miserável de toda a cidade que aí se expõe de forma desumana para que o poder público olhe para elas, ressalta a economista.
Fonte: Diário do Nordeste Online
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