Pau Fininho, uma dor de cabeça

Quase ao lado do ontem oficialmente anunciado RioMar Shopping Fortaleza, localiza-se a favela do Pau Fininho, que, nascida de uma invasão politicamente planejada, triplicou seu domínio, no qual se inclui hoje parte importante da Área de Proteção Ambiental (APA) da ainda bela Lagoa do Papicu. Para abrigar a população de invasores, a Prefeitura de Fortaleza está a construir um conjunto residencial, cuja obra segue muito atrasada por culpa de percalços judiciais e de dificuldades de liberação de recursos financeiros. O RioMar - um centro de compras de luxo, de arquitetura sofisticada - mexerá com a paisagem daquela área da cidade, assim como já mexeu com o preço dos terrenos do seu entorno.

O que fazer com a Pau Fininho?

A prefeita Luizianne Lins e o empresário João Carlos Paes Mendonça - o JCPM, controlador do grupo de mesma sigla, dono do RioMar e de mais 11 shopping centers nordestinos - acertaram uma estratégia não revelada. O certo é que, antes do Natal de 2013, quando o shopping de JCPM for inaugurado, a geografia do Papicu estará mudada - com avenidas e ruas asfaltadas e bem iluminadas e plenamente ocupado o conjunto habitacional de alvenaria e concreto armado que substituirá a favela do Pau Fininho. A propósito, uma pitada política: foi a prefeita Luizianne Lins quem anunciou o RioMar de JCPM, que será concorrente do Iguatemi, de Tasso Jereissati.

Fonte: Coluna Egídio Serpa/ Diário do Nordeste

Comentário da postagem: A falta de visão estratégica e proatividade da Prefeitura de Fortaleza é notável. Em vez de resolver todas as questões pendentes na Lagoa do Papicu e entorno que se arrastam há anos, desde a gestão anterior, a Prefeita Luizianne Lins opta por uma "estratégia não revelada". Isto é: a Prefeitura de Fortaleza continuará não priorizando soluções de política urbana e ambiental, em qualquer nível e, se preocupando unicamente em jogar para a platéia.