Como o Sr. avalia o diagnóstico sobre o Centro de Fortaleza?
Acho que esse trabalho foi importante para se tomar pé da situação do Centro com relação aos imóveis ocupados ou desocupados, mas, principalmente, para saber, com exatidão, os que efetivamente poderão ser utilizados para a moradia. É preciso entender que nem todos as edificações servem para esse fim. Muitos não possuem infraestrutura. Além do mais, o Centro deve de ser pensado como uma centralidade a ser acentuada e a função habitar é fundamental dentro de todo esse processo. O Centro de Fortaleza, como isso, pode voltar a ter vida durante o dia e à noite também. O que causou o esvaziamento do Centro? O surgimento das periferias caracteriza esse período de descongestão dos centros históricos em todo o mundo. A especulação imobiliária começa a perceber que terrenos afastados dos núcleos centrais têm custos de aquisições menores, conferindo um ganho maior para o investidor quando da venda dos empreendimentos. O transporte ferroviário, que serviu para trazer o algodão do interior do Estado do Ceará para o porto de Fortaleza, se apresentava como excelente transporte de massa e os grandes conjuntos habitacionais passaram a ser alinhados nas bordas das vias férreas. Incentivar apenas moradias é saída para o Centro? Não se pode pensar a cidade de modo pontual e com ações isoladas. O planejamento funciona muito mais como uma grande teia em que o vibrar de um nó repercute em significativa parte da rede. A pessoa quer morar perto da escola dos filhos, da faculdade, de restaurantes, lazer e outros serviços. Portanto, o projeto de requalificação do Centro de fortaleza deve passar por uma série de ações para fortalecer a unidade vizinhança.
Fonte: Diário do Nordeste Online
Nenhum comentário:
Postar um comentário