quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Desordem prejudica áreas verdes e de lazer


A ocupação sob qualquer justificativa, digna ou não, traz consequências para a cidade que extrapolam a posse do terreno público, tomado de maneira irregular.


O arquiteto Amando Candeira Costa Filho, professor de Planejamento Urbanístico da Universidade de Fortaleza (Unifor), enumera. “Sem seguir nenhuma orientação técnica, o preenchimento dos espaços vazios da cidade gera, principalmente, a curto, médio e longo prazos, a falta de áreas verdes e uma boa acessibilidade”, especifica.


Para ele, é legítima a luta de certas ocupações, mas isso não é justificativa para se pertencer à cidade de qualquer jeito. O pesquisador lembra que Fortaleza já perdeu bons espaços de lazer por causa disso. “Já perdemos muitas áreas verdes, muitas praças boas por causa não apenas das ocupações que se consolidaram, mas da construção de grandes condomínios ou shoppings centers. Não deveria se permitir isso”, explica.


Candeira ratifica que é preciso planejamento para que todos tenham acesso aos serviços públicos. “O maior problema é que a cidade cresceu demais e boa parte da área periférica surgiu de forma irregular. Por isso, muitas dessas áreas estão com dificuldades de acesso a serviços básicos”, explica.


O fato é vivenciado pelo aposentado Francisco Pereira Maciel, 71. Ele está há 30 anos morando, irregularmente, às margens da Lagoa da Parangaba e sente falta de um posto de saúde mais próximo para atender à demanda sua e de vizinhos. “Eu gosto daqui, é um lugar calmo, mas queria que tivesse um posto mais perto da gente”, conta.

O arquiteto Amando acrescenta que isso é realmente um problema para os órgãos públicos. “É preciso organizar melhor as demandas e impedir esses processos”, explica.


Fonte: O POVO Online


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