segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Iniciado corte de árvores condenadas

Com dez árvores, de aproximadamente cem anos de vida, cortadas ontem, ao longo do Canteiro Central da Avenida do Imperador, a Prefeitura de Fortaleza, através da Empresa Municipal de Limpeza e Urbanização (Emlurb), deu início ao projeto de derrubada de 32 árvores que apresentavam, segundo diagnóstico de equipe técnica do órgão, riscos de cair.

Essas árvores "condenadas", em sua maioria compostas oitizeiros (Licania tomentosa), árvore da família Chrysobalanaceae, ofereciam perigo de queda iminente em virtude de seu estado comprometido, com brocas profundas, causadas pela ação de fungos e cupins; copas desequilibradas e rachaduras de pisos, proporcionadas pelo avanço das raízes. O projeto contempla também o replantio (já iniciado) de outras espécies no canteiro central da Avenida do Imperador, entre a Rua Castro e Silva e a Avenida Domingos Olímpio.

"Foi feito, inicialmente por uma equipe composta de engenheiros agrônomos e geógrafos, um levantamento das condições das 82 árvores existentes no percurso da Avenida do Imperador, em seguida veio o diagnóstico da situação e a recomendação para derrubada dessas 32", afirmou o diretor operacional da Emlurb, Francisco José Cidrão Duarte (Franzé), que comandou, no local, sete equipes, cada uma com oito homens e dez caminhões, no trabalho de corte, derrubada e remoção do material arbóreo que se destinou ao Aterro Sanitário Metropolitano Oeste de Caucaia (Asmoc).

Na operação foi envolvida ainda a Autarquia Municipal de Trânsito, Serviços Públicos e Cidadania (AMC), que fechou os cruzamentos no entorno da Imperador para melhor fluir o tráfego no local.

"A maior dificuldade encontrada para execução de nossa ação está nos riscos de atingir a fiação existente no nível das copas das árvores, embora tanto as empresas de energia elétrica como de telefonia tenham colocado profissionais de apoio na área", disse. Com relação ao perigo à população, ele minimizou, dizendo que essa operação se inicia às 7 horas e somente aos domingos para evitar justamente riscos e transtornos.

Em alguns trechos da Avenida do Imperador já foram plantadas espécies nativas da Caatinga que se ajustam ao clima da Cidade como ipê-amarelo (Tabebuia chrysotricha) e pau-branco-do-Sertão (Auxemma oncocalyx). Já nos locais dos velhos oitizeiros derrubados, serão replantadas outras árvores. Isso ainda vai demorar 60 dias, no entanto, segundo o diretor operacional da Enlurb.

"Logos após concluirmos o corte dessas 32 árvores, vamos proceder ao trabalho de remoção dos troncos e raízes para, em seguida, preparar o local em que será feito o replantio", concluiu. Paralelamente ao trabalho executado no canteiro central da Imperador, as avenidas Duque de Caxias e Dom Manuel terão suas espécies avaliadas e, se necessário, também replantadas.

O oitizeiro (Licania tomentosa), árvore da família Chrysobalanaceae, pode atingir altura entre oito a 15 metros e suas raízes podem aprofundarem-se até quatro metros. Esta é uma espécie típica da flora brasileira e encontra-se em abundância no nordeste brasileiro, em especial nas áreas ocupadas pela Mata Atlântica.

Devido ao seu caráter genuinamente regional, o oitizeiro é uma árvore-símbolo da Região Nordeste e muito utilizada na arborização urbana por sua copa frondosa, que dá ótima sombra. As folhas são muito apreciadas pela fauna em geral. A madeira é de boa qualidade e os frutos comestíveis, com amêndoas ricas em óleo.

Fonte: Cidades/ Diário do Nordeste

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