domingo, 15 de novembro de 2009

Cultivo protegido se amplia no Ceará


De baixo custo, com alta lucratividade e qualidade, sem uso de agrotóxicos. Uma técnica assim é um sonho para muitos produtores rurais. O melhor é saber que, hoje, isto já é uma realidade. Uma das técnicas utilizadas para obter esses resultados é a de cultivo protegido por meio de estufa ou telado.

No Estado do Ceará, a cada ano, o uso da tecnologia se amplia em várias regiões, segundo a secretaria do Desenvolvimento Agrário. Os cultivos são diversos, mas, principalmente, ligados à agricultura familiar e ao setor de flores. Uma outra vantagem é que este cultivo possibilita a produção na entressafra, época em que a atividade agrícola é melhor remunerada.As duas técnicas são parecidas, mas têm diferenças. A estufa é usada para proteger o plantio das chuvas. Já o telado é para proteção contra pragas. Outra diferença é que a estufa possui telas nas laterais e plásticos em cima e o telado tem tela em todos os lados.

A ação de produtores que utilizam este tipo de cultivo com hortaliças começou em 2002 na região da Ibiapaba, e em 2001, com plantios de flores e rosas. Em 2005 e 2006, um grupo de técnicos do Ceará foi para a Almeria, na Espanha, conhecer a tecnologia utilizada lá no cultivo protegido e fechar programação e custos do curso de capacitação dos técnicos cearenses. Quando voltaram, elaboraram um projeto de oito estruturas para a região da Ibiapaba. A ideia deu certo.

A partir daí, foi feito um projeto piloto para melhorar a técnica que já vinha sendo praticada.Uma equipe da Espanha também veio mostrar o trabalho feito lá com uma outra tecnologia, com apoio da Embrapa. Nesta, eram utilizadas sacolas plásticas com filtro de coco, usando solução nutritiva e fazendo a fertiirrigação dentro da estufa.Surgiu aí o Projeto de Cultivo Protegido do Ceará, para possibilitar apoio, especialmente, aos pequenos produtores, diante da problemática da produção de hortaliças a céu aberto na Serra da Ibiapaba, em particular o tomate, além do uso de agrotóxicos, contaminando homem, ambiente e alimentos. O objetivo é ter cultivo com alta tecnologia, sustentabilidade econômica, social e ambiental.

Segundo José Wanderley Guimarães, do Núcleo de Perímetros Irrigados da Secretaria do Desenvolvimento Agrário (SDA), o Estado, a cada ano, está investindo mais no cultivo protegido. "A partir de 2010, vamos ampliar para várias regiões do Estado. Será uma área de 800 metros quadrados para estufa ou telado". Segundo ele, serão 40 projetos distribuídos pelo Cariri, serra úmidas, Ibiapaba, Centro-Sul.

Os recursos para o Projeto de Cultivo Protegido será do Fundo de Desenvolvimento da Agricultura Familiar (Fedaf), que deverá investir R$ 1,4 milhão. No valor estão incluídos a recuperação de mata ciliar, sistema de irrigação, concretagem da estrutura e sistema de biocompostagem líquida (pega-se esterco de curral faz mistura com água e injeta na irrigação).

Fonte: Caderno Regional do Diario do Nordeste

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