Ambientalistas criticam a morte indiscriminada, melhor seria a tentativa de recuperação das espécies
A paisagem de Fortaleza ficou menos verde esta semana. O motivo foi o corte de duas árvores na Praia de Iracema ontem, outras duas na Praça da Igreja da Parangaba e uma centenária na Avenida Barão de Studart. A cada mês, a Empresa Municipal de Limpeza e Urbanização (Emlurb) corta cerca de 300 espécies, dando, assim, um tom bem mais cinza para a cidade.
Uma média de nove árvores somem diariamente do cenário. Se a Capital, conforme dados do Anuário Ambiental de Fortaleza, perdeu 90% da sua área verde nos últimos 35 anos, a tendência é de piora. Os motivos para a supressão são os mais variados, desde quando a planta está "doente" até quando ela atrapalha algum interesse.
Redução
Dados das Secretarias Executivas Regionais (SERs) parecem revelar a quantidade reduzida de áreas verdes e parques
Na Praia de Iracema, o motivo da retirada das duas árvores, na Rua Cariri, foi o fato de elas estarem no meio do caminho de uma obra da Prefeitura, explica o diretor de Operações da Empresa, Franzé Cidrão. "Estão fazendo um calçadão e a planta foi retirada após a autorização dos técnicos", explica o gestor. Ele garante que nenhuma é suprimida sem motivo adequado. "Só fazemos o corte após avaliação e tomamos todo o cuidado com as podas também", diz.
Tristeza
A garçonete Aline Cosmo Azevedo, 23, levou um susto quando chegou ao trabalho e viu a famosa castanhola no chão. "Eu fiquei muito triste. A planta era saudável, dava era muita sombra e mantinha o ambiente ventilado. Agora ficou tudo feio", diz a jovem, funcionária de um bar em frente à Ponte Metálica.
Insatisfeito com o corte repentino, o marinheiro Marcos Aurélio, 51, acha que o projeto das obras deve se adaptar à disposição da vegetação. "Prefeitura devia replantar novas árvores para cada uma derrubada", critica Aurélio. A proprietária de um restaurante na entrada da Ponte, Cristina Costa, 49, denunciou o corte de outras quatro espécies na área. "Daqui mais um dia fica impossível respirar e viver em Fortaleza", comenta.
Na Avenida da Barão de Studart, esquina com Rua Eduardo Salgado, a cena é semelhante. Um toco largo de árvore denunciava a morte de mais uma planta. O vigia Otacílio Hipólito,
O ambientalista Arnaldo Fernandes critica a supressão das espécies, mesmo quando a planta estiver "definhando". O ideal seria, conforme ele, utilizar os princípios da prevenção. "Tem que ser feita uma avaliação muito rigorosa antes de qualquer medida. Tem que ser algo criterioso, não pode ser de qualquer jeito", critica Fernandes. Para ele, é obrigação do Poder Público pensar outras alternativas.
A Companhia Energética do Ceará (Coelce) realiza podas de árvores para manter, conforme a assessoria de imprensa, a boa continuidade do fornecimento de energia para todo o Ceará. Por mês, em média, são realizadas de
Fonte: Cidades/ Diario do Nordeste
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