População não quer apenas projetos arquitetônicos, mas também a requalificação da região e segurança
Barracas abandonadas, favelas, equipamentos de lazer destruídos, iluminação irrisória, carência de saneamento básico, calçadas e vias esburacadas. Este é o cenário em que se encontra a Praia do Futuro, um dos principais pontos turísticos e de lazer da Capital, mas que sofre os mesmos problemas típicos de todos os bairros de Fortaleza.
Dos 34,2 quilômetros da orla da Capital, 6,7 Km correspondem à Praia do Futuro. A população do bairro cresceu 75,8% em dez anos, ou seja, hoje possui 18.587 habitantes, enquanto em 2000 esse quantitativo era de 10.568.
A região grita por mudanças emergenciais, que mudem qualitativamente a vida de quem lá habita. Para se ter uma ideia da situação da assistência em saúde da área, só existem dois Centros de Saúde da Família (CSF), para atender a uma demanda que só cresce.
Ao longo de alguns anos, a região foi se deteriorando. O abandono das barracas de praia pode ser citado como exemplo. Segundo a presidente da Associação dos Empresários da Praia do Futuro, Fátima Queiroz, das 126 barracas existentes no ano 2000 em toda a Praia do Futuro, hoje só sobraram 86 ativas.
"Com a duplicação da Avenida Zezé Diogo, em 2000, a área que vai do Serviluz à Rua Renato Braga, ficou isolada, ou seja, as pessoas começaram a não frequentar por conta das obras que dificultavam o acesso. Então, o conjunto de 36 barracas que existiam ali praticamente sumiu, e hoje só ficaram seis, as demais foram invadidas, abandonadas ou então estão servindo de moradia", explicou Fátima Queiroz.
Reclamações
Já a população local reclama tanto da ausência de projetos eficazes para requalificação da região como de outros serviços.
A dona-de-casa Nilza Silva do Nascimento, 60 anos, cita pontos como política habitacional e áreas de lazer, além de postos de saúde.
"Hoje em dia, o nosso problema não é a falta de polícia, pois esta existe, mas só ela não resolve o nosso problema, que é a carência de áreas de lazer, moradia e saneamento. As ocupações inadequadas geram insegurança para todo mundo", disse a dona-de-casa.
De acordo com o professor do departamento de geografia da Universidade Federal do Ceará (UFC), Jeová Meireles, a solução para o caso da Praia do Futuro seria seguir as orientações do plano de Gestão Integrada da Orla Marítima de Fortaleza, mais conhecido como Projeto Orla, evidenciando ações relacionadas como a retirada das barracas de praia.
"Não só a retirada, mas faz parte das medidas a revitalização paisagística e a implantação e melhoria dos equipamentos públicos na região. O saneamento básico também está previsto, assim como a regularização fundiária", explicou Meireles. Ele acrescentou que essas medidas diretas melhorariam a qualidade ambiental e de vida dos moradores e frequentadores da região.
Sobre o atendimento dos CSF, a assessoria da Secretaria Executiva Regional II (Ser II), informou que, em 2006, foi feito um concurso do Programa Saúde da Família (PSF), em Fortaleza, por meio do qual foram contratados 269 médicos, 322 enfermeiros, 262 dentistas e 2.608 agentes comunitários de saúde. Essas são as ampliações da saúde, no município de Fortaleza e no bairro Praia do Futuro, para dar conta do aumento da população.
População
75% foi o crescimento populacional dos bairros Praia do Futuro I e II em dez anos. Os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), baseado no Censo 2010.
Fonte: Cidade/ Diário do Nordeste Online
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