sábado, 20 de agosto de 2011

Arquiteto defende investimentos nas pequenas cidades como forma de resolver problemas das metrópoles

Em audiência pública da Subcomissão Permanente de Acompanhamento da Rio+20, nesta quinta-feira (11), o arquiteto Tom Rebello, considerou, como umamedida adequada para resolver os problemas sociais decorrentes do inchaço nas grandes cidades brasileiras, o amplo financiamento por parte do poder público do retorno dos migrantes para suas regiões de origem.

Na avaliação do especialista, os governos, em todos os níveis, deveriam destinar recursos não apenas para custear a volta dos migrantes, mas sobretudo investir em suas cidades de origem de modo a dotá-las de toda a infraestrutura urbana – de hospitais e escolas, por exemplo – necessária para tornar atrativa a permanência das pessoas nesses lugares.

Para ele, um projeto governamental de construção de moradias populares como o Minha Casa, Minha Vida, contribuiria muito mais para o desenvolvimento do país, se concentrasse seus recursos nas pequenas cidades do que nos grandes centros.

- Se nós associarmos uma política de financiamento desses indivíduos, para retornar as suas origens com projetos de desenvolvimento urbano, na área de saúde, na área de estrutura de habitação, na área de educação e em outras, evidentemente, sem dúvida nenhuma estará se promovendo um projeto de reordenamento do espaço regional brasileiro no seu todo, que é o que já acontece em grande parte dos países do mundo – afirmou Tom Rebello.

Respondendo a questionamento do senador Cristovam Buarque (PDT-DF), presidente da subcomissão, Tom Rebello sugeriu também, como forma de tornar as grandes cidades, mais organizadas, a transferência de atividades concentradas nas áreas centrais para a periferia. Como exemplo de grande cidade que adotou essa prática, ele citou Paris, que instalou empresas de alta tecnologia junto a aeroportos, na região periférica da cidade.

Participou ainda da audiência pública o ator do filme Lixo Extraordinário e presidente da Associação dos Catadores de Gramacho (RJ), Sebastião Carlos dos Santos. Em sua exposição, Sebastião forneceu informações sobre a atividade dos catadores de sua associação. Ele criticou a falta de um projeto do governo estadual do Rio de Janeiro para remanejar as famílias de catadores quando da desativação do lixão de Gramacho, prevista para ocorrer no final do ano.

De acordo com Sebastião Santos, no Brasil a atividade de reciclagem não se desenvolveu como consequência da implementação de políticas públicas, mas devido à miséria e falta de empregos.
No final de sua apresentação, Sebastião Santos lembrou frase que o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva disse defendendo a ampliação da atividade de coleta seletiva, mas com a valorização dos seus principais atores, os catadores

- Coleta seletiva sem catador é lixo – disse.

Fonte: Laércio Franzon / Agência Senado

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