Em menos de um ano, três pessoas morreram dentro do Parque Rio Branco. Usuários exigem proteção para caminhar.Ser vítima de assalto ou presenciar a ação dos bandidos dentro de parques públicos em Fortaleza se tornou cena comum para quem costuma fazer caminhadas ou levar seus filhos para aproveitar as poucas áreas verdes da cidade. A falta de policiamento em locais como o Adahil Barreto, o Cocó ou o Parque Rio Branco, no bairro Joaquim Távora, agrava a insegurança e facilita a vida de marginais. No Rio Branco, por exemplo, três pessoas morreram dentro do parque em menos de um ano. O último, um garçom, foi morto a pedradas.
Uma leitora do Diário do Nordeste, Rosa Primo, enviou e-mail para a Redação, relatando que, no sábado passado, no Parque Adahil Barreto, foi abordada por um assaltante que já havia levado a bolsa de uma senhora. Ela estava em companhia da amiga, Ana Luiza Bessa, e de seus respectivos filhos.O grupo foi aproveitar o dia de sol perto da natureza e a aparente tranquilidade do equipamento público. "O passeio se tornou um momento de agonia", afirma a leitora.
Um clima de medo, temor e nervosismo, narra Ana Luiza, deu lugar ao sentimento de bem-estar e paz. "A impotência frente a uma situação como essa e sem que nenhum policial nos protegesse foi horrível", diz. Tanto que seu filho, de sete anos, está sem querer sair de casa. "É preciso fazer alguma coisa e rápido em prol desses parques públicos".Os assaltos acontecem em plena luz do dia, afirma o economista Daniel Ferreira de Albuquerque. Ele diz que só costuma fazer caminhada ao lado de um grupo de amigos entre 16 e 17 horas. "Mais tarde do que isso é pedir para sofrer algum assalto, mas já vi gente sendo roubada por bandido armado de revólver sem que nenhum policial aparecesse durante o dia".
A coordenadora do Movimento Proparque, Luíza Vaz, adianta que, depois da morte do garçom no Rio Branco, o desespero tomou conta de alguns usuários do local. "Sugeriram até uma cota entre os moradores do bairro para pagar um segurança particular, mas não podemos nos responsabilizar por uma tarefa do poder público", declara.Luiza informa que a entidade procurou o Ministério Público do Estado (MPE), requerendo a intervenção da Justiça. "É preciso fazer alguma coisa, sem dúvida, para se evitar que outras pessoas morram e o patrimônio público seja destruído nas mãos de vândalos e bandidos".
O Proparque registrou ação na Promotoria do Meio Ambiente, com a coordenadora Sheila Pitombeira. "Já temos uma primeira ação em andamento no MP".Quem costuma passar pelo parque aponta que os crimes são resultados da falta de policiamento. "Os parques servem de refúgio para assaltantes e usuários de drogas e nós, gente de bem e trabalhadores, ficamos impotentes perante a ação desses fora da lei", diz o comerciante João Pedro Barbosa.
Extensa reportagem da Jornalista Leda Gonçalves no Diário do Nordeste.
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