domingo, 20 de março de 2011

Falta de políticas públicas prejudica áreas verdes


Campanhas de arborização se restringem a algumas datas e locais, como o Horto Municipal A professora Wigna Nayara de Araújo, 22 anos, fez na manhã da quinta-feira passada, uma descoberta incrível para ela: o Horto Municipal Falconete Fialho, no Passaré. A surpresa da jovem revela uma realidade comparável à perda de áreas públicas verdes da cidade: as poucas que ainda restam não são conhecidas pela maioria da população. No caso do horto, que compartilha os 11,5 hectares de sua área com o zoológico, retrata bem a situação ambiental de Fortaleza: a falta de política pública efetiva voltada para o setor e de campanhas de divulgação que incentivem a arborização e esclareçam a importância de se manter as árvores, contribuem para o descaso, abandono e crimes ambientais. Wigna só tomou conhecimento de um dos únicos "oásis verdes" da Capital porque foi lecionar numa creche, situada próxima ao horto, e que costuma levar as crianças para "entrar em contato com a natureza". Assim como os pequenos, ela se encantou com o local. "É maravilhoso, tanto verde, tantos animais que nunca nem cheguei perto, como alguns pássaros, macacos e emas. Sinceramente não sabia que isso existia". O coordenador do horto, Isaú Pessoa, reconhece as falhas do poder público com relação ao meio ambiente. Segundo ele, apesar de precisar de maior cuidado e de serem mais conhecidos, o horto e o zoológico juntos recebem, em média, 12 mil visitantes por mês. A maioria é oriunda de escolas públicas. "Aqui produzimos mudas de plantas ornamentais, medicinais e frutíferas, além de ser um pulmão verde de Fortaleza, mas é como um filho deixado ao seu próprio destino", alerta. As campanhas de arborização só acontecem no período da Semana de Meio Ambiente, informa. O engenheiro agrônomo e paisagista, Ricardo Marinho, se diz indignado com o quadro ambiental da cidade. Para ele, é quase impossível reverter o quadro de calamidade em que se encontram os espaços verdes. Lembra que na década de 70 a cidade ainda tinha uma matriz de desenvolvimento em equilíbrio com o meio ambiente. "Mas tudo degringolou", cita.

Fonte: Diario do Nordeste

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