Bancos e luminárias quebradas, pisos arrancados e, pior ainda, já não há mais pontes de acesso pelo Parque do Parreão, no bairro de Fátima. A última construção de passagem sobre o canal foi desativada há duas semanas, porque estava com rachaduras e não oferecia segurança para os pedestres. Essa é a situação do Parreão, extensa área verde de 3,5 hectares, que fica por trás do Terminal Rodoviário Engenheiro João Thomé.
A comunidade local alega que o abandono existe há décadas, o que faz com que o lugar seja mais frequentado por moradores de ruas e viciados em drogas do que pela própria população. Para denunciar o que considera um "descaso" no Parque Parreão, o militar reformado Raimundo Vieira de Araújo, 78, requerer ações imediatas para aquele local. Segundo Raimundo Vieira, "não como ficar perplexo com o que se vê naquela área de lazer. São calçadas esburacadas, com suas pedras soltas", descreve.
No entanto, a situação mais grave, segundo ele, tem sido com relação às pontes, num total de três. Duas já havia sido postas no chão pela ação dos vândalos e absoluta falta de manutenção por parte da administração municipal. A terceira foi mais recente e tornou proibitivo o aceso de um lado para outro no canal sem uma passagem segura para os pedestres.
Sem as pontes, as pessoas que necessitam fazer a travessia recorrem a uma perigosa manobra sobre uma linha de madeira, instalada de um ponto a outro na parte baixa do canal. "Trata-se de um recanto de rara beleza entre as avenidas Borges de Melo e Eduardo Girão", afirma o militar reformado. Ele destaca também o abandono do coreto, onde não mais consertos de músicas e nem apresentações artísticas que agradariam a comunidade local. Ao invés disso, o local foi tomado por moradores de ruas e mendigos.
Moradora no bairro de Fátima há 12 anos, a fisioterapeuta Elisângela de Sousa Leal, 31 anos, diz que houve descaso quanto a manutenção. Contudo, diz que boa parte da parcela da culpa cabe aos frequentadores locais.
"Aqui havia placas proibindo o acesso por bicicletas. Com o tempo até motocicletas se moviam pelas pontes", conta a fisioterapeuta. Ela reforça que o maior benefício é a extensa cobertura verde, que ainda propicia um lugar agradável para a prática do cooper. Mesmo assim, o cooper somente é recomendável durante o dia. À noite, conforme disse, o lugar tem uma iluminação precária, inclusive com luminárias quebradas, e que atrai mais marginais do que os moradores.
Enquanto isso, a Prefeitura de Fortaleza nega que haja descaso, com relação a intervenções que deverão ocorrer no parque. A assessoria de imprensa da Secretaria Executiva Regional IV informou que há um projeto de urbanização do Parque Parreão, o qual está sendo elaborado pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano e Infraestrutura (Seinf).
O projeto prevê a reforma do piso, dos bancos, a reconstrução das três pontes, melhoria da iluminação pública e a construção de equipamentos esportivos, fazendo com o equipamento venha a atender a população.
Fonte: Cidade/ Diário do Nordeste. Imagem do Parque Parreão em ruínas. Fotografia de Tiago Gaspar/ Diario do Nordeste
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