sábado, 19 de março de 2011

Permuta pode gerar perda de R$ 27 mi à PMF

A permuta de terrenos entre a Prefeitura de Fortaleza e construtoras para a obtenção de áreas para dar celeridade ao programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV) na Capital não será vantajosa pelo município no que concerne ao valor venal dos espaços. É possível que a Prefeitura perca cerca de R$ 27 milhões com a mudança para terrenos menos valorizados. A maior diferença estaria na troca de terreno da Prefeitura localizado no bairro Luciano Cavalcante, por um no Passaré, nas proximidades do Hospital Sarah Kubitschek, tanto em valor da área como em tamanho.

Segundo estima o corretor de imóveis e tesoureiro do Conselho Federal de Corretores de Imóveis (Cofeci), Armando Cavalcante, o valor médio do metro quadrado na região do Hospital é de R$ 300, contra R$ 1.100 dos imóveis encravados na área onde fica localizado o terreno do Município. Com isso, a Prefeitura pode estar abrindo mão de um espaço que pode custar cerca de R$ 35 milhões por uma de R$ 8,1 milhões.

Apesar de menor, também há diferença entre o preço dos terrenos que serão permutados pela gestão local e empresas, respectivamente, no Cambeba e Paupina. Com base em um preço médio para o metro quadrado de R$ 450 dos imóveis na região, o terreno da Prefeitura no Cambeba pode valer cerca de R$ 1,69 milhão, contra R$ 1,4 milhão da área da construtora na Paupina.

´Sem perdas´

Entretanto, conforme o secretário da Fundação de Desenvolvimento Habitacional de Fortaleza (Habitafor), Roberto Gomes, a Prefeitura não sairá perdendo com a troca. "No caso do terreno do Sítio Tunga, não é uma permuta simples. O terreno está dentro de uma Operação Urbana Consorciada, que é como se fosse uma Parceria Público Privada (PPP). Com a troca, a Prefeitura vai ganhar uma série de benefícios para a cidade", argumentou Gomes.

Benefícios

De fato, a mensagem enviada ao Legislativo Municipal cita as vantagens que Fortaleza terá com a permuta dos terrenos. Na região, a empresa terá de construir uma avenida com 850m de extensão por 25 m de largura, construirá duas vias públicas com 230 m de extensão por 11 m de largura, e o principal benefício colocado: a construtora vai doar uma área de 22 mil metros quadrados, vizinho a uma área verde existente na região e que configurará um espaço de 42 mil metros quadrados de natureza, no qual será constituído um parque, o terceiro maior da cidade. O espaço será mantido pela construtora por um prazo de dez anos e com capital próprio.

Valorização futura

O terreno deve valorizar ainda mais nos próximos anos. "Ali é o corredor da Copa do Mundo. Já é uma área valorizada", afirmou o secretário da Habitafor. Já os valores que serão "perdidos" com a troca dos terrenos do Cambeba e da Paupina serão compensados pela área total do espaço. A Prefeitura deve deixar um de 3,7 mil m² e mudar para um de 10,2 mil m², favorecendo políticas habitacionais.

Fonte: Negócios/ Diário do Nordeste.

Comentário da Postagem: As afirmações do Sr. Roberto Gomes são totalmente descabidas como sempre. Não existe nenhuma Operação Urbana Consorciada em pauta e sim uma utilização indevida da expressão que é um instrumento de requalificação e desenvolvimento urbanístico, social e ambiental de determinados setores da cidade, desde que regulamentado como tal, segundo o Estatuto da Cidade. O que está havendo é na realidade, mais uma "doação" de área pública , área esta do percentual de áreas verdes do Município, que deveria ser utilizado para consolidação ferindo a Legislação Federal, como se isto fosse a "coisa mais a coisa natural do mundo". Além troca desvantajosa em termos de valor venal do imóvel que configura um negócio desatroso para o ente público.

Nenhum comentário: