domingo, 31 de maio de 2009

Abandono no coração da Aldeota

A “praça das plantas”, entre as avenidas Desembargador Moreira e Padre Antônio Tomás, é utilizada como espaço de convivência e prática de atividade física. Mas os frequentadores se queixam de falta de manutenção e insegurança. A reforma está parada desde o início deste ano. Usuários de drogas são vistos com facilidade no local.

“Aqui é como um pulmão no coração da Aldeota”, compara a vendedora de flores. No meio do cinza de prédios e avenidas da área nobre da cidade, o Bosque Eudoro Correia é um espaço preenchido de verde e cores vivas que a comunidade busca para exercitar o corpo e a convivência. Mas a praça pede mais atenção do poder público: a reforma iniciada no ano passado não foi concluída, o piso está quebrado em vários pontos, o mato tomou conta dos canteiros e a segurança ainda é insuficiente.

Reportagem do jornal O POVO, com data de hoje, da jornalista Roberta Feliz. Especial para O POVO.

Usinas termelétricas mais poluentes, rejeitadas no Sudeste, são programadas para o Nordeste


EcoDEBATE informa


A Região Nordeste vai receber, nos próximos cinco anos, uma capacidade de geração de energia superior ao complexo do Rio Madeira, em Rondônia, e vai se tornar exportadora de energia para o resto do País. A diferença é que as usinas nordestinas serão movidas a óleo ou carvão, mais poluentes e que não encontram mais aval no Sudeste, devido ao rigor dos órgãos ambientais. Pelo menos 40 projetos, com potência total de 7,9 mil megawatts estão projetados para a região.

A quantidade de termelétricas é alvo de críticas da própria Empresa de Pesquisa Energética (EPE), estatal responsável pelo planejamento do setor. Em evento na semana passada, o presidente da EPE, Maurício Tolmasquim, disse que o crescimento da energia térmica é fruto de uma visão “estranha” dos órgãos ambientais, que privilegiam usinas poluidoras em detrimento de hidrelétricas. “Em nome do meio ambiente, nunca se fez tão mal ao meio ambiente”, criticou. Matéria de Nicola Pamplona, no O Estado de S.Paulo, 06/04/2009.

Na prática, essa energia suja está sendo deslocada para o Nordeste porque não é mais aceita no Sul e Sudeste, os maiores consumidores de eletricidade do País. Estados e prefeituras nordestinos, por sua vez, aceitam os projetos em busca de investimentos e empregos. “Numa região onde a busca por empregos é incessante, qualquer novo projeto é importantíssimo”, diz Paulo Machado, prefeito de Senhor do Bonfim, na Bahia, que deve receber uma das novas usinas.

A Bahia, por sinal, é o Estado com maior número de projetos: 16. Boa parte deles está localizada em Camaçari, próximos à Refinaria Landulpho Alves, da Petrobrás, e do complexo petroquímico da Braskem. As maiores usinas previstas, porém, estão no Ceará (térmica a carvão da MPX, com 700 MW) e no Rio Grande do Norte (usina a óleo Macaíba, de 400 MW). Todas as térmicas projetadas pela EPE têm previsão de início das operações entre 2010 e 2013.

Para o professor da Coordenação de Programas de Pós-Graduação em Engenharia (Coppe) da UFRJ e secretário executivo do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas, Luiz Pinguel li Rosa, o grande número de projetos termelétricos vai na contramão do esforço para reduzir as emissões de gases do efeito estufa. A EPE calcula que, com mais térmicas na matriz energética brasileira, o sistema elétrico estará emitindo 39 milhões de toneladas de gás carbônico equivalente em 2017.
Especialistas concordam que hoje é mais fácil licenciar uma térmica a combustíveis fósseis no Nordeste do que nas regiões Sul e Sudeste. “O licenciamento de térmicas é estadual e, por isso, mais fácil de ser obtido. Há Estados que garantem até beneficio fiscal para os empreendimentos”, comenta o professor Nivaldo de Castro, do Grupo de Estudos do Setor Elétrico do Instituto de Economia da UFRJ (Gesel).

Do ponto de vista das emissões, o impacto local pode ser minimizado pela instalação de filtros, mas há grande preocupação com o impacto global causado pelas emissões de CO². Outro problema levantado por especialistas está na saturação da infraestrutura viária dos municípios, uma vez que o abastecimento de combustíveis para uma usina demanda pesado tráfego de caminhões.

Castro lembra ainda que a proliferação de térmicas no Nordeste cria a necessidade de reforço nas linhas de transmissão que fazem a interligação entre as regiões brasileiras. “Essas usinas não vão gerar o tempo inteiro. Então, essa nova rede de transmissão deve ficar ociosa boa parte do ano”, diz o especialista, prevendo impactos na tarifa de energia de todos os brasileiros.
Alheias a essas discussões, as prefeituras esperam benefícios com a instalação dos projetos. “Esse tipo de empreendimento melhora a matriz energética do município e atrai outros investimentos, gerando empregos e desenvolvimento para a região”, diz a secretária de meio ambiente de Cabo de Santo Agostinho (PE), Berenice de Andrade Lima. A cidade já tem duas térmicas a óleo operando e mais cinco em projeto.

O Prefeito de Senhor do Bonfim diz que a usina projetada vai gerar entre 15 e 20 empregos. Ele admite que previa um número maior de empregos, mas mesmo assim comemora o empreendimento, que diz ser capaz de atrair empresas para o novo pólo industrial do município. “Pode ser um embrião de novos investimentos.”

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Buracos causam mais acidentes em Fortaleza


Além de desconfortável, trafegar em Fortaleza se tornou também arriscado. Ontem pela manhã, um carro capotou na Avenida Osório de Paiva quando o motorista tentou desviar de um buraco e acabou perdendo o controle do veículo. O carro atingiu um poste e só parou depois de bater em uma casa, cuja fachada ficou destruída. O motorista, identificado como Tafarel Silva Vieira, de apenas 19 anos, sofreu apenas ferimentos leves na perna. Os moradores da casa atingida não sofreram ferimentos. Passado o susto, a preocupação agora são os danos materiais.


À tarde, outro condutor levou prejuízo por conta de um buraco. Paulo Barbosa, de 34 anos, passava pelo Bairro Montese para fazer uma entrega de areia, mas não conseguiu chegar ao seu destino. Ele conta que parou para pedir uma informação na Rua Eduardo Angelim, e, de repente, as pessoas na rua avisaram que o caminhão estava afundando. O pneu traseiro acabou ficando preso e o veículo inclinou.


Ele diz que o buraco que estava próximo à calçada era pequeno, mas deve ter cedido com o peso da carga. “Eu estava levando cerca de 18 toneladas de arisco”, diz. O motorista até chegou a chamar os bombeiros, mas não houve como tirar o veículo estando tão pesado. Com medo de o caminhão virar, ele não forçou a saída e contratou outro caminhão para transferir a carga. No início da noite, homens ainda tiravam a areia com uma pá. “Eu perdi essa venda, mas a sorte é que já achei outro cliente aqui perto para comprar a carga”, afirma.


Matéria do Jornal Diário do Nordeste. Fotografia de ilustração de Natinho Rodrigues, com um "guardião de buraco" no Centro, na Rua Tristão Gonçalves com Rua Meton de Alencar, onde um boneco alerta sobre o buraco.

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Administração Fortaleza Bela ²


As reclamações se repetem. Na Avenida Augusto dos Anjos, na altura dos números 481 e 1815, esquina com a Rua Perdigão de Oliveira, mais buracos também comprometem a segurança da via e causam acidentes e engarrafamentos.Apesar de atuar em todas as regionais, a Operação Tapa-Buracos, aos olhos da população, é lenta.

O coordenador Daniel Lustosa explica, no entanto, que a avaliação é positiva e que as prioridades -as vias de maior tráfego - estão sendo mantidas. Disse que mais de dez vias já receberam os reparos e mesmo com chuva as obras não cessaram. “Fazemos a reposição de paralelo, pedra tosca e reparos de drenagem. Só trabalhamos com asfalto sem chuva”.

Da mesma reportagem do Jornal Diário do Nordeste. Fotografia Kid Junior.

Administração Fortaleza Bela


As avenidas Osório de Paiva e Augusto dos Anjos acumulam verdadeiras crateras e muitos transtornos. Segundo reportagem do jornal Diário do Nordeste de hoje.

“Buraco do desespero”. Esse é o nome no qual foi batizado um conjunto de buracos na Avenida Osório de Paiva, nas imediações do Posto Carioca. Lá, que é uma via de intenso tráfego, a situação é tão complicada que os carros estão desviando pela calçada para não ser engolido pelas sucessões de crateras.

Fotografia de Kid Júnior. Direitos autorais preservados.

As experiencias internacionais nos ensinam

Apesar de constar como uma importante fonte de renda para parques nacionais, o turismo quase nunca supera os gastos mensais de uma unidade, salvo raras exceções. Esses recursos extras podem sair, por exemplo, de pagamentos por serviços ambientais ou pela permissão de fiações elétricas dentro das áreas. “O sistema vai além do turismo, é também repositório de bancos genéticos, capaz de gerar produtos farmacêuticos etc”, explica Menezes, para depois dizer que parques como o da Tijuca ou Iguaçu têm potencial para arcar com seus custos mensais sem precisar de injeções de externas capital.

Mas há casos em que o turismo faz a diferença, no exterior, é claro. Na África do Sul, a atividade sustenta 80% de todas as contas de uma unidade de conservação. Só o Kruger Park, um dos mais conhecidos, é capaz de se manter e também ajudar outras zonas protegidas no entorno. “É o efeito guarda-chuva, que poderia ser usado aqui no Brasil também”, diz Mourão. Já no Quênia, um exemplo de zelo com a natureza, os visitantes zeram os custos das áreas protegidas. Realidade bem distante, por exemplo, do Parque Nacional dos Veadeiros (GO). Lá, os vinte mil turistas anuais geram cerca de 60 mil reais em receita. Os custos estimados para a manutenção da área são mais de dez vezes superiores.

O parque mais antigo do país, em Itatiaia, também recebe turistas em número menor do que poderia, apesar das boas condições. Por isso, Daniel Toffoli, membro da Câmara Técnica de Montanhismo e Ecoturismo da unidade, lidera a reabertura de travessias e trilhas desde 2006 para os esportistas. “Na década de 1960, o governo militar fechou todos os abrigos de montanha do Parque da Serra dos Órgãos (RJ).

Em Itatiaia, eles começaram a ser abandonados a partir da década de 40 e o volume de visitas caiu muito, com curva acentuada nos últimos vinte anos. Agora, conseguimos reabrir vários caminhos e criamos regras de segurança. Graças a isso e à revitalização do centro de visitantes, o turismo cresceu 20% desde 2007”, conta. Como se vê, é possível tornar as áreas naturais um destino para muitos mais brasileiros. Belezas cênicas e contato direto com a natureza selvagem há de sobra. O que falta é infra-estrutura dentro e no entorno das unidades, assim como técnicos e guias especializados, obrigatórios apenas em casos ou para públicos específicos. Além, é claro, de boas doses de propaganda.

O resumo da história fica por conta de Brett Myrdall, diretor do Parque Nacional da Montanha da Mesa, o mais famoso da África do Sul. “Eu sou primeiramente um operador turístico. Se for bem sucedido nesta operação, tenho os recursos e o apoio político necessários para conseguir manter a biodiversidade no meu parque. O resto é ilusão”.

Ótima reportagem do Jornalista Felipe Lobo, no Jornal O ECO. Vale a pena conferir.

Exemplos de Parques Nacionais

Mais de 70% das visitas a parques nacionais no Brasil se limitam a apenas dois deles: Iguaçu (PR), onde estão as belas cataratas compartidas com a Argentina, e Tijuca (RJ), sede do famoso Corcovado. Mesmo assim, a maioria das pessoas que chega à imponente estátua do Cristo Redentor sequer sabe que ela está dentro de uma unidade de conservação. “Iguaçu só está preparado para visitas de massa. Quem vai até lá vê apenas um vigésimo do parque. Já o da Tijuca ainda perde muito porque não tem política estruturada de cobrança e tampouco diversificação de serviços. E não é culpa do atual diretor (Ricardo Calmon), que é um cara ótimo”, afirma Pedro da Cunha e Menezes.

Para ele, a solução só virá quando existirem diferentes níveis de parque e graduações para seus chefes: quais cursos ele possui; o que deve fazer para subir na instituição e; principalmente, se existirá continuidade de políticas de governo após o outro. “O próprio Instituto Chico Mendes erra quando diz que Iguaçu tem mais visita do que Tijuca. Ele só computa quem paga para ver o Corcovado, não observa os outros dois milhões que vão para o outro lado”, conclui. Nenhum deles, porém, consegue viver apenas do turismo.

Que o diga então o Parque Nacional de Brasília, movimentado graças a duas piscinas de água mineral em seu interior. E, assim como ocorre na Tijuca, quase ninguém sabe que elas estão inseridas em uma área protegida. Além disso, ao longo de seus trinta mil hectares, apenas duas pequenas trilhas (uma, na verdade, em trechos de estrada de terra) foram abertas para a observação de aves ou para caminhadas.

Em Aparados da Serra, na divisa entre Santa Catarina e Rio Grande do Sul, a Abeta criou o Grupo de Prevenção Aparados da Serra (Grupas). A principal meta da equipe, que conta com cerca de trinta voluntários, é prevenir acidentes relacionados ao Ecoturismo e Turismo de Aventura no parque. Segundo Raquel Müller, trata-se de uma boa ferramenta para fomentar o ingresso de brasileiros e estrangeiros. “Nós podemos fazer diagnósticos e ajudar no planejamento dentro de unidades de conservação”, destaca.

Da mesma reportagem. Vale a pena conferir.

Obstáculos ao Turismo de Natureza

"Turismo não é algo tangível, mas que se faz junto com o cliente. É preciso levá-lo até a área protegida. O Parque Nacional da Serra da Capivara (PI), por exemplo, é muito bem estruturado e lindo, mas poucos brasileiros foram lá. O acesso é muito difícil, deve-se pegar um vôo até Petrolina (PE) e, depois, andar cinco horas de carro em péssimas estradas no meio da Caatinga”, diz.

A dificuldade para chegar às unidades de conservação assusta os viajantes, tanto brasileiros quanto estrangeiros, mas não é a única culpada. Pedro da Cunha e Menezes, colunista d’O Eco e ex-diretor do Parque Nacional da Tijuca, acredita que a falta de um modelo de criação de grandes trilhas, bem sinalizadas e mantidas, e opções de lazer gratuito aliado aos desportos também é um grande vilão dos passeios em áreas naturais no país.

Mourão e Menezes concordam, porém, que estradas bem construídas e trilhas amplas não garantem o sucesso do turismo em parques nacionais. Antes disso, o pilar de sustentação dos visitantes precisa estar de pé: profissionais bem treinados para a administração e guias capazes de dominar os preceitos ecológicos dentro de cada unidade de conservação. “Temos uma grande carência de guias naturalistas, aqueles que sabem observar a natureza. Eles precisam, por exemplo, saber como surgiu o cânion da Chapada Diamantina, entender sobre geografia da paisagem”, afirma Mourão.

A Associação Brasileira das Empresas de Ecoturismo e Turismo de Aventura (Abeta) tem opinião semelhante. Para Raquel Müller, coordenadora de Qualificação da entidade, é necessário que um plano de gestão da segurança seja elaborado em todas as unidades de conservação. “Ele deve envolver perigos e risco, e todos os gestores precisam ser bem treinados para acompanhar o trabalho de forma mais efetiva possível”, explica. Uma das alternativas para alcançar este objetivo é estabelecer contratos com empresas terceirizadas.

Da mesma reportagem. Vale a pena conferir

Arrume as malas e vá para a mata


Quando o calendário indica que um feriado prolongado ou recesso de final de ano baterão à porta, muitos brasileiros não pensam duas vezes: é o momento de arrumar as malas e partir rumo a um destino turístico. Na maioria dos casos, as praias país são os pontos de parada escolhidos e, como resultado, há engarrafamentos, acúmulo de lixo e poluição sonora. Enquanto isso, cerca de vinte milhões de hectares teoricamente bem preservados por parques nacionais permanecem com números de visitantes aquém do esperado. Ou pior, muito abaixo de seu potencial.

De acordo com o Sistema Nacional de Unidades de Conservação, lei que definiu as categorias de áreas protegidas no Brasil, “o Parque Nacional tem como objetivo básico a preservação de ecossistemas naturais de grande relevância ecológica e beleza cênica, possibilitando a realização de pesquisas científicas e o desenvolvimento de atividade de educação e de turismo ecológico”.
Ao que parece, o governo ainda não conseguiu criar as condições necessárias para que esta última função se torne realidade.


Hoje, o país conta com 65 parques nacionais. Mas nem todos podem receber turistas, apesar do que exige a legislação. “Estudos revelam que menos de 30% estão abertos às visitas”, explica Roberto Mourão, fundador e presidente do Instituto EcoBrasil. É o caso, por exemplo, do Parque Nacional das Araucárias, criado em 2006 durante solenidade no Paraná para proteger ecossistemas ameaçados em Santa Catarina e que sequer tem um plano de manejo elaborado.


O principal impasse, no entanto, é que mesmo os parques bem montados sofrem com a baixa freqüência de turistas, inclusive na alta temporada. Os motivos relacionados por especialistas são muitos, mas podem ser reduzidos a um: falta de estrutura. As dificuldades, explica Mourão, começam com as dimensões continentais do Brasil.

Ótima reportagem do Jornalista Felipe Lobo para o ecojornal O ECO,, com fotografia de Álvaro Barros. Acesse http://www.oeco.com.br/reportagens/37-reportagens/21749-arrume-as-malas-va-para-a-mata

terça-feira, 26 de maio de 2009

As soluções mágicas serão apresentadas pela SETUR

o Centro de Eventos do Ceará deve ser apresentado em, no máximo, 30 dias pela Secretaria do Turismo do Estado (Setur). A solução, conforme o secretário do Turismo, Bismarck Maia, passará por construção de túneis, alças de viadutos, alargamento de vias já existentes e edificação de outras.As informações foram reveladas, ontem à noite, pelo secretário, em entrevista ao Diário do Nordeste antes da palestra “Políticas Públicas de Turismo no Ceará”, proferida por ele a estudantes do curso de Turismo e Hotelaria da Universidade de Fortaleza (Unifor), no Teatro Celina Queiroz.Segundo o secretário, o projeto trará soluções não só para a entrada e saída de veículos no centro ou para a Avenida Washington Soares, onde será instalado o equipamento, mas para toda a região do entorno.

A elaboração da proposta envolve o Governo do Estado e a Prefeitura de Fortaleza.Quanto ao temor de urbanistas sobre os impactos que o novo equipamento poderá provocar na Washington Soares, Bismarck lembrou que a avenida, assim como outros pontos da cidade, já apresenta problemas de mobilidade urbana na atualidade, mas que as soluções estarão contempladas no projeto. “Vamos oferecer à cidade uma solução regional”, disse.

Em entrevista concedida na semana passada ao Diário do Nordeste, o secretário já antecipara que o projeto envolverá o setor privado, desapropriações e será submetido à discussão pública depois de finalizado. A previsão é de que o centro, que será construído em um modelo arquitetônico diferenciado e de respeito ao meio ambiente, seja entregue em agosto de 2010.

Desrespeito flagrante à Legislação Urbanística de Fortaleza

“É o estresse sem fim que congestionamentos mais demorados vão trazer para a área”, ressalta Marta.É preciso, defendem as duas estudiosas, disciplinar a utilização daquele espaço. “Fortaleza tem uma permissividade pecaminosa”, entende Marta. Para elas, o Centro ali vai atrair outros pólos geradores de viagem, como novos empreendimentos, para aquela região, aumentando assim o fluxo de veículos e a sobrecarga das redes, como água e esgoto. “Sendo o estrangulamento de tudo praticamente inevitável”, lamenta Nadja Dutra.

A chefe do Departamento de Engenharia de Transportes da Universidade Federal do Ceará (UFC), inclusive, cita outro exemplo que só vem contribuir para essa realidade: o desrespeito à Lei de Uso e Ocupação do Solo.“Ela proíbe e determina o que pode ou não ser construído em lugar A ou B, mas as pessoas não respeitam”.

Também não é só construir por construir, defende a chefe do Departamento de Engenharia de Transportes da UFC. Além de alargar ou construir novas vias, é necessário saber se atendem a demanda, em quanto tempo isso vai acontecer, que tipo de equipamento e outros recursos vão exigir (ponte, semáforo etc), que impactos vão causar na mobilidade da cidade etc. “Não há planejamento. As coisas acontecem para depois se saber se a via agüenta de fato, se há linhas de transporte público suficientes etc”.

Da mesma reportagem do Diário do Nordeste. Vale a pena conferir.

O Centro de Eventos e os transtornos no trânsito ²

A pós-doutora em Economia do Desenvolvimento e Gestão Logística, Marta Bastos, questiona como uma via que, há dez anos, recebia em torno de sete mil veículos por dia e, hoje, beira os 60 mil vai suportar, no mínimo, mais 3.600 veículos previstos só para o estacionamento do Centro de Eventos. Segundo ela, como o espaço viário é inelástico à demanda, por mais que se construam viadutos, passarelas e outras obras de arte na região, em nada vão melhorar se não for usada uma inteligente distribuição da atividade socioeconômica do espaço, que quer dizer, colocar nele o que ele pode absorver, equilibrando oferta e demanda.

“Viadutos e passarelas vão se sobrepor e não vão adiantar. Los Angeles (EUA) é exemplo de que isso não dá certo. A cidade começou a construir viadutos de até quatro andares, que acabaram ocupando espaço demais por conta, entre outros, das alças, fora as poluições visual e sonora que, com eles, foram inevitáveis.

Foi aí que Los Angeles passou a investir num transporte público de qualidade, coisa que deveríamos copiar”, alerta Marta.Construir novas vias ou alargar as já existentes também, na avaliação da especialista, não se apresentam como soluções adequadas. Muito pelo contrário, assegura a especialista, vão gerar ainda mais tráfego para a área. Pode-se até, sugere Marta, ofertar uma estrutura viária alternativa, como a ponte sobre o Rio Cocó.“Mesmo assim, as pessoas vão preferir o caminho mais curto, mesmo que passem muito tempo em engarrafamentos. É uma questão de percepção. Além de mais longo, o acesso pela ponte não retrata o movimento natural da cidade, que pertence à Avenida Washington Soares”, avalia.

Continuação da mesma reportagem. Vale a pena conferir.

O Centro de Eventos e os transtornos no trânsito

O Centro de Eventos do Ceará, a ser construído ao lado do Centro de Convenções, promete ser o segundo maior espaço para realização de feiras e eventos do Brasil, podendo receber até 30 mil pessoas em um único evento. Agora, imagine isso tudo acontecendo numa área que tem a Avenida Washington Soares como palco, via, hoje, tomada pelo caos do trânsito e da irritação? Que representantes da cadeia turística local e o governo do Estado defendem desenvolvimento com a chegada da obra, já se ouviu falar aos montes. Mas o Diário do Nordeste foi além da construção.

Conversou com especialistas no assunto para saber até que ponto a região escolhida tem condições reais de suportar uma demanda tão expressiva de pessoas e veículos. Foi atrás de saber se existe algum projeto de acessibilidade e trafegabilidade para a região. De resposta, a tendência de que o estrangulamento total da área, com o Centro fazendo parte do cenário, está cada vez mais próximo, conforme especialistas.A doutora na Área de Transporte, Nadja Dutra, começa questionando os motivos que levaram à escolha daquela região da cidade para a construção do Centro, tendo em vista que a Praia de Iracema despontou como mais adequada em propostas iniciais.

“Cerca de 150 profissionais estiveram envolvidos no estudo e apontou quais intervenções deveriam ser feitas na área (Praia de Iracema) e no seu entorno para receber o Centro. Mas, como num passe de mágica e, a meu ver, questões políticas, o novo endereço veio à tona”.


Ótima reportagem do Diario do Nordeste de hoje. Vale a pena conferir.

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Incentivos ao Turismo

Nas matérias “Fortaleza receberá voos diretos de Buenos e de Atlanta” e “Governo quer investir R$ 35 milhões em ações de marketing” (Editoria Economia, página 22 ), na edição de sexta-feira, 22 última do O POVO, mais uma vez são divulgadas ações para diversificação de visitantes à capital cearense e ao Estado. No caso de aviões de passageiros com percursos diretos, serão voos charters. Também estão previstos sete workshops a respeito do Ceará como destino turístico, em cidades como Varsóvia, Moscou e Helsinque.

Entretanto, trazer turistas ao Ceará parece mais simples do que recuperar a infraestrutura com a meta de atendê-los melhor. É preciso decisões tanto do poder público quanto do privado. A rede hoteleira cumpre a atuação dela, desde os estabelecimentos de grande porte até pousadas menos sofisticadas. Todavia, o viajante corre o risco de, ao se dirigir à praia a pé, ter de contornar ou correr o risco de cair num buraco no asfalto, provocado pelas chuvas da quadra invernosa deste ano.

As crateras dificultam ainda os deslocamentos de ônibus de excursões. No final de julho e início de agosto, está prevista a edição deste ano do Cine Ceará-Festival Ibero-Americano de Cinema. Além de um evento cultural, é também turístico, atraindo delegações do Brasil, Espanha, Portugal e da América Latina.

A prometida reforma do Centro Cultural Sesc Luiz Severiano Ribeiro vem sendo protelada. Necessitava-se agora que os coordenadores do festival e da sala de projeções providenciassem pelo menos um equipamento emergencial de ar-condicionado. Nos últimos anos, o calor dentro da sala fez com que o público esvaziasse nas projeções de filmes, concentrando-se mais no telão instalado na praça do Ferreira.

É necessário que o Centro de Fortaleza volte a ser turístico. Seria impossível pelo menos a curto e a médio prazos que a hotelaria de grande porte se reinstalasse na região. Embora exista uma proposta para reativação do Excelsior Hotel. Mas, a zona central ainda tem o comércio de maior movimentação da cidade, mesmo que shopping centers sejam cada vez mais inaugurados nos bairros.

Além disso, o Centro contém recantos caracterizados pelo diferente, a exemplo do restaurante do Clube do Advogado, na praça do Ferreira. O que não se compreende é que o então Cine São Luiz dinamizava a mesma praça 35 anos atrás, em 1974, até o fim da sessão das 21 horas, por volta de 23 horas. Hoje, o mesmo logradouro começa a ficar esvaziado às 19 horas da mesma data, exceto em dias nos quais é realizado o Cine Ceará. São sugestões que podem ser aplicadas sem gastos excessivos. Basta a vontade política.

OPINIÃO do Jornal O POVO, de hoje.

Praça da Sé é cercada e feira é abortada


A antes lotada de feirantes, a Praça da Sé permaneceu sem os comerciantes neste domingo. Cerca de 200 guardas municipais fizeram o isolamento da área e das ruas circundantes, para impedir o acesso àquela região, o que causou alguns transtornos para os que procuravam as ruas do entorno para comprar.

Além disso, no início da noite, todos os acessos à praça foram fechados, impedindo os fiéis que foram participar da Missa na Igreja da Sé de estacionar e os obrigando a andar um quarteirão até o templo.
O policiamento da área também foi reforçado com dez viaturas, de acordo com o comandante de Policiamento da Capital, Cel. Jarbas Araújo. O objetivo, segundo o subinspector da Guarda Municipal, Domingues, era evitar a ocupação da praça novamente.

De acordo com o presidente da Associação dos Feirantes da Sé, Simão Furtado, a maioria dos permissionários se transferiu para o local reservado em Maracanaú. Segundo Furtado, o motivo foi a infra-estrutura privilegiada do local, que conta com banheiros, bebedouros, hotel e segurança. ‘‘Dos quatro mil feirantes, mais da metade está aqui e alguns já venderam toda a mercadoria e estão voltando pra casa para buscar mais”, disse.

Entre os que visitavam o novo local, muitos vieram de outros estados, como a Bahia, com dois ônibus, o Maranhão e o Pará, com quatro ônibus cada um e até mesmo de outros países, como a Guiana Francesa, com 17 pessoas e o Cabo Verde, com 14. A sacoleira baiana Adenilda Bezerra gostou da mudança de local pelas melhores condições de exposição das peças. ‘‘Da outra vez que eu comprei, levei muitas peças sujas, porque ficavam no chão. Dessa vez, não vou ter mais esse problema’’, afirmou.
Para os que permaneceram no Centro, na Rua José Avelino, o clima era de insatisfação. O feirante Luiz Viana trabalhava na feira da Sé há nove anos e acredita que o faturamento deverá diminuir com a mudança de local. ‘‘Todo Estado tem feira em Praça pública, por que aqui não pode ter? Os meus clientes, que já conheciam onde era o meu ponto, agora vão ter que procurar. Vou agora ter que fazer uma outra freguesia’’, reclamou.
Imagem da Praça da Sé cercada por guardas municipais com reforço de dez viaturas da Polícia Militar. Foto de Juliana Vasquez, publicada na reportagem do jornal Diário do Nordeste, de hoje.

Ferreira Gullar: quem tem medo da CPI da PETROBRAS

O poeta Ferreira Gullar escreveu neste domingo sobre a CPI da Petrobras e a reação do governo em sepultar essa história. Confira:“Ao saber que a oposição pretendia criar uma CPI no Senado para apurar denúncias de irregularidades ocorridas na Petrobras, Lula saiu-se com esta: “Isso é, no mínimo, antipatriótico”. E seu ministro das Comunicações, logo logo: “A oposição subestima o orgulho que a população tem da Petrobras”.

Mas quem constatou aquelas irregularidades foram o Tribunal de Contas da União, a Receita Federal e a Polícia Federal. Serão, os três, inimigos da pátria e do povo? Apurar irregularidades numa empresa da importância da Petrobras é zelar por ela e pelos direitos de seus acionistas.

Mas algo, nesta CPI, assusta o governo. Se não há nada de grave a apurar na administração da empresa, por que tanto medo? As tentativas de desmoralizar a CPI, antes que comece a funcionar, chegam a ponto do ministro Paulo Bernardo afirmar, sem nenhum respeito à inteligência alheia, que o objetivo do PSDB é desmoralizar a Petrobras, para em 2010, chegando ao poder, privatizá-la. O mesmo argumento fajuto com que derrotaram o Alckmin, em 2006. Debaixo desse pirão, tem carne.”

Deu na Folha de São Paulo(Folha Ilustrada) e em diversos blogs, ontem.

domingo, 24 de maio de 2009

Obras portuárias ameaçam ecosistema da Babitonga ²


O estuário já sofre com a poluição por esgotos e outros resíduos lançados pelos municípios que o circundam, especialmente por Joinville, cidade mais industrializada de Santa Catarina. Graças ao federal PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), outras seis obras portuárias são projetadas para a Baía da Babitonga.


Elas incluem a ampliação do Porto de São Francisco do Sul, no município de mesmo nome e operando desde os anos 1950, além da construção de outros terminais. Os empreendimentos dependem de dragagem de canais, da remoção de rochas e de outras intervenções diretas no estuário para permitir a aproximação de navios de grande porte.
As obras são defendidas com unhas e dentes pelos governos federal e catarinense, por empresários do ramo portuário, exportadoras, sindicatos de estivadores, clubes de iatismo e outras entidades. Mas além dos benefícios para esses, não podem ser desprezados os impactos para outros setores e para a vida marinha. Ainda mais por um país que pretende ter acesso a mercados internacionais cada vez mais exigentes sobre questões ambientais.

Obras portuárias ameaçam ecosistema da Babitonga


Está nas mãos da Justiça a continuidade das consultas públicas para a criação da reserva de fauna da Babitonga, no litoral norte de Santa Catarina. As pedras no caminho da proteção daquela área, vital para a sobrevivência de espécies ameaçadas de animais marinhos, do turismo e da pesca artesanal, também são a total contrariedade do governo estadual e de empresários, interessados na ampliação ou construção de portos, e também de associações de pescadores, temendo erroneamente que suas atividades sejam interrompidas.

A proposta para se definir algum tipo de proteção à principal área de manguezais do Sul do país tomou forma há pouco mais de três anos, quando uma série de pesquisas apontou que populações de duas espécies de golfinhos dependem daquele estuário para sobreviver. O pouco conhecido boto-cinza (Sotalia guianensis) e a toninha (Pontoporia blainvillei) usam aquelas águas para se alimentar e reproduzir. Meros, robalos, caranguejos-uçá e várias outras espécies também vivem ali.
Com tanta riqueza em vida marinha, aproveitada pelo turismo e pescadores artesanais, veio o projeto para criação de uma reserva com pouco mais de 70 mil hectares e abraçando pequenas parcelas de seis municípios, como São Francisco do Sul, Joinville, Araquari e Barra do Sul, e grande parte do estuário do Rio Palmital, formado por mais de duas dezenas de ilhas e ilhotas. Confira mapa abaixo. Se for mesmo confirmada uma reserva federal de fauna, será a segunda do país. Em 2006, foi criada no Rio Grande do Norte a Reserva de Fauna Costeira de Tibau do Sul.
Os planos conservacionistas chegaram primeiro aos escaninhos do Ibama, mas, com a divisão do órgão, o processo tramita agora no Instituto Chico Mendes. A falta de um levantamento socioeconômico quanto aos efeitos da área protegida na região deixou uma brecha para ações judiciais. E elas vieram, encaminhadas por associações de pescadores. Assim, a criação da reserva aguarda um parecer do Tribunal Regional Federal em Porto Alegre (RS). Logo após uma decisão, os trâmites serão retomados, com mais uma audiência pública, ao menos. Esse, todavia, não é o maior problema para a conservação da Baía de Babitonga.
Publicado no O ECO http://www.oeco.com.br/

Obras do PAC no Ceará 98,7% atrasadas

Das 694 obras exclusivas para o Estado, nove foram concluídas. Ou seja, apenas 1,3% das ações saiu do papelLançado há dois anos, o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) ainda não ganhou impulso no Ceará.

Conforme o relatório do Comitê Gestor do PAC, até dezembro último, das 694 obras exclusivas previstas para o Estado — somando R$ 3,49 bilhões, apenas nove foram concluídas. Ou seja, somente 1,3% das ações conseguiram sair do papel. A boa notícia é que, mesmo pequeno, este percentual sinaliza que o Estado já recebeu investimentos de R$ 1,578 bilhão.

As 694 obras não englobam as sete iniciativas de caráter regional que beneficiam o Ceará e outros estados nordestinos — como a Transnordestina e a transposição do São Francisco. Vale lembrar que os projetos denominados regionais também não foram finalizados.O PAC prevê R$ 44,6 bilhões para Ceará — incluindo projetos regionais.

Deste montante, R$ 21,6 bilhões devem ser alocados até o próximo ano, restando, portanto, R$ 23 bilhões para aplicação pós-2010. Subdividido em eixos de infra-estrutura — Logística, Energética e Social-Urbana — o programa ganha ainda mais importância do cenário da crise econômica, que arrefeceu os investimentos privados. Cabe ao governo, portanto, manter o ritmo de investimentos públicos, a fim de assegurar que o País continue na rota de crescimento, além de garantir empregos e benefícios sociais.

No tocante ao Ceará, ainda segundo dados do balanço do Comitê Gestor, de março, o eixo de atuação mais avançado é o de infra-estrutura Energética. São 27 projetos exclusivos — sendo oito concluídos, no valor de R$ 7,49 milhões, a serem alocados até 2010.

sábado, 23 de maio de 2009

Prefeita Luizianne Lins recua


A Prefeita de Fortaleza Luizianne Lins desistiu de decretar estado de emergência no município por conta das chuvas. Ontem, em coletiva de imprensa, ela anunciou que, após analisar a situação da cidade, viu que estava “melhor do que se pensava”. No entanto, lançou a tão aguardada Operação Tapa-Buracos para melhorar a malha viária da cidade, através de um investimento de R$ 22 milhões do Tesouro Municipal.

Com relação a decisão de não decretar estado de emergência, a prefeita disse que “se cria um clima que não existe em Fortaleza. A cidade está esburacada como qualquer cidade que recebeu a quantidade de chuvas que recebeu e que tem um problema de drenagem histórico. Não vou assinar o decreto de emergência hoje (ontem) porque era uma loucura tão desvairada por parte de alguns que eu imaginava que os dados fossem outros diferentes, muito mais críticos, além dos buracos. Graças a Deus e ao nosso governo popular, a situação é muito mais tranqüila em relação a 2004”, disse ela.

Reportagem do Diário do Nordeste. Fotografia de Marília Camelo.


VAMOS VER PARA CRER!

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Críticas ao Ministro Carlos Minc

Na sua coluna semanal, a Senadora Marina Silva dá outra alfinetada em Carlos Minc. Agora menos alinhada ao PT, ela critica duramente a aprovação da malfadada MP458, aquela que propõe entregar terras de mão-beijada a posseiros em nome da "regularização fundiária" na Amazônia. Minc, pelo contrário, disse que a medida é coisa fina e que sua aprovação foi boa para o Meio Ambiente.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Maracanaú vai à Africa do Sul

No dia 31 deste mês, nas Bahamas, a Fifa anunciará a lista das 10 cidades brasileiras que sediarão os jogos da Copa do Mundo de 2014. Fortaleza é uma das candidatas, com fortes chances de incluir-se nessa relação. Fala-se que para Fortaleza viria uma seleção de ponta, isto é, uma que já tenha sido campeã.

Mas, enquanto governadores, prefeitos e outros políticos e grandes grupos econômicos nacionais e estrangeiros fazem lobby a favor de suas cidades, há, trabalhando em absoluto silêncio, quem se esforça para colher dividendos da Copa 2014. É o caso do prefeito de Maracanaú, na Região Metropolitana de Fortaleza, Roberto Pessoa. Ele viajará em junho para a África do Sul, sede da Copa do Mundo de 2010 e da Copa das Confederações deste ano, que começará no dia 14 do próximo mês.

Com Pessoa irá o arquiteto Fausto Nilo. Ambos têm a mesma idéia: transformar Maracanaú em um Centro de Treinamento das seleções que jogarão em Fortaleza e fazer da cidade foco de interesse da mídia internacional. Roberto Pessoa e Fausto Nilo aproveitarão a Copa das Confederações para 1) conhecer os centros de treinamento construídos pelos africanos para esse torneio, 2) observar os erros e acertos dos projetos urbanísticos e arquitetônicos e 3) tentar replicar tudo isso no espaço geográfico de Maracanaú. A Copa do Mundo, além de megaevento esportivo, é um grande acontecimento turístico.

1500 feirantes se instalam em Maracanaú

Pela manhã, houve a notícia de que a Feira da Sé deverá continuar, dessa vez, até o próximo dia 2. Pela tarde, aconteceu a chuva que surpreendeu os comerciantes. Nenhum desses fatores inibiu, ontem, o ânimo de transformar Maracanaú em um centro de referência do comércio de confecções, e de atender, particularmente, os ambulantes que vendiam seus produtos no entorno da Catedral de Fortaleza.

Apesar da resistência de parte dos ambulantes em permanecer no Centro de Fortaleza, mais precisamente na Praça Pedro II (mais conhecida como a Praça da Sé), o primeiro dia foi promissor. Essa era opinião comum entre os gestores da iniciativa e os feirantes, que se alojaram no pátio do Feira Center, em Maracanaú.

O prefeito daquele Município, Roberto Pessoa, estimou em dois mil comerciantes no primeiro dia, somente na área reservada para reunir os feirantes da Praça da Sé. O superintendente do Feira Center, Luciano Salgado foi mais comedido e falou em 1.500 feirantes. No entanto, anunciou a presença, hoje, de 20 ônibus provenientes dos estados do Pará, Maranhão e Bahia.“Sempre nos preocupamos em fazer com que nosso município crescesse no segmento de confecções. Isso foi sendo construído com as indústrias se instalando no Distrito Industrial. Mas faltava a ponta, que era o feirante e o comércio atacadista e varejista, que giram em torno desse setor”, disse o prefeito, ressaltando que esse ciclo está agora completo.

Matéria de hoje do Diário do Nordeste. Fotografia de Natinho Rodrigues.

domingo, 17 de maio de 2009

Meio Ambiente: perguntas que o Presidente Lula não responde

O Brasil é o quarto maior emissor de gases que aumentam a temperatura do planeta e alteram o clima da Terra, mas o presidente Lula e a Ministra Dilma Roussef, que de fato mandam no governo, desprezam o tema. Lula apenas repete que as alterações no clima foram causadas pelos países ricos e que eles é que devem encontrar uma solução. Dilma é uma prega o crescimento econômico pelo crescimento econômico. E só.

Duas regiões no Brasil sofrerão mais com as alterações no clima. No semiárido, uma das regiões mais pobres do País, onde já faltam todas estruturas de atendimento à população, aumentará ainda mais a escassez de água. Os pobres, mais uma vez, serão os mais atingidos. E boa parte da floresta amazônica vai se transformar em savana. Isso alterará o regime de formação das chuvas que saem de lá e vão se precipitar no cone sul da América do Sul, onde irrigam as regiões onde é produzida a maior parte dos alimentos que consumimos no Brasil e que exportamos. Ou seja, diminuirá a produção de comida.

Pergunta 01
Por que o governo não desenvolve uma política consistente de enfrentamento das mudanças no clima?

O Brasil liderou o debate sobre as responsabilidades comuns porém diferenciadas sobre as emissões históricas. Embora ainda mantenha capacidade de influir nas negociações internacionais, passou a se omitir desde que aumentaram as taxas do crescimento econômico baseado na derrubada e queimada de florestas. Em dezembro, acontece a 15ª Conferência das Partes da Convenção do Clima em Copenhagen. Barak Obama, Nicolas Sarkozy, Angela Merkel e Gordon Brown tentarão protagonizar o evento, que vai definir as ações contra as mudanças climáticas na segunda fase do Protocolo de Quioto, a partir de 2012. Está aberta janela de oportunidade política para o Brasil assumir a esta da principal questão do século 21.

Pergunta o2
Por que Lula não chefia pessoalmente a representação do Brasil à CoP15 e se projeta como líder mundial?

Parte considerável das emissões de gases poluentes se origina da queima de combustíveis fósseis. A Petrobras avalia que o pré-sal pode ter até 50 bilhões de barris, que demandarão 160 bilhões de dólares para serem explorados. Colocada no mercado, parcela considerável desse petróleo será queimada e vai agravar ainda mais a mudança no clima.

Pergunta 03
O governo considera não explorar o pré-sal e, em vez disso, investir tudo na viabilidade das energias do vento e do sol, como o fez nos anos 1970 para desenvolver o álcool combustível?

Em agosto de 2008, BNDES, Banco do Brasil, Banco do Nordeste, Banco da Amazônia e Caixa Econômica Federal assinaram protocolo de intenções se comprometendo a adotar critérios sociais e ambientais antes de conceder seus empréstimos. Mas os bancos continuam a financiar atividades que causam a destruição das florestas, desconsiderando até que pesam suspeitas de fraude e incompetência na emissão de licenças ambientais em estados campeões de desmatamento, como Pará, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás. O BNDES chegou a propor ao Banco Central uma linha de crédito para financiar a modernização do sistema ambiental desses estados, reconhecendo que as licenças em que se baseia para conceder seus vultosos e subsidiados empréstimos são frágeis, para dizer o mínimo.

Pergunta 04
Por que o próprio governo não para, agora mesmo, de fornecer o dinheiro que desmata e emite os gases que causam as mudanças no clima?
Matéria do Jornalista Carlos Tautz. Publicado no Blog do Noblat ttp://oglobo.globo.com/pais/noblat/

Fortaleza 283 anos: uma cidade sem gestão

A "buraqueira" existente em toda a malha viária que conturba, a cada dia mais a mobilidade, a acessibilidade, o transporte urbano, a logística e a dinamica urbana desta cidade de quase 2,7 milhões de habitantes nada mais é que o reflexo da total ausencia de planejamento e gestão. Fortaleza está entregue a sua própria sorte, abandonada por uma Prefeita Municipal que não tem o menor senso do que seja responsabilidade do cargo.

sábado, 16 de maio de 2009

Ave Augusto Pontes


Fortaleza se despediu ontem de Augusto Pontes, filósofo, compositor, publicitário, ex-secretário de Cultura do Estado. Acima de tudo, um grande agitador cultural, capaz de costurar em torno de si artistas das personalidades mais distintas, atraídos pela inteligência inquieta e pela sempre-ironia que o fizeram guru de várias gerações.


"Quando a mesa cresce, a cultura desaparece". A frase ecoa desde os tempos de Bar do Anísio, na Beira-mar da Fortaleza dos anos 60. Em tom espirituoso, bem à cearense, integra a extensa lista de tiradas de um intelectual que sempre cuidou de unir as letras à boemia. Paradoxalmente, em desacordo com a própria assertiva, os muitos amigos que na manhã de ontem se despediram de Francisco Augusto Pontes tinham em comum a lembrança de uma pessoa absolutamente gregária.

Capaz de apaziguar interesses divergentes e egos inflados, reunindo à mesma mesa - ou na mesma produção cultural - artistas de diferentes linguagens, propostas, universos. Todos envoltos pela inteligência provocativa, mas também acolhedora, do guru da geração do Pessoal do Ceará. E de outras que a sucederam.
Extenso conjunto de matérias do Caderno 3 do Diário do Nordeste, feitas pelo Jornalista Dalwton Moura. Fotografia de André Lima, do Arquivo DN. Direito autorais preservados.

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Parque do Ccocó: Ministério Público entra com ação contra Prefeitura de Fortaleza

"O Ministério Público do Estado do Ceará, por meio do promotor de Justiça do Meio Ambiente e Planejamento Urbano José Francisco de Oliveira Filho, ingressou no último dia 6 com uma ação civil pública ambiental com pedido de liminar contra o Município de Fortaleza, no intuito de que seja determinada a proibição de qualquer atividade ou obra na área do Parque Ecológico do Cocó, localizada entre os prolongamentos dos alinhamentos das ruas Arquiteto Reginaldo Rangel e Batista de Oliveira, ao sul da Rua Samir Hiluy.

Em caso de descumprimento da medida liminar a ser concedida, o representante do Ministério Público pede a aplicação de multa diária no valor de R$ 250.000,00, ou outro valor condizente à situação. O promotor de Justiça solicita a condenação do Município de Fortaleza à obrigação de elaborar e executar projeto de recuperação das áreas de preservação permanente da área da poligonal do Parque Ecológico do Cocó em questão, resguardando–a de posterior ocupação indevida ou, caso o dano seja irreversível, a condenação em dinheiro no valor de R$ 2.500.000,00, pelos prejuízos causados ao ecossistema do Cocó.

A ação pede, ainda, a condenação do Município de Fortaleza na obrigação de não licenciar, nem autorizar ou permitir o início de qualquer obra naquela área e qualquer valor de multa determinado pelo Poder Judiciário deve ser convertido ao Fundo Estadual dos Direitos Difusos do Estado do Ceará (FDID). Um laudo técnico expedido pela Associação Técnico-Científica Engenheiro Paulo de Frontin (ASTEF), por solicitação dos moradores do local, atesta agressões àquele ecossistema, como: desmatamento, aterro e pavimentação de áreas no entorno de nascentes que alimentam o mangue do rio Cocó.

Os técnicos da ASTEF constataram a presença de nascentes aqüíferas na área objeto do estudo, tendo as áreas de preservação permanente destas nascentes sido alvo de desmatamento, aterramento e cercamento. Houve, inclusive, a cobertura completa por aterro de área de surgência e alagados. Face à constatação dos danos causados ao meio ambiente, o laudo técnico foi apresentado à Promotoria de Justiça para conhecimento e tomada de providenciais."

Informação do site MP-Ceará.

As aplicações medicinais da Copaíba

A copaíba (Copaifera sp), ou copaibeira, é uma árvore de grande porte da família Leguminosae encontrada em todo o Brasil. Os habitantes da floresta a procuram como local de tocaia para pequenos animais silvestres que se alimentam de seus frutos. A árvore, também chamada de pau d´óleo, é facilmente encontrada na mata devido ao forte aroma de sua casca.

Os índios a utilizavam, principalmente, como cicatrizante no umbigo de recém-nascidos para evitar o ´mal-dos-sete-dias´. Os guerreiros, quando voltavam de suas lutas, untavam o corpo com o óleo da copaíba e se deitavam sobre esteiras suspensas e aquecidas para curar eventuais ferimentos.

Tudo indica que o uso deste óleo veio da observação do comportamento de certos animais que, quando feridos, esfregavam-se nos troncos das copaibeiras. Conforme a tradição e uso pelos povos ribeirinhos da Amazônia, o óleo de copaiba é eficiente em queimaduras, feridas, micoses, urticárias, cicatrização, furúnculos, inflamações, má digestão, intestino preso. Age sobre as vias respiratórias e urinárias e é um poderoso antisséptico.

Festa de Santo Antonio da Barbalha


Será cortado hoje o pau que servirá de mastro para a bandeira de Santo Antônio, padroeiro de Barbalha. Pela primeira vez, será utilizada uma copaíba, ou pau d’óleo, conhecido no sertão como “pau dóia”, uma árvore nativa que fornece um óleo com poder medicinal. Tradicionalmente, era utilizada uma aroeira.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente Recursos Naturais Renováveis (Ibama), a copaíba não está na relação das espécies em extinção ou proibidas de corte.Ao contrário dos anos anteriores, não houve polêmica em torno do corte do pau da bandeira. As negociações para a escolha da árvore começaram no mês de fevereiro entre a Prefeitura de Barbalha, o Ministério Público Federal e o Instituto Chico Mendes, que assinaram um Termo de Ajuste de Conduta (TAC), regulamentando a utilização da árvore.Entre as exigências colocadas pelos órgãos ambientais está a reserva de uma área para reflorestamento.

O pau da bandeira de 32 capelas de Barbalha será itinerante, isto é, um único pau será utilizado como mastro da bandeira das festas religiosas do município. Outra exigência é o acompanhamento do Instituto Chico Mendes na escolha e no corte do pau.Este ano, a única dificuldade é o acesso ao sítio São Joaquim, de onde será retirada a copaíba. O “Capitão do Pau”, Rildo Teles, que comanda o corte e o carregamento do mastro, adverte que, em consequência das chuvas, a estrada não oferece condições de tráfego para carros pequenos.

O ritual começa hoje, às 7 horas, com os cortadores do pau, rezando um “Pai Nosso” em frente à Igreja Matriz de Santo Antônio. Em seguida, eles serão transportados de caminhão para o sítio São Joaquim, no sopé da serra do Araripe, a sete quilômetros da cidade. Ali, à beira de um dos riachos, começa a festa popular. Cortadores e curiosos se confraternizam na sombra das árvores, em torno de churrascos e bebidas.


O corte do mastro é antecedido de uma oração. Depois de cortada, a árvore é transportada para fora da mata e colocada na “cama”, local onde o tronco permanece secando até o dia da abertura da festa, dia 31 de maio.A árvore é levada nos ombros dos devotos de Santo Antônio, do sítio São Joaquim até a Igreja Matriz, onde é erguida sob os aplausos da multidão.Aberta oficialmente, a festa prossegue até o dia 13, data oficial de comemoração do padroeiro, com novenas, quermesses e shows com artistas regionais e nacionais. Durante as festividades em Barbalha, ocorrerá, simultaneamente, o II Congresso Cearense de Folclore e I Seminário sobre Cultura, Religiosidade e Festas Populares, abordando o tema “Festa Popular no Âmbito Privilegiado da Tradição”.

Reportagem e fotografia de Antonio Vicelmo para o Caderno Regional do Diário do Nordeste.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Uma nota complementar

Uma triste nota complementar é que os recursos do FUNDEMA/ Fundo Municipal de Desenvolvimento do Meio Ambiente assim como os recursos resultantes de grandes taxas compensatórias ambientais, pagos pelos grandes empreendimentos quando instalados em Fortaleza, ambos arrecadados há anos pela Administração Municipal não aplicados coretamente e integralmente na proteção e preservação do meio ambiente no Município de Fortaleza, no incremento de áreas verdes públicas e na manutenção das mesmas como prescreve a Legislação. Todas as indagações encaminhadas à SEMAM/ Secretaria Municipal do Meio Ambiente e Controle Urbano, em geral, não tem resposta.

Resumo da Série: Meio Ambiente em Fortaleza

Na última segunda-feira, O POVO iniciou uma série de reportagens sobre as áreas verdes da Capital. A série abordou um levantamento feito pelo coordenador do Inventário Ambiental de Fortaleza (2003), Professor/ Arquiteto José Sales, do Departamento de Arquitetura da UFC, constatando a existência de pelo menos 45 áreas verdes significativas em Fortaleza que poderiam ser transformadas em parques na cidade.

A Prefeitura reconhece oficialmente apenas nove, que ainda têm dificuldades de manter e conservar. Para especialistas, o não reconhecimento de outras áreas representa descaso. Ontem, especialistas defenderam a importância de se criar mais unidades de conservação. Estima-se que Fortaleza tem hoje uma média de 4m² de área verde por habitante, apenas um terço do mínimo recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que é de 12 m²
Na Câmara de Fortaleza, o vereador João Alfredo (PSol) é membro da comissão de Meio Ambiente e presidente da Frente Parlamentar Ambientalista. Especificamente para as áreas verdes, ele está trabalhando em duas ações. A primeira é um projeto de lei que propõe a criação da Área de Relevante Interesse Ecológico (Arie) Dunas do Cocó. A segunda é o mapeamento de áreas verdes da Capital, para elaborar um documento e, até o fim do ano, encaminhá-lo aos órgãos ambientais, para que possam tomar providências. De acordo com João Alfredo, o projeto de lei tem o propósito de criar uma unidade de conservação para proteger os 15 hectares que ainda existem ali e estão foram do Parque Ecológico do Cocó. Fica entre as avenidas Sebastião de Abreu, Padre Antônio Tomás, o Parque do Cocó e a Cidade 2000. “Existe um embate muito difícil na Câmara. Por incrível que pareça, o projeto teve aprovação fácil e rápida na comissão de Legislação, mas está com dificuldade de ser aprovado no mérito pela comissão de Meio Ambiente”.

Na opinião de Antônio Melo, 30, que mora nas proximidades, nas Dunas do Cocó habitam várias espécies de animais e, havendo desmatamento, haverá desequilíbrio no ecossistema. Por isso, ele sugere que o local se torne uma Área de Preservação Ambiental (APA). Segundo Antônio, podem existir passeios ecológicos, a fim de integrar a população ao meio ambiente.

Com relação ao mapeamento, o vereador defende que, onde não existe Unidade de Conservação (UC), a Prefeitura tem de urbanizar, criando espaços para a comunidade, o que inclui parques, praças e jardins. Várias áreas verdes já foram visitadas. Entre elas, o Pulmão Verde do Siqueira, a Sabiaguaba e o Parque Raquel de Queiroz. “A nossa intenção é mapear a siuação das áreas verdes durante todo esse ano”, diz João Alfredo.

Para biólogo, cidade é pobre em políticas ambientais

Para o biólogo Marcelo Freire Moro, mestrando em Desenvolvimento e Meio Ambiente pela Universidade Federal do Ceará (UFC), Fortaleza é bastante pobre em políticas ambientais. “Em que pese a maior preocupação do novo Plano Diretor com a questão ambiental, o município não está preparado para lidar com a conservação da biodiversidade”, afirma.

Na avaliação dele, o manejo da biodiversidade de Fortaleza exigiria profissionais com um largo conhecimento científico sobre biologia da conservação e ecologia de paisagens, aliados, ainda, a uma “grande vontade política dos gestores públicos”. De acordo com Moro, não adianta apenas criar unidades de conservação.

“É preciso uma política permanente e uma equipe técnico/científica relativamente grande e capacitada para lidar com temas tão atuais e importantes como o cultivo de árvores nativas, cuidado com a arborização, ecologia de paisagens e biologia da conservação”, argumenta

Prioridade é oficializar Unidades de Conservação já existentes

Se até 2011 a Área de Preservação Ambiental (APA) de Sabiaguaba e o Parque Natural das Dunas de Sabiaguaba não tiverem plano de manejo para oficializá-las, elas deixam de existir no papel. No entanto, a Prefeitura de Fortaleza garante que o documento estará pronto em 2010.

Enquanto ambientalistas defendem a criação de mais Unidades de Conservação (UCs) em Fortaleza, a Secretaria Municipal do Meio Ambiente e Controle Urbano (Semam) afirma que, por enquanto, não há projeto de criação de novas UCs. Neste momento, a prioridade é regulamentar as que já existem sob responsabilidade do Município: a Área de Preservação Ambiental (APA) de Sabiaguaba e o Parque Natural das Dunas de Sabiaguaba.

Criadas no dia 20 de junho de 2006, estas unidades têm prazo de cinco anos para implementação. Para isso, a Prefeitura precisa elaborar o plano de manejo das duas áreas. Se até 2011 isso não for feito, elas deixam de ser UCs. Mas, de acordo com a coordenadora de política ambiental da Semam, Mara Calvis, o plano será elaborado até 2010. Segundo ela, a base legal será o novo Plano Diretor de Fortaleza, que já contempla as duas áreas, determinando inclusive a preservação e o que pode ou não ser feito pela construção civil. “Até 2010, teremos o plano de manejo, que oficializa as áreas”.

Conforme Mara Calvis, a APA de Sabiaguaba e o Parque Natural das Dunas de Sabiaguaba já estão sendo pensados para o futuro, pois estão previstos no Plano Diretor com essa visão de desenvolvimento sustentável, para que as pessoas construam, mas também preservem ao mesmo tempo. “Com a APA de Sabiaguaba e o Parque Natural das Dunas de Sabiaguaba já estamos construindo um futuro. O que nós temos hoje é pouco, concordo. O que existe precisa ser preservado, mas não dá para criar Unidades de Conservação onde não temos ambiente adequado”, afirmou Mara. Por isso, ela defende a realização de um estudo que defina os locais com potencial para ser Unidade de Conservação. De acordo com ela, estas áreas verdes estão próximas a lagoas, que têm sido alvo de ações de limpeza pela Prefeitura.

Matéria da série Meio Ambiente no Município de Fortaleza, realizadas pela Jornalista Lucinthya Gomes, em publicação pelo Jornal O POVO.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Estudo aponta 45 áreas verdes que não são reconhecidos²

Durante a elaboração do Inventário Ambiental dos Recursos Hídricos e Orla Marítima de Fortaleza (2003), ficou constatado que existem pelo menos 45 parques em Fortaleza. No entanto, a Secretaria Municipal do Meio Ambiente e Controle Urbano (Semam), em seu site, só reconhece nove locais como parques.

Para especialistas, a não oficialização dos dados pelo Município representa o descaso com estes lugares, que passam por problemas de depredação ou até abandono, desvalorização da vegetação nativa e diminuição da biodiversidade. O POVO inicia hoje uma série de matérias sobre as áreas verdes na Capital. O levantamento que considera a existência de pelo menos 45 parques foi feito pelo Arquiteto José Sales Costa Filho, professor da Universidade Federal do Ceará (UFC), coordenador do inventário. Segundo ele, estes espaços com vegetação assumem o papel de oferecer à população descanso, passeio, lazer e contato com a natureza. Ele lamenta que o dado não seja oficializado.

Para o especialista, estes locais deveriam estar incluídos num sistema de parques urbanos. O número até supera o da cidade de Curitiba, considerada um ícone no cuidado com as áreas verdes, afirma Sales. “A diferença é que nossos parques ou não estão mantidos a contento, ou, em alguns casos, estão abandonados”, lamentou. Mesmo os parques que têm o reconhecimento da Prefeitura apresentam sinais de degradação. Caso do Parque Rio Branco, da Lagoa do Opaia, do Horto Municipal Falconete Fialho, do Parque da Lagoa do Papicu e do Pólo de Lazer da Sargento Hermínio.

Estudo aponta 45 áreas verdes, mas Prefeitura só reconhece 9

De acordo com o coordenador da equipe que elaborou o Inventário Ambiental de Fortaleza, Professor/ Arquiteto José Sales Costa Filho, existem pelo menos 45 parques na cidade. No entanto, a Semam reconhece apenas nove parques na Capital. Hoje O POVO começa série sobre áreas verdes elaboradas pela Jornalista Lucinthya Gomes. Vale a pena conferir.

domingo, 10 de maio de 2009

Geopark Araripe: Cachoeira de Missão Velha


Imagem da Cachoeira de Missão Velha/ Geotope Devoniano/ Geopark Araripe, localizada no município de mesma denominação, no Cariri, no Sul do Estado do Ceará, após um chuva tropical torrencial, no meio da tarde de ontem, 09 de Maio de 2009. Fotografia de Daniel Roman. Arquivo de Imagens Ibi Tupi. Direitos autorais reservados.

Crescimento desordenado das cidades agrava a situação na época das chuvas


"As cheias deste ano são mais fortes do que as do ano passado", afirma o coronel João Vasconcelos Sousa, comandante do Corpo de Bombeiros e da Defesa Civil do Estado que pretende fazer com que o órgão trabalhe mais na prevenção. "Além da natureza, favorecem à situação: desordem urbana e falta de monitoramento de açudes".
A que o senhor atribui estes desastres, além das chuvas? (O POVO)
"Ao crescimento de forma desordenada das cidades. É proposta da Defesa Civil trabalhar muito forte esta parte preventiva. Uma das maneiras é apresentar projetos de prevenção aos municípios com relação às secas e às enchentes. Devido ao crescimento desordenado, as pessoas procuram estes locais de risco. Da noite para o dia, o poder público se vê com uma porção de pessoas morando numa área de risco. É necessário uma negociação para retirar essas pessoas, sendo o processo demorado. Lamentavelmente, os rios têm uma época em que secam, noutras, enchem. As pessoas não observam os riscos e nem buscam informações sobre os locais. Também as pessoas quando chegam a esta situação não estão preocupadas com isso, querem a sua casinha. Acho que o homem deve saber conviver com a natureza com bom senso. Mas, infelizmente, ele faz sua casa em locais de risco".

Reportagem do Diário do Nordeste, de hoje, da Jornalista Iracema Sales. Vale a pena conferir.

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Audiencia Pró Parque Rachel de Queiroz ²


Foi realizada ontem, no Auditório do Colégio Santa Izabel, a Audiência Pública Pró Parque Rachel de Queiroz, encaminhada pela Vereadora Eliana Gomes/PC do B, que consolidou o início de uma nova trajetória reinvidicatória deste Parque que poderá resgatar a carencia de espaços públicos de lazer e fruição da natureza da Zona Oeste de Fortaleza.

Além da inteira lotação do Auditório do Colégio Santa Izabel, para tomar conhecimento desta proposta apresentada de requalificação ambiental urbana de extensas áreas da Zona Oeste de Fortaleza, mais uma vez apresentada pelo representante da equipe autora do projeto, o Professor/ Arquiteto José Sales/ UFC, foi registrada ainda presença de dois Vereadores municipais, a própria Eliana Gomes/ PC do B e Carlos Sidou, um Deputado Estadual Nelson Martins/ PT, este representando a Assembléia Legislativa, além também representantes da Prefeitura Municipal, como a Secretária Executiva Regional I Ana Lúcia, Samuel Braga do Núcleo de Edicação Ambiental da SEMAM e Arquiteto José Tarcísio Prata do Núcleo de Meio Ambiente da SER III e da maior parte dos movimentos sociais e entidades que atuam na Zona Oeste de Fortaleza.
Imagem ilustrativa das intervenções propostas para Setor 7 do Parque Rachel de Queiroz, que requalificaria toda área de proteção do encontro dos Riachos Alagadiço e Cachoerinha que ocorre no limite do Campus PICI/ UFC com Avenida Mister Hull e a abriria ao pleno usufruto público. O Parque é composto de 15 setores que se distribuem em 21 bairros da Zona Oeste de Fortaleza e perfaz um total de áreas da ordem de 254 hectares ou 254.000 m². Na sua vizinhança imediata moram mais de meio milhão de pessoas.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

A proposta do Parque Rachel de Queiroz


A proposta do Parque Rachel de Queiroz envolve a recuperação ambiental urbana de toda as subbacia dos Riacho Alagadiços desde o Açude João Lopes e do Riacho Cachoeirinha, este desde o Açude Santo Anastácio, até o Rio Maranguapinho, em um extensão aproximada de 12,5 quilometros, através de mais de 20 bairros da Zona Oeste de Fortaleza, consolidando uma intervenção de recuperação deste contexto hídrico, das situações lindeiras e reservas de vegetação ainda existentes, da ordem de 254 hectares, distruídos em 15 setores urbanos, para usufruto da população ali residente que ultrapassa meio milhão de habitantes.


A mesma foi composta, sob Coordenação do Professor/ Arquiteto José Sales/ DAUUFC, por solicitação e contratação da SEMAM/ Secretaria do Meio Ambiente e Controle Urbano, da Prefeitura Municipal de Fortaleza, ainda em 2002/ 2003, mesmo que este ideário já estivesse em discussão desde 1995 em diversos fóruns e audiencias públicas. E muito embora a mesma tivesse sido inteiramente desenvolvida, nunca foi consolidada, durante todos estes anos, nem em uma se suas menores partes.Em algum momento desta trajetória a mesma foi apresentada a Ministra Marina Silva do Ministério do Meio Ambiente, sendo considerada modelar, ao convalidar diretrizes de recuperação ambiental urbana para intervenção em áreas de grande densidade demográfica e ocupação.
Imagem da Sede do Sítio PICI de Daniel Queiroz, pai da Escritora Rachel de Queiroz, localizada no Bairro do Henrique Jorge, onde se consolidaria uma das partes do Parque. Arquivo de Imagens Ibi Tupi.

Audiencia Pró Parque Rachel de Queiroz

A Camara Municipal de Fortaleza, realiza hoje, 07 de Maio de 2008, uma audiencia pública para debater a questão do PARQUE RACHEL DE QUEIROZ. A mesma se dará no Colégio Santa Izabel, na confluencia das Avenidas Mister Hull e Parsifal Barroso.

O Movimento Pró Parque RACHEL DE QUEIROZ, surgiu por conta de reinvindicar transformação das áreas de proteção e preservação ambiental dos recursos hídricos do Riachos Alagadiço e Cachoeirinha em um grande parque público para o atendimento a demanda de mais de meio milhão de habitantes de Fortaleza que vivem neste entorno.

terça-feira, 5 de maio de 2009

Calamidade e omissão

O planejamento preventivo e as ações de socorro realizados pelo Estado do Ceará e as Prefeituras Municipais foram insuficientes para evitar os estragos provocados pelas fortes chuvas deste ano. Segundo a Defesa Civil Estadual, as precipitações muito acima do previsto e a falta de resposta dos municípios são os principais fatores da situação. Em 52 municípios, o número de pessoas atingidas pelas enchentes já ultrapassa os 100 mil, seja por conta da destruição de moradias, do isolamento diante de falta de condições de tráfego das estradas, dos prejuízos materiais e da perda de vidas.

Extensa e densa reportagem do Diário do Nordeste, de hoje. Vale a pensa conferir.

segunda-feira, 4 de maio de 2009

De Aquário e de Creches

Não sou, peremptoriamente, contra a edificação de aquário na cidade de Fortaleza, obra que parece ser a menina dos olhos do Governo do Estado no que tange a equipamentos voltados para qualificação do turismo no Ceará. Penso que a iniciativa não tem o foco apenas naqueles que nos visitam, por alguns dias, e voltam aos seus pagos bem ou mais ou menos compensados pelo que viram e viveram.

Penso que não é adequado ficar-se a favor do empreendimento ou contra, sem o indispensável conhecimento das várias fases da sua concepção. Razões há quando se diz ou se ouve alguém dizer que há outras prioridades, outras carências a enfrentar. É verdade, elas existem, não é de hoje nem de ontem, elas existem e se aprofundam.

Poder-se-ia justificar o aquário levando em conta a sua destinação prática, junto à população, os seus objetivos pedagógicos, pois não o desejamos apenas como artefato para deleite de turistas, compulsoriamente levados à sua contemplação.

Por outro lado, há a reconhecer a necessidade de o Governo do Estado empenhar-se, sem limites, na edificação de equipamentos que atendam àquelas prioridades e carências acima referidas; ou seja, há recursos para o aquário, mas há também, por exemplo, para aprimoramento dos espaços escolares, para parcerias, em Fortaleza, junto à Prefeitura, que viabilizem as creches desativadas e se coloque termo à favelização da Cidade.

Por fim, fico a pensar nos ganhos proporcionados à Cidade por intermédio do Dragão do Mar, que, com suas opções de lazer, seus espaços ocupados por atividades culturais, pelo acolhimento a grupos do interior, por tudo o que incorporou aos costumes e aos gestos do fortalezense, em particular, dos cearenses, enfim. Sem dúvida, é a gestão desses equipamentos que edifica a dimensão da sua utilidade, da sua eficácia.

Artigo da Jornalista Ivonete Maia ivonetemaia@hotmail.com Publicado no Jornal O POVO, de hoje.

A reocupação residencial do Centro de Fortaleza

A chamada revitalização do Centro de Fortaleza passa, entre outras providências, pela ocupação dos inúmeros imóveis - casas e edifícios de apartamentos - há muito tempo fechados. Por isso, a matéria “220 imóveis prontos para moradia”, publicada na edição de ontem do O POVO (Fortaleza, página 5), trouxe novo ânimo aos que lutam pela valorização da malha central da cidade que, desde início da década de 70, vem passando por sério processo de desgaste e abandono.

A boa nova é anunciada pelo coordenador do Plano de Reabilitação da Área Central de Fortaleza, Daniel Rodrigues. Além dos 220 imóveis anunciados, outros 440 podem receber reformas ou novas construções habitacionais. Há, assim, boas perspectivas para a valorização do Centro da cidade e, ao mesmo tempo, aquecimento dos negócios do setor imobiliário. Esta parece ser iniciativa concreta no sentido de resgatar o Centro de Fortaleza da sua antiga posição de importância na vida da população desta capital.

É evidente que, de mais de 30 anos para cá, a cidade passou por profundas transformações e criaram-se opções de comércio e lazer irreversíveis, tais como os shopping centers. Não se defende a volta ao passado, pura e simplesmente, mas o reaproveitamento de área de vital importância para a cidade tanto do ponto de vista histórico quanto do urbano. Fortaleza estava a merecer medidas mais eficazes neste sentido. Há áreas do Centro repletas de imóveis vazios, alguns deles até com portas e janelas emparedadas. A avenida dom Manuel, por exemplo, outrora essencialmente residencial, dá a impressão de uma via fantasma depois das 20 horas. Há outros exemplos na cidade.

A reocupação residencial do Centro deve vir, no entanto, acompanhada de outras iniciativas de infraestrutura, tais como instalação de supermercados (existem poucos agora), maior segurança e abertura de áreas de lazer. Possíveis áreas de lazer - principalmente praças, monumentos e parques - o Centro tem em número até expressivo, mas elas quase não são utilizadas pela população. Há necessidade urgente de revalorização desses locais, todos eles de grande importância para a vida da capital cearense.

A largada foi dada. Que seja o início de processo de reocupação residencial do Centro de Fortaleza. Trata-se de área que merece ser redescoberta - e até descoberta pelas novas gerações - devido ao valor histórico, estético e sentimental.

Matéria Editorial do Jornal O POVO de hoje. Vale a pena conferir.

domingo, 3 de maio de 2009

Espetáculo da Natureza ²: comportas abertas


Barragem do Castanhão, em Jaguaribara, continua com quatro comportas abertas. Cada uma, com abertura de 1,80m, libera 150 metros cúbicos por segundo, totalizando 600 mil litros de água por segundo.

Matéria especial do Caderno Regional do Diário do Nordeste. Fotografia de Melquíades Junior. Direitos autorais preservados. Vale a pena conferir.

Espetáculo da Natureza: chuvas no interior


Nuvens se aglomeram, sobre o Rio Jaguaribe para iniciar mais uma chuva. Fenômeno da natureza garante um visual ímpar para moradores e turistas. O tempo nebuloso contrasta com a paisagem bucólica do sertão, em que a mata ganha o verde, vida e muda de cenário. Os moradores de Jaguaribara, mesmo de longe, conseguem identificar de onde vem e para onde vai a chuva, que a alegria do agricultor do Sertão cearense.


Matéria especial do Caderno Regional do Diário do Nordeste. Fotografia de Melquíades Juniro. Direitos autorais reservados. Vale a pena conferir.

sábado, 2 de maio de 2009

O Oeste Metropolitano de Fortaleza na luta por qualidade de vida

A Região Metropolitana de Fortaleza do lado Oeste, historicamente registra há vários séculos a existência indígena, começando possivelmente pela Tribo Anace que habita no Litoral Oeste cearense, de Caucaia a São Gonçalo do Amarante. Buscar esta memória é tentar entender o racismo ambiental predominante no poder público e se os índios do lado Oeste ainda amedrontam os “homens brancos” da Aldeota que desprezam uma parte das Cidades de Fortaleza e Caucaia.

É interessante registrar que no lado Oeste fica localizada uma das paisagens mais bela da natureza, que são os mangues do Rio Ceará e do Rio Maranguapinho, além do encontro com o mar na Barra do Ceará entre dunas, praias belíssimas, riachos e lagoas. É também no Oeste de Fortaleza, estendendo a Caucaia que concentra em espaços urbanos, grande massa de trabalhares e trabalhadoras oriundas da migração rural, por ausência de políticas públicas de convivência com o semiárido e da acumulação capitalista das riquezas produzidas, das extraídas da natureza, das novas tecnologias e do mercado financeiro.

Entre estes migrantes do Oeste, se misturam as raças brancas, pardas e etnias indígena, negra e quilombola. São povos “sobrantes” no mercado capitalista. Na sua grande maioria com pouca instrução educacional e capacitação profissional, razão pela qual sofrerem descriminação racial, ambiental e padecerem de cuidados e comprometimento dos governos com as políticas públicas que lhes dê qualidade de vida. E por falar em qualidade de vida, essa população urbana do Oeste, não encontra nem mesmo espaços para cuidar da saúde por meio de caminhadas, esporte e lazer.

Tanto em Fortaleza, quanto em Caucaia as caminhadas são feitas nas calçadas das avenidas entre a fumaça de gás carbono dos carros e o risco de acidentes. Mas não basta apenas lamentar, constatar, é necessário lutar, mesmo sabendo que a humanidade é assim, uns acomodam-se esperando o manjar cair do céu, ou simplesmente acreditam que os poderosos irão resolver tudo e outros reagem como fez o povo de Deus, através de Abraão, inspirado em Javé e foram à luta em busca de espaço para viver com dignidade.

Assim também faz o povo do Oeste de Fortaleza que junto à Câmara Municipal de Fortaleza realizará uma Audiência Pública dia 7 de maio de 2009, no Colégio Santa Isabel às 14:00 horas, para cobrar a construção do Parque Rachel de Queiros e em Caucaia haverá a I Conferência Municipal da Igualdade Racial que acontecerá dia 5 de maio de 2009, no Salão Paroquial. E assim o oeste metropolitano se manifesta por qualidade e plagiando dizemos: A luta continua, porque povo unido, jamais será vencido, por isso humanidade uni-vos.

Postado por Leonardo Sampaio/ Educador

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Gastos do Gabinete da Prefeita questionados

Em tempos de crise financeira e pouco dinheiro em caixa, o Gabinete da prefeita Luizianne Lins (PT) prevê para 2009 mais do dobro dos gastos contabilizados em 2008. De R$ 29,7 milhões, a soma de recursos deverá saltar para mais de R$ 73 milhões, segundo dados da Lei Orçamentária Anual (LOA) do ano corrente. Motivo mais do que suficiente para chamar atenção do Vereador Marcelo Mendes (PTC), que na sessão de ontem resolveu criticar os números enviados pela Prefeitura à Câmara.

O parlamentar cobrou do Executivo o detalhamento dos gastos de cada item de despesa do Gabinete. Entre as atividades questionadas por Marcelo Mendes, destaca-se a manutenção dos conselhos de Orientação Político-Administrativa (Coplam) e de Planejamento Estratégico (CPE), cujos gastos, no ano passado, foram de R$ 1,23 milhão e R$ 1,41 milhão respectivamente. O desembolso de R$ 3,85 milhões com assessoramento político-administrativo também foi outro ponto analisado.

"A prefeita precisa então pagar quase R$ 4 milhões pra ter assessoria político-administrativa no gabinete dela? A prefeita precisa pagar quase R$ 1,3 milhões pra ter um conselho de orientação política? Ela está sem orientação?", questionou Marcelo Mendes, exigindo que a Prefeitura informe quem seriam as pessoas que compõem esses conselhos e que atividades desenvolvem. O vereador também quer saber quem presta o tal assessoramento político-administrativo: se uma empresa ou pessoa física. "Ganhar R$ 3,85 milhões pra dá conselho? Eu posso dar conselho pra ela de graça", ironizou.

Matéria do Jornal O POVO de hoje, de autoria do Jornalista Italo Coriolano.