segunda-feira, 4 de maio de 2009

A reocupação residencial do Centro de Fortaleza

A chamada revitalização do Centro de Fortaleza passa, entre outras providências, pela ocupação dos inúmeros imóveis - casas e edifícios de apartamentos - há muito tempo fechados. Por isso, a matéria “220 imóveis prontos para moradia”, publicada na edição de ontem do O POVO (Fortaleza, página 5), trouxe novo ânimo aos que lutam pela valorização da malha central da cidade que, desde início da década de 70, vem passando por sério processo de desgaste e abandono.

A boa nova é anunciada pelo coordenador do Plano de Reabilitação da Área Central de Fortaleza, Daniel Rodrigues. Além dos 220 imóveis anunciados, outros 440 podem receber reformas ou novas construções habitacionais. Há, assim, boas perspectivas para a valorização do Centro da cidade e, ao mesmo tempo, aquecimento dos negócios do setor imobiliário. Esta parece ser iniciativa concreta no sentido de resgatar o Centro de Fortaleza da sua antiga posição de importância na vida da população desta capital.

É evidente que, de mais de 30 anos para cá, a cidade passou por profundas transformações e criaram-se opções de comércio e lazer irreversíveis, tais como os shopping centers. Não se defende a volta ao passado, pura e simplesmente, mas o reaproveitamento de área de vital importância para a cidade tanto do ponto de vista histórico quanto do urbano. Fortaleza estava a merecer medidas mais eficazes neste sentido. Há áreas do Centro repletas de imóveis vazios, alguns deles até com portas e janelas emparedadas. A avenida dom Manuel, por exemplo, outrora essencialmente residencial, dá a impressão de uma via fantasma depois das 20 horas. Há outros exemplos na cidade.

A reocupação residencial do Centro deve vir, no entanto, acompanhada de outras iniciativas de infraestrutura, tais como instalação de supermercados (existem poucos agora), maior segurança e abertura de áreas de lazer. Possíveis áreas de lazer - principalmente praças, monumentos e parques - o Centro tem em número até expressivo, mas elas quase não são utilizadas pela população. Há necessidade urgente de revalorização desses locais, todos eles de grande importância para a vida da capital cearense.

A largada foi dada. Que seja o início de processo de reocupação residencial do Centro de Fortaleza. Trata-se de área que merece ser redescoberta - e até descoberta pelas novas gerações - devido ao valor histórico, estético e sentimental.

Matéria Editorial do Jornal O POVO de hoje. Vale a pena conferir.

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