A pós-doutora em Economia do Desenvolvimento e Gestão Logística, Marta Bastos, questiona como uma via que, há dez anos, recebia em torno de sete mil veículos por dia e, hoje, beira os 60 mil vai suportar, no mínimo, mais 3.600 veículos previstos só para o estacionamento do Centro de Eventos. Segundo ela, como o espaço viário é inelástico à demanda, por mais que se construam viadutos, passarelas e outras obras de arte na região, em nada vão melhorar se não for usada uma inteligente distribuição da atividade socioeconômica do espaço, que quer dizer, colocar nele o que ele pode absorver, equilibrando oferta e demanda.
“Viadutos e passarelas vão se sobrepor e não vão adiantar. Los Angeles (EUA) é exemplo de que isso não dá certo. A cidade começou a construir viadutos de até quatro andares, que acabaram ocupando espaço demais por conta, entre outros, das alças, fora as poluições visual e sonora que, com eles, foram inevitáveis.
Foi aí que Los Angeles passou a investir num transporte público de qualidade, coisa que deveríamos copiar”, alerta Marta.Construir novas vias ou alargar as já existentes também, na avaliação da especialista, não se apresentam como soluções adequadas. Muito pelo contrário, assegura a especialista, vão gerar ainda mais tráfego para a área. Pode-se até, sugere Marta, ofertar uma estrutura viária alternativa, como a ponte sobre o Rio Cocó.“Mesmo assim, as pessoas vão preferir o caminho mais curto, mesmo que passem muito tempo em engarrafamentos. É uma questão de percepção. Além de mais longo, o acesso pela ponte não retrata o movimento natural da cidade, que pertence à Avenida Washington Soares”, avalia.
Continuação da mesma reportagem. Vale a pena conferir.
terça-feira, 26 de maio de 2009
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário