No documento 4.VEL Y-59, referente ao Ceará, constam alguns topônimos desconhecidos. Como ele foi produzido em um holandês antigo e em letra manuscrita, os pesquisadores têm dificuldades em identificar as palavras. Além disso, foram escritos em alfabeto gótico, dificultando ainda mais a leitura. Os textos estão cheios de referências de lugares brasileiros, de acordo com o pesquisador.
Devido ao não conhecimento do idioma indígena, os cartógrafos da época cometiam muitos erros na identificação. "Eu chamo isso de corruptela e para restaurá-las tem que se conhecer termos do tupi-guarani e do português e isto é uma experiência nas línguas de anos e anos".
O pesquisador conta, ainda, com o trabalho de outros profissionais, incluindo brasileiros, na tentativa de identificar os topônimos. Lodewijk Hulsman e E. van den Boogaart são alguns dos especialistas na época do Brasil holandês. Ao estudar com atenção o texto da antologia e a qualidade dos mapas, Teensma identificou, no entanto, a autoria da organização desses documentos: o diretor da Companhia das Índias Ocidentais, João de Laet. Segundo dados de Teensma, Laet reuniu em atlas manuscrito mapas e textos geográficos, todos anônimos, a respeito do Brasil.
Alguns mapas datam de 1643, desenhados por George Marcgraf, por encomenda de Maurício de Nassau. Posteriormente, "os mapas serviram de base aos mapas que se encontram impressos no famoso Gaspar Barlaeus, de 1647", afirma o professor Teensma. Este livro foi editado no Brasil, em 1940, com o título "Histórico dos feitos recentemente praticados durante 8 anos do Brasil". Além dos manuscritos, existe também um mapa mural, publicado em Amsterdã, em 1647, pelo editor de Barleus, chamado João Blaeu. "Lá consta um letreiro que diz que o cartógrafo chamava-se George Marcgraf e que desenhou os originais em 1643 por ordem de Nassau", disse.
Fonte: Caderno Regional/ Diario do Nordeste. Mapas do século XVII descrevem a topografia do Ceará. Alguns topônimos precisam ser identificados.
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