Visitar a história é se dizer movido de orgulho ou decepção, mas sempre curiosidade. E pelas bandas da internacional Canoa Quebrada, mais conhecida que o próprio nome do Município, há quem se faça curioso, orgulhoso e pouco rogado ao pequeno legado dado na lembrança ao filho mais ilustre do litoral cearense. Nasceu lá Francisco José do Nascimento, o "Dragão do Mar", o mulato líder dos jangadeiros que disse "neste porto não embarcam mais escravos". Dito e feito. Iluminou-se ali o símbolo de luta abolicionista e de redenção que marcou a história do Ceará, que tanto se orgulha de ter sido a primeira província a abolir a escravidão negra. Em Aracati se comemorou os 172 anos de seu nascimento. Dragão do Mar é um nome pomposo que poucos sabem que a certidão é Francisco José do Nascimento, ou "Chico" - filho de Matilde com seu Manoel, ambos vivedores no Fortim, vizinho a Aracati e onde o rio Jaguaribe deságua no mar. Virou "Chico de Matilde", que perdeu o pai foi cedo, e a humilde mãe entregou-o para ser menino de favores na casa do Juiz de Direito de Aracati. Não durou muito a pegá-lo de volta e levá-lo para Fortaleza. "Na Capital, ganhou o caminho comum aos negros e iletrados: o porto", diz Tácito Forte, vereador de Aracati que debruçou-se em pesquisas sobre o conterrâneo e discursou emocionado na comemoração dos 172 anos do abolicionista, resumindo a história para os povos do mar de Canoa Quebrada, como quem alerta para um passado do qual todo canoense deve se orgulhar. Mas só se orgulha quem conhece. E enquanto a Rua Dragão do Mar, principal de Canoa Quebrada, ficar mais lembrada por "Broadway", em alusão à rua mais famosa de Nova York, nos Estados Unidos, que não tem nada a ver com a história, o "Dragão" será peça secundária. No final dessa rua, que algum estrangeiro quis colonizar em significado (e conseguiu!), passa pouco percebida (e à noite está sem iluminação) uma homenagem a Chico de Matilde: um semi-busto (só tem a cabeça), numa reprodução de jangada para lembrar que ali nasceu, em 15 de abril de 1839. Dragão do Mar saiu de Aracati tinha apenas 8 anos, mas o psicanalista Sigmund Freud (1835-1930) entendedor do que a infância representa para o ser humano, cobriria de razão em, hoje, os cidadãos de Aracati se mobilizarem orgulhosos para relembrar o conterrâneo, libertário que, "menino véi" (como se diz de "moleque"), andou e fez "mandados" para os homens de posse ali pela "Rua Grande", a Rua Coronel Alexanzito, patrimônio histórico e onde se situa o Museu Jaguaribano. Francisco José do Nascimento era mulato, não era escravo, mas conhecia a penúria dos negros nos porões, mas também nas ruas, na vida. Prodigioso, era afoito tanto para mergulhar no mar quanto ser partícipe, como único não-branco, em associações de elite no Ceará. Mas o mais nobre era a causa na Associação Cearense Libertadora. Em 27 de janeiro de 1881, aos 42 anos de idade, deflagrou uma greve com os jangadeiros que trabalhavam no Porto do Ceará e faziam o desembarque dos escravos dos navios negreiros. "Neste porto não embarcam mais escravos". O rebuliço também contou com José Napoleão, o "príncipe da liberdade", negro liberto depois de comprar o seu indulto. A revolta ganhou repercussão, ainda teve a pressão da polícia que queria porque queria desembarcar os negros. Dragão do Mar e os outros seguravam a chama da libertação, que explodia por outros cantos do Brasil. O fato é que, em 25 de março de 1884, o Estado do Ceará ordenava a lei que abolia a escravatura, quatro anos antes da Lei Áurea assinada pela Princesa Isabel, libertando os negros no Brasil. E o cearense de Canoa Quebrada era ovacionado na chegada ao Rio de Janeiro. Ia no vapor Espírito Santo, o mesmo que ele e os jangadeiros impediram de desembarcar no Ceará. Tirou do porão sua bagagem: a jangada "Liberdade". Jogou-se ao mar e "jangadeou" até pisar no solo do Rio de Janeiro, onde recebeu, do povo, o título de Dragão do Mar.
sábado, 30 de abril de 2011
Dragão do Mar é lembrado em Aracati
Visitar a história é se dizer movido de orgulho ou decepção, mas sempre curiosidade. E pelas bandas da internacional Canoa Quebrada, mais conhecida que o próprio nome do Município, há quem se faça curioso, orgulhoso e pouco rogado ao pequeno legado dado na lembrança ao filho mais ilustre do litoral cearense. Nasceu lá Francisco José do Nascimento, o "Dragão do Mar", o mulato líder dos jangadeiros que disse "neste porto não embarcam mais escravos". Dito e feito. Iluminou-se ali o símbolo de luta abolicionista e de redenção que marcou a história do Ceará, que tanto se orgulha de ter sido a primeira província a abolir a escravidão negra. Em Aracati se comemorou os 172 anos de seu nascimento. Dragão do Mar é um nome pomposo que poucos sabem que a certidão é Francisco José do Nascimento, ou "Chico" - filho de Matilde com seu Manoel, ambos vivedores no Fortim, vizinho a Aracati e onde o rio Jaguaribe deságua no mar. Virou "Chico de Matilde", que perdeu o pai foi cedo, e a humilde mãe entregou-o para ser menino de favores na casa do Juiz de Direito de Aracati. Não durou muito a pegá-lo de volta e levá-lo para Fortaleza. "Na Capital, ganhou o caminho comum aos negros e iletrados: o porto", diz Tácito Forte, vereador de Aracati que debruçou-se em pesquisas sobre o conterrâneo e discursou emocionado na comemoração dos 172 anos do abolicionista, resumindo a história para os povos do mar de Canoa Quebrada, como quem alerta para um passado do qual todo canoense deve se orgulhar. Mas só se orgulha quem conhece. E enquanto a Rua Dragão do Mar, principal de Canoa Quebrada, ficar mais lembrada por "Broadway", em alusão à rua mais famosa de Nova York, nos Estados Unidos, que não tem nada a ver com a história, o "Dragão" será peça secundária. No final dessa rua, que algum estrangeiro quis colonizar em significado (e conseguiu!), passa pouco percebida (e à noite está sem iluminação) uma homenagem a Chico de Matilde: um semi-busto (só tem a cabeça), numa reprodução de jangada para lembrar que ali nasceu, em 15 de abril de 1839. Dragão do Mar saiu de Aracati tinha apenas 8 anos, mas o psicanalista Sigmund Freud (1835-1930) entendedor do que a infância representa para o ser humano, cobriria de razão em, hoje, os cidadãos de Aracati se mobilizarem orgulhosos para relembrar o conterrâneo, libertário que, "menino véi" (como se diz de "moleque"), andou e fez "mandados" para os homens de posse ali pela "Rua Grande", a Rua Coronel Alexanzito, patrimônio histórico e onde se situa o Museu Jaguaribano. Francisco José do Nascimento era mulato, não era escravo, mas conhecia a penúria dos negros nos porões, mas também nas ruas, na vida. Prodigioso, era afoito tanto para mergulhar no mar quanto ser partícipe, como único não-branco, em associações de elite no Ceará. Mas o mais nobre era a causa na Associação Cearense Libertadora. Em 27 de janeiro de 1881, aos 42 anos de idade, deflagrou uma greve com os jangadeiros que trabalhavam no Porto do Ceará e faziam o desembarque dos escravos dos navios negreiros. "Neste porto não embarcam mais escravos". O rebuliço também contou com José Napoleão, o "príncipe da liberdade", negro liberto depois de comprar o seu indulto. A revolta ganhou repercussão, ainda teve a pressão da polícia que queria porque queria desembarcar os negros. Dragão do Mar e os outros seguravam a chama da libertação, que explodia por outros cantos do Brasil. O fato é que, em 25 de março de 1884, o Estado do Ceará ordenava a lei que abolia a escravatura, quatro anos antes da Lei Áurea assinada pela Princesa Isabel, libertando os negros no Brasil. E o cearense de Canoa Quebrada era ovacionado na chegada ao Rio de Janeiro. Ia no vapor Espírito Santo, o mesmo que ele e os jangadeiros impediram de desembarcar no Ceará. Tirou do porão sua bagagem: a jangada "Liberdade". Jogou-se ao mar e "jangadeou" até pisar no solo do Rio de Janeiro, onde recebeu, do povo, o título de Dragão do Mar.
sexta-feira, 29 de abril de 2011
Promotores de eventos turísticos debatem em Fortaleza a COPA 2014 e a crise aérea
A Copa 2014 e a crise aérea brasileira constam entre os temas do seminário técnico que a Academia Brasileira de Eventos está realizando, nesta sexta-feira, no Marina Park Hotel, e que terá início às 10 horas com a fala dos secretários Bismarck Maia (Turismo estadual) e Patrícia Aguiar (Turismo de Fortaleza). O evento é uma iniciativa do Skal Internacional de Fortaleza i-que congrtega profissionais do turismo, sob o comando da executiva Enid Câmara de Vasconcelos.
O tema “Os bastidores da crise aérea brasileira – O grande desafio para o futuros dos eventos” será apresetnado às 14h30min por por José Wagner Ferreira, ex-vice-presidente da Vasp e da Tam. Ainda à tarde, estarão em foco “Os segmentos da indústria de eventos: fatores negativos e positivos”; “A importância das feiras de negócios”; “A OMT no desenvolvimento do turismo mundial”, isso a partir das 16 horas. O seminário ficará encerrado às 20 hroas, no La Maison Dunas, quando ocorrerá a posse da nova diretoria do Skal de Fortaleza.
Fonte: Blog do Eliomar de Lima/ O POVO Online
Saneamento básico: tudo é difícil
quinta-feira, 28 de abril de 2011
Minas com melhor posicionamento do que o Ceará
O estudo aponta um salto de Minas do sexto para o quarto lugar no ranking dos destinos turísticos brasileiros entre 1998 e 2001, superando, inclusive, estados litorâneos, como o Ceará, e empatando tecnicamente com a Bahia, que historicamente recebe milhares de turistas o ano inteiro.
Nestes três anos, segundo o secretário de Estado do Turismo, Antônio Henrique Borges Paula, Minas criou cerca de 40 circuitos envolvendo algo em torno de 400 municípios. Baseado na pesquisa, ele informou que o Estado recebeu 2.636.352 visitantes em 1998, tendo atingido 3.874.574 no ano passado, o que representa um salto de 46,97%.
Em primeiro lugar na pesquisa está o Estado de São Paulo, que recebeu 10.500.933 turistas em 2001; em segundo, o Rio, com 4.363.544 milhões; a Bahia, em terceiro, com 3.887.995; e Minas Gerais em quarto, com 3.874.574, o que se configura um empate técnico com a Bahia, deixando surpreendentemente o Paraná, com sua Foz do Iguaçu, e o Ceará, com suas belas praias, em quinto e sexto lugares, respectivamente.
Para o presidente da Associação Brasileira de Agências de Viagem (Abav-MG) e também diretor nacional de Instituto de Cursos da Abav Nacional (Icabav), José Menezes Lourenço, Minas já ocupou, segundo ele, a posição de 13º lugar em turismo receptivo. Mas ele não esconde ter ficado surpreso com a pesquisa da Fipe e confessa que não fazia idéia de que Minas estivesse com os números "colados" na Bahia. "Só se o turismo for mais rodoviário, porque o Aeroporto de Confins continua vazio", observou.
Mesmo assim, Lourenço cita taxas referentes ao turismo das cidades históricas que colocam Minas em uma posição bem confortável junto ao Rio: "Temos 47% dos bens de Minas e Rio tombados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). Isso coloca os dois estados com praticamente a metade dos bens tombados, que são grandes atrativos, ao lado do ecoturismo, que vem crescendo muito", analisou.
Entidades de Turismo pedem o fim da EMBRATUR
“No mês de dezembro de 2010, especialistas e empresários do setor de hospedagem e turismo, na cidade de Gramado, concluíram que o crescimento do turismo receptivo nacional e internacional do Brasil passa pelo desatamento de dois nós:
Os aeroportos do Brasil precisam de dinamismo, desregulação e, ou são privatizados, ou se abre concorrência para que as empresas possuam seus próprios terminais, ou ainda que empresas privadas construam aeroportos. A Infraero não tem condições de existir em um mundo competitivo como o que o Brasil está integrado atualmente.
A Embratur bateu no teto em termos de promoção. O fracasso da promoção do turismo brasileiro no exterior está expresso nos números, que não se movem de forma significativa ao longo do tempo. A Embratur deve ser extinta e seu trabalho deve ser passado para a iniciativa privada, através de organismos que tenham compromissos com metas e que o lucro seja um objetivo a alcançar.
O fim deste modelo significará o salto que o Brasil precisa para romper o marasmo e talvez seja a forma mais visível de uma saída para que o turismo tenha significância econômica e torne-se um player de peso no cenário político da nação. De nada adiante ter ministério do turismo se o mesmo serve apenas para “barriga de aluguel” de outros interesses. Foi o que se viu no caso da enxurrada de eventos no ano de 2010 que descambou para a retirada destes da LDO 2011
Estas duas atitudes levariam o estado brasileiro a precisar de uma Agencia Nacional de Turismo, para regular o mercado, e seu “berço esplêndido” foi construído com a Lei Geral de Turismo, publicada em 2008 e regulamentada em dezembro de 2010”.
Fonte: ABRESI - Associação Brasileira de Gastronomia, Hospedagem e Turismo
Número de turistas estrangeiros em 2010 é inexpressivo
Quando o presidente da República Luís Inácio Lula da Silva lançou em 2003 o Plano Nacional de Turismo, o alvo era alcançar três metas até 2007: garantir a vinda de 9 milhões de turistas estrangeiros, gerar o ingresso de 8 bilhões de dólares em receita e ajudar o MTur a criar 1,2 milhão de novos empregos. De lá para cá, passaram pelos cofres da Embratur montanhas de dinheiro para promoção e marketing. Isso significa que nos oito anos seguintes o aumento do fluxo internacional foi de apenas 24,9%, segundo dados divulgados pela Embratur em sua página na internet (http://www.brasilnetwork.tur.br/), o que representa cerca de 3,3% ao ano. Quer dizer: um desempenho muito ruim, no sentido contrário do que pensa o presidente do órgão de turismo, Mário Moysés, que considerou o resultado como “positivo em comparação a 2003, ano em que a autarquia passou a ter foco exclusivamente na promoção internacional”.
De acordo com a Embratur, na lista dos maiores emissores de turistas para o Brasil em 2010, não houve mudança na liderança em relação ao ano anterior, muito embora o turismo de longa distância encolheu. O nosso principal emissor da vizinhança, a Argentina, aumentou 15%. O Uruguai, com emissão de 228,5 mil turistas, saltou com 39% mais que em 2009; e o Chile pulou da 11ª para a 6ª posição (crescimento de 17%, com e 200,7 mil turistas).
Quando agrupados por continente, o número de turistas da América do Sul que visitaram o Brasil em 2010 cresceu 13,7% em relação ao ano anterior. Já o número de visitantes da América do Norte aumentou 5% e os europeus mantiveram o nível de ingressos, passando de 1,612 milhão para 1,614 milhão.
Esses dados atestam que os destinos nordestinos perderam os turistas europeus. Mário Moysés justifica o crescimento de visitantes sul-americanos em função da ampliação dos recursos em promoção do Brasil no exterior. No entanto, há quem afirme que a Embratur aplicou muito dinheiro em destinos sem potencial de emissão, com presenças em feiras em países do leste da Europa e na Rússia.
Os dados da Embratur indicam, ainda, que as unidades da federação por onde entraram mais turistas estrangeiros em 2010 foram São Paulo, com 2,009 milhões de turistas, Rio de Janeiro (925 mil) e Bahia (160 mil). Levando em conta a movimentação por via terrestre, os estados que receberam mais turistas foram o Paraná (695 mil) e o Rio Grande do Sul (559 mil).
IAB promove palestra sobre Inventário Ambiental de Fortaleza
Realizado durante 18 meses entre 2002 e 2003, o inventário é um levantamento da situação dos recursos hídricos, da orla marítima e de ocupações urbanas que interferem na conservação dos espaços naturais de Fortaleza. O estudo foi contratado pela Prefeitura de Fortaleza à Associação Técnico Científica Paulo de Frontin (Astef), vinculada aos professores do Centro de Tecnologia da Universidade Federal do Ceará.
A proposta do inventário surgiu no âmbito dos trabalhos de revisão da legislação urbanística de Fortaleza, que ficaram conhecidos como projeto LegFor. Para realização do inventário, foi formada uma equipe multidisciplinar composta por arquitetos e urbanistas, geógrafos, engenheiros florestais, biólogos, físicos, sociólogos e outros profissionais. Os levantamentos realizados resultaram em um diagnóstico da situação e em recomendações para programas de preservação e qualificação ambiental.
Segundo Sales, o inventário trouxe subsídios para a formulação do anteprojeto do Código do Meio Ambiente de Fortaleza, que deveria ser levado à discussão na Câmara Municipal. Infelizmente, segundo ele, a matéria foi retirada de pauta por motivos até hoje desconhecidos.
"O estudo do meio ambiente é imprescindível para o desenvolvimento de políticas públicas de preservação dos espaços naturais e muito mais quando estes estão inseridos em grandes concentrações urbanas, como o caso de Fortaleza, uma cidade consolidada sobre uma frágil planície de dunas litorâneas entrecortadas de pequenos cursos d'água e lagoas. (...) Não tem sentido o esquecimento involuntário destes resultados", declara Sales.
terça-feira, 26 de abril de 2011
O desafio gigante para o Secretário das Cidades
Caatinga: 45% desta vegetação já foi devastada
Apesar de os dados mais recentes sobre a situação da Caatinga só ficarem prontos em maio, Izabella Teixeira adiantou que mais de 45% desta vegetação já foi devastada. "Por esta razão é importante que a população saiba a importância de se preservar e de se criar mecanismos inovadores para também gerar renda, contribuindo ainda para a inclusão social".
Na ocasião, o deputado estadual Dedé Teixeira lembrou a necessidade da aprovação das PECs 115/95 e 504/10, que tornam o Cerrado e a Caatinga patrimônios nacionais.
A ministra informou que tem como prioridade a aprovação de projetos permanentes para a captação de recursos. "Para o financiamento de ações, estamos privilegiando o desenvolvimento de projetos que desencadeiem resultados abrangentes". Izabella Teixeira comentou que o Ministério irá busca investimentos e uma nova visão de gestão para áreas urbanas, como o Parque do Cocó, minimizando conflitos. Sobre o novo código florestal, afirmou que a postura do governo é divergente. Dizendo-se otimista, ela comentou que o tratado vai assegurar uma prática legal de agricultura. "Temos que diferenciar o pequeno do grande agricultor, já que aquele desmatou irregularmente. Vamos apresentar novas alternativas".
segunda-feira, 25 de abril de 2011
Câmara Municipal de Fortaleza realiza audiência pública para debater o tema “Áreas Verdes"
A Câmara Municipal de Fortaleza realizará nesta segunda-feira, a partir das 14h30min, em seu auditório, audiência pública para debater o tema “Áreas Verdes – suas utilizações e ações para manutenção destes espaços”. O evento pretende debater também questões urbanísticas, pensar estratégias de planejamento para a proteção do meio ambiente, visto que nos últimos 35 anos Fortaleza perdeu 90% da sua área verde. O requerimento propondo esse debate é do presidente da Casa, Acrísio Sena (PT), e de João Alfredo (PSOL).
Recentemente, o Tribunal de Justiça reconheceu a legitimidade da Lei da Área de Relevante Interesse (Arie) das Dunas do Cocó, no que para João Alfredo é prova de que a luta está no camiho certo e deve prosseguir. O parlamentar questionou também, recentemente, a permuta de uma área verde, o Sítio Tunga, do aterramento da Lagoa da Maraponga, de crimes ambientais em um terreno na Parangaba e demais ações da especulação imobiliária que poem em risco à manutenção dos espaços verdes de Fortaleza.
Fonte: Blog do Eliomar de Lima/ O POVO Online
domingo, 24 de abril de 2011
A casa da mãe Joaninha
Uma sucessão de vexames públicos, escândalos administrativos, protestos populares e ondas de boatos corroem o já minguado capital político da prefeita de Fortaleza
Luizianne Lins, do PT, é desde o ano passado a detentora do título de a prefeita mais mal avaliada do país, segundo o Datafolha. Os últimos acontecimentos mostram que ela não deve perder o trono tão cedo. Em fevereiro, a prefeita tirou uma licença médica de dez dias. Voltou ao grito de Carnaval, envergando uma fantasia de joaninha, com direito a antenas e microssaia de bolinhas. Assim trajada, abriu a folia de Fortaleza, para, logo em seguida, bater asas para Salvador, onde curtiu a folia no camarote da cantora Daniela Mercury. Há duas semanas, decidiu retribuir a hospitalidade da artista contratando-a para cantar no aniversário de 285 anos da capital.
Luzianne novamente surpreendeu a população: escalou uma atriz para discursar em seu lugar e evitou, assim, as vaias com as quais a oposição pretendia ofuscar a apresentação da baiana. O show de Daniela Mercury custou 385.000 reais. Pegou mal. O valor é maior do que a dívida da prefeitura com um dos principais fornecedores de material cirúrgico da rede municipal de saúde. A falta de pagamento causou a suspensão das entregas do material na semana passada. “Ela pagou para o povo pular e beber cachaça em vez de cumprir suas obrigações com a saúde”, diz José Frota Neto, um dos credores.
Não foi a primeira vez que a prefeita usou o dinheiro público para demonstrar todo o seu apreço pelos cantores baianos, presença garantida nos réveillons de Fortaleza. Quatro dessas festas terminaram em pendengas jurídicas. Em todas, o motivo foi o mesmo: ausência de licitação e pagamentos de serviços não comprovados. Por exemplo, Luizianne declarou ter pago 715.000 reais de cachê a Caetano Veloso na última celebração. Alegou que o valor cobriu as passagens, as diárias e o transporte de equipamentos dos músicos que acompanhavam o cantor. O detalhe desconfortável é que Caetano havia feito um show-solo. À VEJA, o músico acusou a prefeitura de ter pago as despesas que ele não fez, nem cobrou.
Mesmo quando consegue comprovar suas despesas, a petista encontra problemas para justificá-las. O Tribunal de Contas do Ceará descobriu que, em 2007, ela usou o cartão corporativo pago pela prefeitura em uma loja de eletrônicos da Itália. Em 2008, Luizianne reincidiu. Mãe de um menino de 11 anos, foi flagrada passando o cartão em uma loja de brinquedos de Fortaleza. Aperreada com a repercussão do caso, requereu segredo de Justiça sobre os papéis. Sua mãe, a suplente de deputada estadual Luiza Lins, é outra fonte de problemas. Luiza não só construiu uma casa no meio de uma reserva ambiental como a está ampliando. Para não ser flagrada, pôs a obra em nome de um laranja. Só voltou atrás quando a ilegalidade foi descoberta pelo Mnistério Público Federal. Diante da casa em que mora, doze guardas municipais costumavam ficar postados até o Ministério Público estrilar. Apesar da proibição legal, Luizianne saiu em defesa da medida, alegando que ela visa à segurança do seu filho, que passa os dias com a avó.
Tantas são as reinações da petista em Fortaleza que acabaram inspirando a oposição a usar a internet para organizar manifestações públicas contra ela – no Ceará assim como no Egito. O movimento é liderado pelo dono de uma loja de manutenção de computadores, Tarsis Rocha. Ele conectou 7000 eleitores em redes sociais nas quais são divulgadas críticas e notícias sobre a prefeita. No dia 1° de abril, Rocha tentou converter a Rua São José, sede da prefeitura, em uma versão cariri da Praça Tahir, que sediou o movimento responsável pela queda do ditador Hosni Mubarak. Na ocasião, Rocha não conseguiu reunir mais do que 250 revoltosos. Espera ter mais sucesso na segunda passeata, marcada para o fim deste mês.
Solteira, alegre e jovial aos 42 anos, Luizianne não faz segredo de que mantém uma forte amizade com o empreiteiro Carlos Fujita. Os rumores de que os dois teriam um romance aumentaram de volume quando a prefeita ergueu (com dinheiro público, claro) um jardim japonês na orla de Fortaleza, em frente ao prédio onde mora Fujita. Recém-inaugurada, a obra homenageia o avô de Fujita e sua execuação coube a uma prima do empresário. Luizianne disse que o jardim não foi feito para agradar ao nipo-namorado, mas para homenagear a comunidade japonesa de Fortaleza. São 300 famílias.
Fonte: VEJA Online
sábado, 23 de abril de 2011
Vice Presidente do IAB/ CE questiona secretário municipal
O Vice Presidente do Instituto dos Arquitetos do Brasil, Departamento Regional do Ceará, José Sales, questiona artigo do secretário do Planejamento e Orçamento da Prefeitura de Fortaelza, Alfredo Pessoa, que abordou obras e investimentos do município. Em seu artigo, entre algumas considerações, Pessoa disse que a Prefeitura sofreu por conta também da crise mundial. Sales expõe:
Querer fazer uma ligação entre Fortaleza e a acontecimentos relacionados com a “crise mundial” é um dos raciocínios mais tortuosos que já vi. Por outro lado, não reconheci de onde o Secretário Alfredo Pessoa retirou estes dados comparativos.
Por outro aspecto, há alguns valores que se referem aos projetos quando finalizados. Como os mesmos ainda estão em “andamento”, imagino que há erros de metodologia ao incluí-los na somatória dos investimentos.
Outras considerações:
Tenho dúvidas se nos investimentos do Projeto Costa Oeste, renomeado de Vila do Mar, não se incluiram os valores de implantação das 2840 novas moradias, que foram feitos pelo Governo do Estado do Ceará, através da Secretaria do Desenvolvimento Local e Regional, substituida pela Secretaria Estadual das Cidades, que repassou o projeto e os contratos à Prefeitura de Fortaleza.
Fonte: Blog do Eliomar de Lima/ O POVO Online
sexta-feira, 22 de abril de 2011
Dunas do Cocó: construtoras vão recorrer da decisão da lei que protege a áreaso
“Depois de o Tribunal de Justiça do Ceará (TJ-CE) rejeitar a Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) contra lei que protege o meio ambiente nas dunas do Cocó, a Associação dos Construtores e Loteadores (Acecol) vai recorrer da decisão do TJ-CE e entrar com um embargo de declaração contra o entendimento de que a associação não seria parte legítima para mover a Adin. O recurso, segundo explicou um dos advogados da Acecol, Edwin Damasceno, pode levar o impasse jurídico para o Superior Tribunal de Justiça (STJ) e até ao Supremo Tribunal Federal (STF).
“Nós vamos apresentar embargo de declaração contra esse entendimento (de que a Acecol não é parte legítima para a Adin) e, dependendo da resposta que o Tribunal nos apresentar, ainda poderemos recorrer ao STJ e até ao STF”, disse Damasceno, em conversa com O POVO na tarde de ontem. O advogado lembra que o TJ-CE acatou entendimento de que Acecol não poderia mover a Adin mas não se debruçou sobre o mérito da questão jurídica, que trata da possibilidade de proteção legal contra construções nas região das dunas do Cocó.
Desde o dia 1º de abril, a região está protegida por lei municipal de autoria do vereador João Alfredo (Psol) aprovada em julho de 2009. A lei determina que o terreno, vizinho ao Parque do Cocó, é uma unidade de conservação do tipo Área de Relevante Interesse Ecológico (Arie), o que protege legalmente a região contra qualquer intervenção que altere meio ambiente, o que bloqueia, por exemplo, a construção prédios residenciais.
O terreno, porém, fica em uma das áreas mais valorizadas da cidade e, tão logo aprovada a lei pela Câmara Municipal, a Acecol ingressou com ação na Justiça apontando que a lei seria inconstitucional.
Um dos argumentos é de que uma lei ordinária – tipo de lei construída por Alfredo com aprovação de maioria simples da Câmara – não pode se sobrepor ao Plano Diretor de Fortaleza, uma lei complementar, aprovada por maioria qualificada da Câmara – isto é, mais de dois terços dos 41 vereadores. Pelo Plano Diretor, segundo argumentou o presidente da empresa imobiliária Agilisa, Walder Ary, a região em disputa é uma Zona de Interessa Ambiental, em que seria permitido o uso e a ocupação do solo.
Parecer da OAB
A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-CE) chegou a encaminhar ofício à Prefeitura de Fortaleza, à Câmara e ao Ministério Público Estadual apresentando parecer indicando a “total inconstitucionalidade” da lei.
“O loteamento possui ruas aprovadas, inclusive com os nomes já definidos, pela Câmara Municipal de Fortaleza e a Cagece instalou uma estação elevatória, garantindo toda a estrutura de esgotamento sanitário, o que comprova que o empreendimento cumpre todas as determinações do Plano Diretor da cidade”, disse Walder, por meio da assessoria de imprensa.
ENTENDA A POLÊMICA ENVOLVENDO AS DUNAS DO COCÓ
Em julho de 2009 a Câmara Municipal de Fortaleza aprovou lei que transforma a região de dunas do Cocó em Área e Relevante Interesse Ecológico (Arie), o que proibiria a construção de empreendimentos em um dos terrenos mais valorizados da cidade. A matéria – iniciativa de João Alfredo (Psol) – teve apoio da base da prefeita Luzianne Lins (PT), sendo aprovada com 27 votos favoráveis e cinco abstenções. Os quatro votos contrários partiram do PMDB. A aprovação se deu sob forte pressão de movimentos populares.
Após a aprovação e antes que Luizianne pudesse sancionar a lei, o vereador Carlos Mesquita (PMDB) entrou na Justiça alegando que uma lei aprovada em 1976 transformava aquela região em loteamento, o que permitiria a construção no local.Somente em outubro de 2009 Luizianne sancionou a lei – apesar de ser uma iniciativa de João Alfredo, seu ex-companheiro de PT e um dos nomes mais fortes da oposição à gestão municipal.
Insatisfeita com a criação da lei, a Associação de Construtores e Loteadores (Acecol) ingressou no Tribunal de Justiça do Ceará com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade argumentando que o projeto de João Alfredo seria ilegal. Em janeiro do ano passado, a associação conseguiu uma liminar a seu favor, o que suspendeu temporariamente os efeitos da legislação.
Em setembro do ano passado, respondendo à indagação de João Alfredo (Psol), a Comissão de Meio Ambiente, Política Urbana e Direito Urbanístico da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-CE) concluiu que o projeto a lei seria inconstitucional.
Em março deste ano, o secretário municipal do Meio Ambiente, Deodato Ramalho, chegou a correr risco de prisão em caso de descumprimento de decisão da 2ª vara da Fazenda Pública que obrigava o secretário a ceder licenciamento ambiental dentro de 24 horas para a construção de um loteamento na região.
No mês seguinte, o Tribunal de Justiça rejeitou a ação de inconstitucionalidade que questionava a lei municipal, sob o entendimento de que a Acecol não seria parte legítima para ingressar com o questionamento de inconstitucionalidade. Na reunião do Pleno do Tribunal de Justiça, foram 25 votos a favor dessa posição e oito votos contrários.”
Fonte: O POVO Onlne
quinta-feira, 21 de abril de 2011
COPA 2014: Ministro das Cidades afirma que obras estão em atraso
O Ministro das Cidades, Mario Negromonte, disse nesta quarta-feira (20) que seis das 12 cidades brasileiras que irão sediar a Copa do Mundo de 2014 estão com obras necessárias ao campeonato atrasadas. “Nossa parte [da União] é mobilidade urbana e vamos ter que ter a responsabilidade de levar o torcedor até a catacra. São 12 capitais sedes da Copa. Boa parte está com problema. Eu diria meia dúzia”, disse, durante cerimônia de formatura de novos diplomatas, no Itamaraty.
Negromonte admitiu ainda que será preciso aumentar o ritmo de trabalho para concluir todas as obras que viabilizarão o mundial. “Nós estamos monitorando essas obras, mas muitas têm problemas jurídicos, ambientais, problemas de licitação. Tem gargalos que estamos desobstruindo. Depois que iniciar essas obras, vamos ter que trabalhar de manhã, de tarde e de noite para avançarmos”, afirmou.
Segundo o ministro, a “única certeza” do governo é a de que a Copa tem data certa para ser realizada. “Existe uma preocupação de que não vai trazer prejuízo para o andamento das obras. A única certeza que temos é que a data da Copa não pode ser adiada”.
Ele defendeu a flexibilização das regras de licitação para acelerar a concretização dos projetos necessários ao campeonato. “Temos que diminuir esses gargalos e simplificar normativas, procedimentos e a burocracia para que possamos avançar”, disse. Negromonte negou que desburocratizar o processo de licitação possa encarecer obras e facilitar irregularidades.
“Pode-se simplificar sem perder de vista a lisura e o padrão de seriedade e de ética. Queremos a obra pronta sem passar por cima das leis. O Ministério Público, o Tribunal de Contas da União e a Controladoria-Geral da União vão fiscalizar”, defendeu.
Um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), divulgado na semana passada, apontou que ao menos 9 dos 13 aeroportos brasileiros que estão em obras para a Copa de 2014 não devem estar prontos a tempo de receber o evento.”
Fonte: Portal G1
quarta-feira, 20 de abril de 2011
Atlas de espécies ameaçadas no Parque
Quase metade das espécies de animais sob risco de serem extintos no Brasil ainda não encontra abrigo em áreas protegidas do governo federal, segundo informações do Atlas da Fauna Brasileira. A publicação traz o cruzamento de informações de 618 espécies brasileiras ameaçadas e de 310 unidades de conservação federais. Além de dados gerais, a publicação (que pode também ser encontrada na internet) traz a lista de espécies ameaçadas encontradas em cada uma das UCs federais.
De acordo com o texto de introdução do próprio Atlas, a iniciativa nasceu da necessidade de conhecer a eficiência do Sistema Nacional de Unidades de Conservação (Snuc) na proteção de espécies da fauna brasileira ameaçadas. As informações foram compiladas de fontes dispersas e armazenadas em formatos distintos, como documentos oficiais, literatura científica, coleções biológicas e documentos das próprias unidades de conservação.
O resultado demonstra que as reservas federais abrigam 313 espécies em extinção. A maior parte destas espécies é formada por aves. Mas a recordista de registros em reservas (em 59 unidades) é a onça-pintada (Panthera onca)Os dados indicam também que estados onde as florestas ainda estão mais preservadas, como na Amazônia, o número de espécies ameaçadas é menor. Unidades localizadas na Mata Atlântica são também aquelas que protegem o maior número de espécies ameaçadas.
A Reserva Biológica de Sooterama, no Espírito Santo, se destaca por abrigar 33 espécies sob ameaça. Na outra ponta está a Área de Relevante Interesse Ecológico Pontal dos Latinos e Pontal do Santiago, nos Pampas do Rio Grande do Sul, onde podem ser vistas franciscanas ou toninhas (Pontoporia blainvillei), que também pode ser encontradas em outras regiões, dos sul do país até o Rio de Janeiro.
As UCs federais de proteção integral, como estações ecológicas ou reservas biológicas, têm um papel mais importante na preservação das espécies ameaçadas do que as de uso sustentável. Em 84,7% das unidades de proteção integral, existe registro de espécies da fauna brasileira ameaça de extinção. Animais ameaçados foram registrados em 47,4% das das unidades de uso sustentável.
Morro de Santa Terezinha, em Fortaleza
“A situação no Morro de Santa Terezinha – entre Mucuripe e Varjota, é de completo abandono. Casas e pontos comerciais do outrora badalado reduto boêmio e cultural, estão à venda por preços irrisórios e, ainda assim, não encontram compradores. Em parceria com a comunidade, ONGs tentam literalmente ressuscitar o local, incentivando o empreendedorismo entre os moradores.
Mas a luta é difícil.
O tráfico de drogas ali predomina, envolvendo até a meninada, e a polícia pouco age. Faltam, enfim, políticas pública para essa que é uma das áreas mais belas da cidade. De concreto, sabe-se que o Projeto Prodetur incluiu o local entre suas metas, mas nada saiu do papel. Quem sabe, rezando para Santa Terezinha… ”
Fonte: Coluna Vertical/ O POVO Online
terça-feira, 19 de abril de 2011
Romário critica o atraso de obras da Prefeitura
E perguntado sobre as obras da Copa do Mundo em Fortaleza, Romário, que participou de encontro da Comissão de Turismo e Desporto na Assembleia Legislativa sobre o certame mundial, foi taxativo: “Posso dizer que o estádio Castelão não será problema. Mas não posso dizer o mesmo em relação às obras municipais”.
Segundo o deputado federal, a prefeitura não apresentou um cronograma durante a explanação na manhã de ontem na Assembleia Legislativa e, no caminho até o Castelão, nada de obras nas vias foi visto. “Não consegui ver nada daquilo que é de responsabilidade da Prefeitura”, afirmou Romário, que disse ainda não ter medo de fazer a crítica. “Polêmica é comigo mesmo”, diz.
De fato, as obras nas avenidas Dedé Brasil, Paulino Rocha, Alberto Craveiro, Raul Barbosa e Via Expressa ainda não começaram. E todas estão na Matriz de Responsabilidade, documento que traz os compromissos firmados pelos governos (federal, estaduais e municipais). O POVO apurou que os contratos de financiamento com a Caixa Econômica Federal ainda nem foram assinados para essas obras, o que deve ocorrer até junho, segundo Geraldo Accioly, coordenador de Projetos Especiais da Prefeitura.
Ele informou que as obras estão previstas para agosto deste ano. “Nosso cronograma está em dia. Agora estamos na fase final de elaboração de projetos executivos”.
Fonte: Blog do Eliomar de Lima/ O POVO Online
A COPA 2014 sem licitações
Úm retrato fidedigno da administração de Fortaleza
Eis aí um retrato fidedigno da administração ineficiente do Sistema de Transportes Público de Passageiros do Município de Fortaleza, para a qual a “ficha” que transporte é um bem público essencial para a mobilidade urbana de uma cidade desta dimensão “não cai”.
O que está aí instalado – o SIT/ Sistema de Transporte Integrado com o valor de passagem único e os terminais de integração – o foi em 2001. Um super avanço para o transporte público de Fortaleza.
Em 1995, após avaliação de desempenho, se chegou à conclusão que mais poderia ser feito para melhor qualificar o sistema e veio a concepção do TRANSFOR, que após novos estudos, passou a ter fomento e financiamento do BID/ Banco Interamericano de Desenvolvimento. Deveria ser implantada a integração temporal e deveríamos ter corredores exclusivos para os onibus e mais à frente veículos especiais. Algo à semelhança de Curitiba.
Hoje, em 2011, depois de mudar o nome do projeto de BIDFOR para TRANSFOR, ainda “patinamos” para implantar esta modernização do sistema, porque a atual Admnistração Municipal entendia que isto tudo servia muito mais para beneficiar os concessionários e não a população em geral: mais de um milhão de passageiros que se utiliza do sistema todos os dias.
Esta é uma das maiores demandas urbanas do presente e tem que haver prioridade para implantação destas melhorias propostas,há mais de 15 anos. Mais tecnologia aplicada e mais profissionalismo e menos “blá – blá – blá”, caso contrário a cidade vai parar totalmente com prejuízos para a população em geral, para o emprego e renda e para a economia como um todo.
Os atrasos de onibus penalizam a população de Fortaleza
A costureira Ivani Ferreira Alves, 57, era uma das centenas de usuárias no terminal do Siqueira, na manhã desta segunda-feira (18), inconsolável com os atrasos e a superlotação dos ônibus. Apesar de assegurar ter chegado ao terminal por volta das 6h30min, ela somente conseguiu embarcar em um ônibus para a Parangaba uma hora depois.
Antes das 9h30min estava de volta ao Siqueira. Segundo a costureira, mais um atraso resultou em demissão da confecção. Entre as lágrimas, a indignação de um sistema não mais seguro para os mais de um milhão de usuários do transporte coletivo em Fortaleza.
Quem também voltou mais cedo para casa foi a confeiteira Maria de Jesus silva Pereira, 43, que trabalha em um Buffet no bairro São João do Tauape. De acordo com a confeiteira, moradora do Planalto Vitória, ela teria chegado às 7h30min ao terminal do Siqueira, mas foi avisada ainda no ônibus que estaria suspensa no trabalho, diante de mais um atraso. De acordo ainda com a confeiteira, ela teria que entrar às 9 horas no Buffet, mas a superlotação no terminal permitiu que ela somente entrasse no ônibus por volta das 8h45min.
Já o auxiliar de aeroporto Antônio Márcio Ferreira da Silva, 29, morador da Granja Portugal, disse que não tem mais como justificar tantos atrasos aos seus supervisores. Segundo o auxiliar, ele sempre chega ao terminal com mais de uma de antecedência para o trabalho, mas quase sempre não consegue cumprir o horário de entrada do expediente.
Fiscais de linha no terminal do Siqueira afirmaram que as chuvas desta segunda-feira e o grande engarrafamento nas primeiras horas da manhã, na avenida Osório de Paiva, agravaram o movimento dos ônibus.
Fonte: Blog do Eliomar de Lima
segunda-feira, 18 de abril de 2011
Os atrasos nas obras da Copa 2014
A presidente Dilma Rousseff vai chamar nos próximos dias os governadores dos Estados e os prefeitos de cidades envolvidas com a Copa do Mundo para uma "conversinha". Vai ouvir de quase todos palavras tranquilizadoras sobre o andamento das obras. Não acreditará, pois terá em mãos relatório encomendado ao ministro do Esporte, Orlando Silva, que traz observações preocupantes. Vai cobrar, ou melhor, exigir, balanços trimestrais sobre o que está sendo feito.
Dilma tem motivos para estar apreensiva. Na prática, pouco foi feito até agora daquilo que é necessário - ou que foi prometido -, seja no quesito estádios ou em infraestrutura. Falar em atrasos, porém, causa reações via de regra irritadas, quando não indignadas. "Está tudo dentro do cronograma", é a frase que mais se escuta quando se questiona uma autoridade. Resposta baseada em projetos e processos de licitação em curso. Mas a realidade desmente o discurso.
As arenas são exemplo disso. A maioria das que serão reformadas ainda não superou a etapa da demolição; as que vão ser totalmente erguidas estão em fase de terraplenagem ou de fundações - isso quando nada foi feito até agora, como em São Paulo e em Natal. E há casos de estádios cujos processos de licitação são alvo de órgãos como Ministério Público e Tribunal de Contas.
Apesar disso, até a Fifa já considera que os estádios caminham bem. Pelo menos foi isso que o presidente da entidade, Joseph Blatter, disse na quarta-feira. Talvez o cartola tenha percebido que as arenas são o menor dos problemas.
Mas, na sua política do morde e assopra (há duas semanas, criticara veementemente os atrasos do País), Blatter saiu da rota. Baseado em relatório que diz ter recebido recentemente, elogiou até as obras nos aeroportos. Ou ele não entendeu o que leu ou os autores do relatório foram, digamos, fantasiosos. Isso porque, no mesmo dia em que Blatter colocou a situação dos aeroportos brasileiros em céu de brigadeiro, o Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) causou turbulência daquelas capazes de derrubar avião: divulgou estudo dando conta que, dos 13 aeroportos que deveriam ser modernizados, 9 não ficarão prontos até 2014. O governo reagiu: garantiu que as obras sairão. Para isso, pretende alterar a regra de licitações, a ponto de premiar construtoras que cumpram os prazos.
Agência Estado
Arquiteto desafia Joaquim Cartaxo para um debate público sobre a Gestão Luizianne Lins
O vice-presidente do Instituto dos Arquitetos do Ceará (IAB), José Sales, fez um comentário instigante no post do Blog relacionado ao artigo do também arquiteto e ex-presidente regional do PT, Joaquim Cartaxo. Ele questiona a tese de Cartaxo de que a gestão Luizianne Lins é alvo dos conservadores de Fortaleza. José Sales, inclusive, desafia Cartaxo para que, num debate aberto e com imprensa, mostre as realizações concretas da prefeita. Confira:
Caro Joaquim Cartaxo,
Nomear toda critica como conservadora é uma atitude injusta e simplista. E de uma administração que ignora quaisquer parâmetros e/ou referências do que venha a ser gerir uma cidade como a nossa, de mais de 2,5 milhões de habitantes, e de alta complexidade. Tudo num quadro onde absolutamente nada se referencia a um sistema de planejamento e gestão contemporâneo, onde a visão de futuro é o olhar do momento, como se atitudes midiáticas baseadas unicamente na propaganda conseguissem convalidar soluções miraculosas às nossas urgentes demandas urbanas.
Parece-me que muito mais conservador mesmo é esta postura de não conseguir realizar uma autocrítica proativa e corrigir os rumos de uma gestão, aparentemente errática, no tempo que resta de mandato. Ou estamos todos equivocados com o “não realiza”.
E os exemplos “quase realizados” estão aí à verificação de todos nós, moradores desta cidade: consolidar um simples jardim com mais de 800 dias de atraso é um absurdo em qualquer roteiro de trabalho. Não conseguir viabilizar um plano de trabalho imaginado há 16 anos atrás e garantido por um financiamento internacional, como o Programa BIDFOR, renomeado de TRANSFOR, é pagar várias vezes os serviços da dívida do empréstimo internacional que diluem as vantagens do mesmo.
Implantar um hospital sem prazos precisos de realização é acrescer valores de custo incalculáveis e inimagináveis a uma obra de alta complexidade. Realizar projetos incompletos ou com erros de concepção e corrigí-los durante sua consolidação, é uma atitude não recomendável nem para os iniciantes das profissões ligadas às engenharias e arquitetura.
Não dar seguimento continuado a uma obra de urbanização de alcance social inequívoco como o Projeto Costa Oeste, hoje “Vila do Mar”, simplesmente a renomeando, é simplório demais para o gosto de todos os moradores daquela região da cidade.
Cordialmente, participo deste debate sem quaisquer atitudes conservadoras.
domingo, 17 de abril de 2011
Área verde da Cidade 2000 está tomada pelo lixo
Lagoa da Maraponga está desprotegida
Mesmo com o grande adensamento urbano ao redor, a Lagoa da Maraponga, com seus 19 hectares de espelho d´água, é considerada uma Área de Proteção Ambiental (APA), conforme legislação assinada há 20 anos, no dia 27 de abril de 1991. A lei 6.883/91 é antiga, mas as problemáticas da ocupação desordenada do estuário estão mais atuais que nunca. Todos os dias novos cartazes convidam a população à adquirir condomínios às margens do manancial invadido por pontos de lixo e de desmatamentos.
Um recente empreendimento, o Laguna View Residence, está divulgando a construção de apartamentos em um terreno em frente à lagoa, entre a Avenida Godofredo Maciel com a Rua Nereu Machado. O condomínio será construído onde passa o sangradouro que abastece duas lagoas, a Seca e a do Itapery, no campus da Universidade Estadual do Ceará (UECE).
"A Lagoa e seu entorno estão desprotegidos, não se sabe que lá é uma APA. Falta fiscalização rigor e controle ambiental. No terreno em que passa o sangradouro ainda tem muita área verde, não podemos perder este espaço", comenta a professora Isorlanda Caracristi, membro da Comissão de Meio Ambiente da Associação dos Geógrafos Brasileiros (AGB).
A partir de denuncias da AGB, a Comissão de Meio Ambiente da Câmara Municipal de Fortaleza realiza visita técnica oficial na segunda-feira, dia 18, para apurar o caso. "Muitos danos já ocorreram. O leito está todo poluído, a mata ciliar destruída, canais jorrando esgoto e muita gente está morando no que era para ser um parque, bem gerenciado", critica.
O Laguna View Residence, conforme a assessoria de comunicação da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semam), não possui licença ambiental. Documentos da construtora já foram entregues, mas ainda estão sob avaliação técnica. O coordenador de políticas ambientais da Semam, Rafael Tomyama, reconhece as fragilidades da ocupação desta área.
Não há, mesmo com a legislação da APA, um mapeamento do local e delimitações legais que possam formalmente impedir qualquer ocupação.
"É uma APA de direito, mas não é de fato como é a da Sabiaguaba. Não sabemos bem onde ela começa nem onde termina. Assim, as políticas ambientais ficam frágeis", observa.
Descaso
As reclamações do descaso com o local são muitas. Desde à água poluída, ao lixo acumulado deixado pelos banhistas após o lazer aos domingos, tudo é problema, explica o autônomo, Augusto Lira Mendes, 34, que mora há 12 anos no bairro.
Para ele, não adianta em nada ter leis atinentes à criação de parques e de APA´s se não houver educação ambiental e consciência do povo que frequenta o logradouro. "Até chegaram a construir um anfiteatro, uns bancos, mas tudo foi destruído, não resta nada a não ser muita sujeira e abandono. Gestores tem que centrar mais os olhos para cá, é um lugar tão lindo. Políticas de urbanização seriam muito bem vindas", comenta.
A Secretaria Executiva Regional (SER) V esclareceu que os trabalhos de limpeza das cinco lagoas, que estão em sua área de abrangência, ocorrem duas vezes ao ano. Sobre a Lagoa da Maraponga, a última ação da SER V aconteceu em outubro do ano passado e está prevista que a próxima seja realizada em junho deste ano.
AÇÕES
Recuperação dos danos é demanda urgente
Integrante do Movimento ProParque, o jornalista Ademir Costa, lembra quando, em 1991, construtoras levantaram obras para edificação de 400 prédios dentro do Parque Ecológico da Lagoa da Maraponga. "Tiveram que botar tudo abaixo, fizemos pressão. Hoje, a degradação está mais crescente, o bairro virou um dos mais visados de Fortaleza. Se construírem em cima do estuário, vão estrangular e matar ainda mais a Lagoa", narra.
Com o cenário atual, não se poderia, conforme o ambientalista, permitir que nada mais fosse construído às margens do riacho. "A Semam não deveria liberar nenhuma licença antes de definir melhor as delimitações da APA", reforça.
Para o Movimento ProParque, a recuperação da Lagoa deve ter como base algumas medidas como: saneamento básico das áreas de influência direta e indireta; banir práticas que favorecem os processos erosivos; conscientizar a população sobre a importância de preservar a vegetação ciliar; retirar a população das áreas de risco de inundações e promover de eventos culturais que atraiam não só a população local, mas também moradores de outros locais da cidade.
Quanto ao Laguna View, foram tentados contatos com a construtora responsável em Fortaleza, mas não recebemos retorno algum, nem explicações mais detalhadas dos projetos.
sexta-feira, 15 de abril de 2011
José Sales: Nomear toda critica como conservadora é uma atitude injusta e simplista.
Nomear toda critica como conservadora é uma atitude injusta e simplista. Em uma administração que ignora quaisquer parametros e/ou referencias do que venha a ser gerir uma cidade como a nossa de mais de 2,5 milhões de habitantes e alta complexidade, onde absolutamente nada se referencia a um sistema de planejamento e gestão contemporaneo, onde a visão de futuro é o olhar do momento,como se atitudes midiáticas baseadas unicamente na propaganda conseguissem convalidar soluções miraculosas às nossas urgentes demandas urbanas.
Me parece que muito mais conservador mesmo é esta postura de não conseguir realizar uma autocrítica proativa e corrigir os rumos de uma gestão, aparentemente errática, no tempo que resta de mandato. Ou estamos todos equivocados com o “não realiza”.
E os exemplos “quase realizados” estão aí à verificação de todos nós moradores desta cidade: consolidar um simples jardim com mais de 800 dias de atraso é um absurdo em qualquer roteiro de trabalho. Não conseguir viabilizar um plano de trabalho imaginado há 16 anos atrás e garantido por um financiamento internacional, como o Programa BIDFOR, renomeado de TRANSFOR é pagar várias vezes os serviços da dívida do empréstimo internacional que diluem as vantagens do mesmo. Implantar um Hospital sem prazo precisos de realização é acrescer valores de custo incalculáveis e inimagináveis a uma obra de alta complexidade. Realizar projetos incompletos ou com erros de concepção e corrigí-los durante sua consolidação é uma atitude não recomendável nem para os iniciantes das profissões ligadas as engenharias e arquitetura. Não dar seguimento continuado a uma obra de urbanização de alcance social inequívoco,como o Projeto Costa Oeste, hoje Vila do Mar, simplesmente a renomeando é simplório demais para o gosto de todos os moradores daquela região da cidade.
Cordialmente, participo deste debate nem quaisquer atitude conservadora.
Fonte: Blog do Noblat
“O Movimento dos conservadores em Fortaleza”
Romário discutirá a COPA 2014, em Fortaleza
O Deputado federal Romário, ex-craque de futebol, integra grupo de parlamentares da Comissão e Turismo e Desporto da Câmara que, a partir das 9 horas da próxima segunda-feira, estará debatendo, em audiência pública, na Assembleia Legislativa, projetos ligados à Copa 2014.
Ele é um dos convidados do deputado federal André Figueiredo, membro da comissão, e deve desembarcar nesta noite de domingo na Capital cearense.
O objetivo da audiência pública, conform André Figueiredo, é discutir o andamento das obras e cobrar celeridade. O grupo ainda fará uma visita técnica ao Estádio Castelão, que passa por reforma. O governador em exercício Domingos Filho oferecerá almoço para os parlamentares no Palácio da Abolição.
Fonte: Blog do Eliomar de Lima
Carlos Leite: O ensino de arquitetura no Brasil não vai bem.
O ensino de arquitetura no Brasil não vai bem. Em um País que soube se inserir entre as principais potências da arquitetura mundial com obras de excelência e com a construção de uma escola nacional, é surpreendente o panorama do ensino atual. Minha argumentação sustenta-se em seis questões essenciais:
1. Vive-se uma massificação na educação superior do País e o ensino de arquitetura infelizmente não é exceção. Massificação com mediocrização. 197 escolas cuja qualidade média é baixa. Uma falácia da pseudodemocratização do ensino superior cuja face real é a transformação do ensino em negócio de alta e fácil lucratividade. Abrem-se escolas, faculdades e universidades como se abrem padarias no Brasil de hoje. Há que se discutir urgentemente esse modelo. Veja alguns exemplos internacionais: a prestigiosa Universidad Nacional Autônoma de México (Unam) possui em seus vários campi quase meio milhão de estudantes. A Universidade da Califórnia, terceira melhor universidade pública do mundo, possui mais de 220 mil alunos em seus 10 campi. Se a questão é atender uma demanda crescente, não seria mais interessante as boas e mais tradicionais escolas de arquitetura (públicas e privadas) oferecerem mais vagas em vez de essas vagas serem ofertadas por escolas ordinárias que se espalham pelo País?
2. Há uma burocratização dispersiva do ensino de arquitetura que leva perigosamente à ignorância. Excesso de normas e regras que culminam em um sistema que se pauta, essencialmente, por uma postura meramente tarefeira cujo sintoma maior é o excesso de disciplinas onde "mais" tem sido "menos". O tão comentado currículo mínimo é mínimo mesmo na maioria das escolas e leva ao excesso burocrático. Nas melhores escolas do mundo um termo (ou semestre letivo) possui quatro ou cinco disciplinas. Por aqui são 10, 13 disciplinas. Resultado: tarefismo com pouco conteúdo e alunos dispersos. O segredo por lá: os estúdios (ateliês de projeto) recebem professores de diferentes conteúdos e enfoques, não apenas o professor de projeto. Visite-se, por exemplo, um estúdio na Universidade Columbia e se encontrará com frequência no debate (e embate) com os alunos, Steven Holl (professor de projeto, responsável pelo estúdio) e Kenneth Frampton (professor de história) ou Richard Plunz (desenho urbano). Obviamente, não se deve eliminar disciplinas teórico-expositivas. Mas há um excesso de compartimentação, e conteúdos teóricos e práticos podem e devem andar juntos.
3. Quase não se construiu no Brasil modelos diferenciados de escolas de arquitetura. Ao contrário dos países com forte tradição de ensino de arquitetura, por aqui as escolas homogeneízam-se. Num país continental e rico em diversidade isso é contrário à emergência de riqueza cultural e educacional. Pouquíssimas escolas possuem alguma identidade própria forte, diferenciada, ligada ao seu contexto, tradição de pensamento e cultura locais, de currículos diferenciados e específicos.
4. Praticamente não há espaço para a experimentação. Investigação como fonte de construção do saber arquitetônico, inovação, especulação consequente de ideias, pesquisa em projeto/projeto como pesquisa, enfim, são posturas não incentivadas de modo geral. "Design thinking" ainda é incipiente em nossas escolas. Não há escola por aqui que se paute como investigativas, diferentemente dos maiores centros internacionais onde sempre há "a" escola onde investigar é a pauta essencial, até para contrapor-se às demais, de postura mais técnica ou tradicional. A excelência do ensino em Londres dá-se por haver uma tradicional Bartlett School of Architecture (University College of London) e uma experimental Architectural Association (AA). Assim como em Nova York se tem a Universidade Columbia e a Cooper Union. Em Los Angeles há a Ucla (University of California, Los Angeles) e a SCI-Arch (Southern California Institute of Architecture). Na Holanda, a TU Delft e o Berllage Institute. Para cada escola mais tradicional, completa, pautada pelo rigor da técnica, há uma escola especulativa, experimental. Aqui criou-se um falso dilema entre ambas e quase eliminou-se o segundo enfoque, mais investigativo. Ficamos mancos.
5. Falta de rigor. Como tanta coisa no Brasil, há uma carência de postura ética pautada pelo rigor e seriedade no ensino, seja por parte dos gestores institucionais, dos professores ou dos alunos. Modo geral, impera ainda o preconceito às avessas, onde o aluno ou professor sério, estudioso e dedicado é visto como "nerd" ou "cdf". "O sujeito que estuda é solapado, a expressão "cdf" é trazer para baixo aquele que está lá em cima, para ver se deixam-se todos medíocres", disse em um discurso Fabio Barbosa, presidente do Grupo Santander. O oposto do que se encontra nas melhores escolas do mundo, onde esse acadêmico é invejado por colegas, admirado pelos professores e alunos e premiado pela instituição. Meritocracia, lá fora, é bem-vinda. Vale para os melhores alunos que recebem prêmios por isso, vale para os melhores professores, que são valorizados e disputados pelas melhores escolas. Vale para as melhores escolas que são mais concorridas e recebem mais verbas para ensino e pesquisa. Para isso há critérios objetivos e transparentes baseados em mérito. Não há medo de rankings e avaliações sistemáticas e de resultados. Isso na Europa, Japão, Canadá, Austrália e Estados Unidos, onde as escolas (em todos os níveis, inclusive graduação) são ranqueadas anualmente e essas informações são públicas. "Em Harvard a moeda corrente são suas notas. Pouco importa seu pedigree. Para compensar esse recém-adquirido sentimento de inferioridade, você acaba estudando o tempo todo", relata Gustavo Romano, com mestrado em direito realizado na Universidade de Harvard, em depoimento à Folha de S. Paulo (16/09/2010). É parte intrínseca do rigor que imputa qualidade ao sistema. É democrático perante a sociedade que, ao final das contas, paga pelo ensino (direta ou indiretamente).
6. Novos enfoques e olhar abrangente. As escolas deveriam ser sempre organismos vivos que se atualizam, mantêm-se minimamente flexíveis e permeáveis à inter e à multidisciplinaridade, além de novas demandas. Dois exemplos recentes: enfoques sobre a produção imobiliária (Real Estate, como se tem em tantas escolas no mundo) e sustentabilidade na arquitetura e urbanismo (Green Design). No primeiro caso, ao se manter preconceituosamente distante do mercado, as escolas de arquitetura deixam de pautá-lo - em São Paulo, surpreendentemente, há um programa de Real Estate em universidade pública, mas na Escola Politécnica da USP. No segundo caso, as escolas ainda estão tímidas em abraçar o tema com profundidade e amplitude, deixando-o para cursos de capacitação em certificação verde em vez de enriquecerem o assunto como ele merece. Trata-se, afinal e inclusive, de oportunidade rica de revalorização do profissional arquiteto e urbanista na sociedade: desenvolvimento sustentável, a sério, é o maior desafio do planeta no século 21 e a nossa profissão pode fazer muita diferença no cenário.
Exceções. Como sempre, servem para confirmar a regra geral e, óbvio, são muito bem-vindas. Não há mistério. As poucas escolas que conseguem fugir do panorama geral têm história, pertencem às raízes do ensino de arquitetura no Brasil. O pioneirismo - pela história e pela presença dos grandes mestres - das escolas carioca e paulista fizeram emergir instituições de ótima exceção: UFRJ (derivada da pioneira Escola Nacional de Belas-Artes, 1945), FAU-Mackenzie (1947), FAUUSP (1948). A sabedoria em construir uma tradição própria com inovação e rigor no ensino e pesquisa tem construído a boa reputação de UFRGS, USP-São Carlos, UnB, UFSC, UFPR, UFMG, UFRN, UFBA, PUC-PR, PUC-RS e PUC-MG para citarmos algumas evidências, dentre públicas e privadas.
Assim, vivemos hoje uma situação perigosa. Escolas de arquitetura que estão mais para fábricas de expedir diplomas do que para formar pensadores de construir cidades e edifícios.
E, note-se, (a) a situação já foi alertada antes e (b) incorpora graduação e pós-graduação, conforme Edson Mahfuz mostra em artigo. "O objetivo do ensino em qualquer universidade, especialmente as públicas, não deveria ser a mera obtenção de títulos, mas a formação de uma profissão. Nos últimos 20 anos o número de escolas de arquitetura saltou de pouco mais de 30 para mais de 130. Na grande maioria dessas escolas o ensino de arquitetura se afasta da formação profissional e cada vez mais visa à mera concessão de títulos. As escolas públicas não ficaram imunes a esse vírus e até a pós-graduação se viu afetada, pois a exigência feita pelo MEC de que os professores universitários devam ter pelo menos grau de mestre detonou uma verdadeira corrida à titulação", expõe Mahfuz.
Vamos às situações em alguns países de produções arquitetônica e acadêmica consagradas.
Estados Unidos: 96 escolas e população de 310 milhões de habitantes. Uma escola para cada 3,2 milhões de habitantes. Canadá: 11 escolas e população de 34,3 milhões de habitantes. Uma escola para cada 3,1 milhões de habitantes. França: 22 escolas e população de 65,4 milhões de habitantes. Uma escola para cada 2,9 milhões de habitantes. Espanha: 29 escolas e população de 46,1 milhões de habitantes. Uma escola para cada 1,6 milhão de habitantes. Reino Unido: 43 escolas e população de 60,9 milhões de habitantes. Uma escola para cada 1,4 milhão de habitantes. (Os números foram extraídos dos institutos/colégios de arquitetura desses países. Nem todos são muito claros sobre o número exato de escola creditada. No caso de países como Estados Unidos, Canadá e Reino Unido, foram indicados programas que mais se aproximariam às nossas escolas, ou seja, os M.Arch e não os B.Arch).
À massificação do ensino no Brasil alia-se outro fator agravante: a ausência de exame de ordem.
Nos Estados Unidos, Canadá e Reino Unido o exame de ordem não apenas existe, como é rigorosíssimo. Nos Estados Unidos, o futuro arquiteto estuda, em média, seis anos em período integral (essa balela de estágio enquanto se estuda é outro vício pernóstico nosso), para posteriormente ser trainee na práxis (mercado ou setor público) e, então, submeter-se ao exame de ordem: exaustivo, realizado em vários dias de provas e com média de reprovação de 70%.
Resumo da ópera: não é fácil nem para qualquer um tornar-se um arquiteto ou urbanista nesses países. Exige muito estudo, seriedade, rigor. Suor, lágrimas e paixão. A recompensa? Reconhecimento da sociedade. A profissão é valorizada, porque não é mediocrizada.
Ruth Verde Zein joga luz no tema: "A universidade e o curso de arquitetura não existem apenas para 'treinar' os estudantes para que saibam responder a determinadas demandas concretas, mesmo que paradigmáticas (ou seja, com um certo grau de generalidade); mas igualmente para prepará-los para a produção de conhecimentos novos, seja sabendo responder casos não paradigmáticos e situações inusitadas, seja sabendo exercitar, também criativamente, os cada vez mais amplos domínios da disciplina arquitetônica - que embora ainda esteja, e sempre estará, centrada no projeto, não se limita a ele".
Há alguns anos uma ex-aluna minha, regressando da canadense Montreal, relatou-me curiosa que, recém-chegada à cidade e apresentando-se arquiteta e urbanista com suas feições de uma jovem de 23 anos, todos se espantavam: "arquiteta e urbanista já formada, e com essa carinha de menina? Quantos anos se estuda essas profissões no Brasil?".
Mas nossos alunos são surpreendentes, ainda bem. Apesar de todos os problemas e limitações do sistema, sempre emergem alunos investigativos, genuinamente descontentes com a mesmice e o tarefismo do sistema. Sabem que se formar arquitetos-urbanistas é muito mais que passar nas dezenas de disciplinas com as notas mínimas ou aprender a detalhar objetos arquitetônicos. Apaixonados pelo estudo da arquitetura, dedicados e estudiosos. Que buscam, no território de nossas problemáticas cidades, inquietações que determinam pesquisa no projeto e constroem durante alguns meses nos ateliês perguntas interessantes - com discussão coletiva de projeto, com professores e alunos juntos e não "fazendo atendimento de projeto" (como se o professor fosse médico). E dessas questões saem projetos como pesquisa.
Tenho certeza de que algumas de nossas escolas ainda emergem, vez por outra e apesar do sistema, tais alunos.
As imagens que ilustram este artigo são de dois deles, Gustavo e Marcela, formando-se agora na FAU-Mackenzie. Seus trabalhos refletem uma busca bonita por uma arquitetura na cidade, onde os limites entre arquitetura e urbanismo são fluidos e cujo mote maior é questionar e propor concretamente, como designers, possibilidades de refazer trechos complexos e de enorme exclusão social da metrópole paulista.
Fonte: Revista AU/ "Carlos Leite analisa o ensino de arquitetura em nova série de artigos
Ensino de arquitetura: o Brasil perdeu o rumo?" http://www.revistaau.com.br/arquitetura-urbanismo/203/imprime208856.asp