sábado, 9 de abril de 2011

Fortaleza: banho de poluição à Beira Mar


Frequentadores da Praia do Futuro reclamam da água suja e do mau cheiro em pontos da orla. O POVO identificou cinco pontos de maior poluição, em virtude do transbordamento de bueiros e ligação destes com canais pluviais. A situação chama a atenção e incomoda quem frequenta a orla da Praia do Futuro. Poços de visita da rede de esgoto da Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece) transbordam constantemente, sobretudo quando chove, levando mau cheiro, poluição e desconforto para vias de acesso a barracas e para o mar.


Em algumas áreas, o material não tratado, quando se junta às águas da chuva, escorre para as galerias pluviais que deságuam no mar. O POVO percorreu a extensão da praia e viu de perto a situação desagradável. O vendedor José Itamar Barbosa, que trabalha há mais de 25 anos pela avenida Zezé Diogo, relata que o extravasamento dos bueiros acontece há algum tempo. “Tem dias que isso aqui é uma podridão só. Mas nem sempre foi assim. De dois anos para cá foi que ficou desse jeito”.


Para o proprietário da barraca Crocobeach, Argemiro Guidolim, o quadro piora na alta estação. “Janeiro e julho aqui é horrível. E isso acontece mesmo quando não chove. Eu acho que pode ser a sobrecarga na rede do Sanear”, destaca.


Ao lado do estacionamento da barraca Vira Verão está outro ponto crítico. O transbordamento da rede escorre pelo estacionamento e chega aos canais de drenagem que se lançam ao mar. O kitesurfista Fred Jean se mostrou revoltado com a situação. “O esgoto jorra no meio da rua. Quando chove ou a maré enche, leva pro mar essa sujeira. É muito ruim ficar olhando pra isso e não poder fazer nada”, diz. Reclamação que encontra eco nas palavras do marchand Reginaldo Rodrigues, há um mês em Fortaleza. “O esgoto brota do asfalto. É um absurdo para um ponto turístico”.


Também se constatou o problema entre as barracas América do Sol e O Louro. Quem passa por ali já sabe tudo que acontece. “Pode anotar, o negócio aí é feio. Não tem quem aguente a catinga”, diz um morador que, mesmo distante, fez questão de acenar para a equipe do O POVO e registrar sua opinião.


Verificaram-se dois outros locais de perigo quanto à sujeira que é carregada ao mar. Na rua, nenhum esgoto parece transbordar, mas as galerias pluviais próximas às barracas Recanto do Sol e Biro Biro apresentavam aspectos de esgotamento sanitário, além do mau cheiro e do lixo. Moradores dos arredores acreditam que há ligação clandestina de esgoto sem tratamento aos canais que, teoricamente, só deveriam conduzir ao mar águas da chuva.


Fonte: O POVO Online



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