domingo, 17 de abril de 2011

Área verde da Cidade 2000 está tomada pelo lixo


Local privilegiado pela natureza diversificada, o entorno da Cidade 2000 padece do processo de degradação ambiental

Proximidade com o mar e ainda detentor de lagoas, dunas e, principalmente, de boa parte do Parque do Cocó. Esse é o entorno da Cidade 2000, que se configura como local privilegiado pela diversificação de seus atrativos naturais. No entanto, o processo de degradação atravessa décadas, com a mata sendo cada vez mais agredida pelo homem.

Os sinais da degradação podem ser vistos de vários locais, a partir da Cidade 2000. Na proximidade da lagoa do Gengibre (uma outra próxima é a do Papicu), onde parte foi aterrada, vários pontos de lixo foram formados, sejam com resíduos de construção civil (entulhos) e até materiais descartáveis. Uma das rampas fica por trás de uma unidade ensino, onde um container foi instalado, mas transborda pela quantidade de lixo depositado.

Qualidade de vida

A garçonete Valkíria Martins Pereira, 26 anos, reconhece que detém boa qualidade de vida, morando nas proximidades do Cocó e ficando a 10 minutos da Praia do Futuro. Contudo, acusa também o que considera descaso com o parque. Ela conta que o lixo é depositado nas matas do entorno do manancial a qualquer hora do dia. Boa parte, conforme informa, por carroceiros e caminhões que transportam entulhos de construção civil. "O resultado tem sido nossas casas sendo tomadas por escorpiões e animais silvestres, que fogem da mata, quando são vítimas de incêndios ou outras agressões", afirma Valkíria.

Já o vigilante José Carlos Santos Paiva diz que o transporte de lixo é mais frequente durante o período da madrugada. Ele lembra que muitos caminhões aproveitam os locais mais escondidos e os horários quando as pessoas repousam para se desfazerem do lixo. "Essa é uma situação que chega ao cúmulo do absurdo, porque existe coleta regular do lixo e que as pessoas continuam colocando seus resíduos em qualquer lugar", ressalta.

Ao longo dessas três décadas, ele conta que o entorno daquele conjunto habitacional, construído em meados da década de 1970, nunca parou de sofrer degradação. Os primeiros ataques partiram da própria construção das unidades residenciais, quando foi necessário soterrar lagoas, como a do Gengibre, a mais comprometida. Existe ainda o Conjunto Cidade 2000-2, localizado num local onde já funcionou uma área de extração de argila.

No lugar do barreiro, um conjunto residencial destinado para famílias de baixa renda também sofre com as consequências das áreas degradadas. Muito embora o Parque do Cocó tenha fiscalização da Companhia de Policiamento do Meio Ambiente (CPMA), um dos acidentes mais temidos são os incêndios, como o ocorrido 2 de novembro de 2010. Naquela ocasião, o fogo destruiu quase cinco hectares de área verde.

Fonte: Cidades/ Diário do Nordeste

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