Nova reportagem do JORNAL O POVO sobre o meio ambiente em Fortaleza. O nível da água na lagoa da Precabura está muito baixo. A ausência de chuvas neste período do ano aliada à degradação ambiental podem ser a causa do problema, segundo especialistas.
Onde deveria haver uma imensidão de água, há espaços completamente secos. Na lagoa da Precabura, que fica entre os municípios de Fortaleza e Eusébio, nos lugares onde ainda há água, os pescadores se espalham para pescar pirambeba, cará, saúna e outros peixes. O nível é tão baixo que os carcarás e as garças, aves de presença constante na lagoa, pegam peixes facilmente.
O baixo nível das águas da lagoa pode estar associado a ausência de chuvas nesse período do ano, explica o hidrólogo Nilo Carvalho, da FUNCEME/ Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos. Além disso, também há a alta taxa de evaporação. O pescador e agricultor José Nogueira Barbosa, que costuma pescar na lagoa, diz que o nível da água começou a baixar em agosto. "Se não chover em janeiro, vai secar tudo", alerta. Além do fator natural, o assoreamento (ver dicionário), a retirada quase que total da mata ciliar da lagoa e outras ações praticadas pelo homem contribuem para que o nível da água da Precabura esteja baixa.
É o que explica o professor do Departamento de Geografia da Universidade Federal do Ceará (UFC), Jeovah Meireles. Segundo ele, o lançamento de lixo e esgoto na lagoa, a impermeabilização dos espaços na margem (como a construção de avenidas) e outros fatores contribuem para diminuir a vida média e o potencial de armazenamento da Precabura. "A tendência é esse efeito continuar se não houver ações que minimizem a degradação."
Para Meireles, a melhoria nas condições da lagoa dependem de saneamento, da definição de áreas que protejam o manancial e do plantio de árvores próprias do ecossistema do local para evitar a erosão - o que dependem de políticas públicas. O professor destaca que essas ações têm tanto importância regional como global. "As lagoas urbanas e costeiras são ecossistemas importantes de reserva estratégica de água doce, de biodiversidade e de amortecimento dos efeitos do aquecimento global."
A Lagoa da Precabura não faz parte do monitoramento de lagoas feito pela Prefeitura de Fortaleza por meio da SEMAM/ Secretaria Municipal do Meio Ambiente e Controle Urbano. Segundo a chefe da equipe de controle ambiental do órgão, Ester Esmeraldo, a decisão foi tomada porque a lagoa fica entre os limites de Fortaleza e Eusébio. Conforme ela, a Secretaria priorizou dez lagoas que ficam dentro da cidade (Mondubim, Opaia, Itaperoaba, Porangabussu, Parangaba, Messejana, Lago Jacareí, Sapiranga, Maria Vieira e Maraponga).
Com sempre, a Prefeitura Municipal de Fortaleza, tem sempre uma desculpa na ponta da língua para justificar a sua omissão na questão ambiental de Fortaleza. A nossa Secretária Municipal do Meio Ambiente e Controle Urbano está se especializando em "grandes justificativas". Relevamos, mais uma vez através deste blogspot, a ausencia de compromisso municipal cm a questão do meio ambiente.
domingo, 25 de novembro de 2007
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