Um projeto antigo está para sair do papel: realizar a engorda da Praia de Iracema, numa largura de 100 até 200 metros, no trecho compreendido entre a Avenida Rui Barbosa e as adjacências da Praça dos Estressados. A iniciativa foi aprovada ainda na gestão de Juraci Magalhães com todos os estudos elaborados, inclusive da localização de jazidas no mar, para retirada de material em areia grossa para fazer a recobertura do aterro.
Tal idéia está sendo resgatada pela Associação Amigos da Beira Mar, formada por mais de 600 coopistas, que enviou em abril de 2007 um ofício à Regional II com aquelas e outras reivindicações. “Para que isso seja possível, pedimos a utilização da areia que será retirada nas obras de aprofundamento do canal de acesso do Porto do Mucuripe. Em vez de ser jogado no alto mar, redirecionar para fazer a engorda (aterro) da Praia do Náutico até ao aterro da Praia do Ideal. Estamos correndo porque a Licitação da Dragagem será dia 03 de março e a única pessoa que está contra é o Presidente da Companhia Docas Sérgio Novais que diz não ter mais tempo para mudar o destino do material”, relatou o coordenador do grupo Tadashi Enomoto.
De acordo com o levantamento feito pela Associação, a drenagem tem valor estimado de R$ 42.500.000,00 para retirada de 6 milhões de metros cúbicos que serão transportados e lançados no fundo mar. “A engorda precisa ser feita porque daqui a 30 anos o mar vai tomar de conta dos prédios. Vamos ter pista de ciclismo, duas vias, quadras esportivas. Vai melhorar e muito o turismo. Um trunfo para a Copa de 2014. O Acréscimo para o Patrimônio de Fortaleza, no mínimo, seria de R$ 2.500.000.000,00”, apontou Tadashi.
Ele frisou ainda que o projeto vai recompor o que o mar tomou. “A Docas é a maior responsável neste processo de recuperação ambiental e urbano da orla, pois a partir de 1939, quando da construção e transferência do Porto do Poço da Draga para o Mucuripe, que começaram as destruições da Orla de Fortaleza atingindo várias Praias do Litoral Norte, o que foi comprovado por várias pesquisas”, expôs o coordenador.
O arquiteto José Sales lembrou que na última dragagem feita pelo Porto do Mucuripe, o material foi utilizado no aterro da praia do Ideal e que o local hoje é o coração das principais atividades de Fortaleza. “Eles queriam jogar fora. O que pedimos não é nenhum absurdo. Há necessidade disso ser feito porque a praia é muito frágil. Estamos falando de responsabilidade social. A cidade vai ganhar novas áreas de espaço público”, ressaltou.
Para o engenheiro civil Renato Parente, a obra não tem dificuldades de execução. “A Docas vai jogar na Barra do Ceará. A engorda vai sair muito mais barato porque precisa apenas de uma tubulação de um quilômetro e meio. O Ibama e o INPH (Instituto Nacional de Pesquisas Hidroviárias) aprovou. Se estiver vencido é só revalidar”, comentou.
O assunto foi pauta na Assembleia Legislativa e na Câmara Municipal. “Os papéis chegaram. Estou analisando e já defendo”, comentou o vereador Iraguassú Teixeira (PDT). O deputado Heitor Férrer (PDT) disse que se a Prefeitura aceitar o indicativo, o custo será praticamente zero. Ele pediu o empenho do presidente da Companhia Docas Sérgio Novais. Segundo o deputado Artur Bruno (PT), a Prefeitura já tem a idéia de fazer um concurso de projetos para o alargamento.
Tentamos contato com Sérgio Novais, mas sua assessoria ficou de dar um retorno, mas até o fechamento desta matéria não o fez.Está marcada para segunda-feira, às 14h, uma audiência com o procurador Alessander Sales, que convocou a Docas, o departamento de Patrimônio da União e o de projetos da Prefeitura. “Daqui a 50 anos, Fortaleza não vai ter outra chance dessa”, concluiu Tadashi. “Vai ficar bem melhor para Fortaleza, mas para que isso aconteça, Docas deverá repensar a dragagem".
Alison Vasconcelos, especial para O Estado. Reprodução unicamente para divulgação.
sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009
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