Uma proposta que deu certo do Eng. André Rivola para o Vale do Paraíba e a Floresta Brasil, sua Organização da Sociedade Civil de Interesse Público, com apoio do Programa Petrobrás Ambiental.
André Rivola, de tanto cavoucar seminários e palestras sobre recuperação de terrenos, acabou se convertendo ao apostolado de Ernst Götsch, o suíço que salvou da desertificação 500 hectares na Bahia, trocando as técnicas de replantio convencionais pelas fórmulas secretas da mata nativa, em sua excepcional experiencia da fazenda Fugidos da Terra Seca.
Götsch encontrou, ao chegar, 23 cursos d’água. Três eram permanentes. Só um continuava potável. “Agora tem 23 rios permanentes e potáveis na propriedade”, diz Rívola. O segredo é reconstituir na agricultura o “caos aparente” da natureza, onde as plantas menos competem do que cooperam umas com as outras.
Em outras palavras, misturando mudas de árvores diferentes e uma infantaria de espécies pioneiras, como mamona ou araçá, introduz-se no carrascal estéril dos morros esgotados o que Rívola chama de “moita sucessional”, uma espécie de floresta em maquete. Elas são plantadas em pequenas ilhas, com um metro de diâmetro, na mais perfeita desordem. E deixadas ao relento para cuidar de si mesmas.
Ele está convencido de que nem o capinzal mais agressivo penetra nessas ilhas, depois que elas vingam. Com o tempo, as árvores pioneiras crescem, sombreiam o solo e, aí, até a braquiária, com toda sua fama de indestrutível, começa a perder espaço para a mata que rebrota. Sozinhas, essas ilhas, espalhadas pelo campo a sete metros umas das outras, aos poucos se juntam.
“Está vendo?” Com essas palavras, afasta o capim desgrenhado, que mal deixa ver o fundo da trilha, e aponta ipês, gapuruvus, orelhas de macaco e imbaúbas. Parecem saudáveis e, sobretudo, convincentes. Algumas árvores até despontam com os primeiros talos por cima do capim. Estão lá há seis meses, sem capina nem rega. Ele calcula que, feito assim, o reflorestamento fique vinte vezes mais barato que o convencional. “Se os proprietários descobrirem que reflorestar pode ser tão fácil, vão tomar gosto pela coisa como eu tomei”, conclui Rívola. Como ele queria demonstrar.
Reportagem de Marcos Sá Correia, para o Ecojornal,http://www.oeco.com.br/. Reproduzida unicamente para divulgação. Direitos autorais preservados.
domingo, 22 de fevereiro de 2009
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