quarta-feira, 29 de julho de 2009

Sete pecados capitais do Pecém

Ainda em construção, mas caminhando para a conclusão, o Porto de Açu, que o grupo do empresário Eike Batista implanta no Rio de Janeiro, já celebrou 66 protocolos de intenção com empresas nacionais e estrangeiras. Com 10 anos de vida, o Porto do Pecém, administrado pela Ceará Portos, celebrou até agora quase nenhum desses protocolos.

Açu e Pecém são portos privados, submetidos à Lei 8.630/93 (Lei dos Portos). Ambos estão acoplados a um Distrito Industrial — no caso local, trata-se do Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP). Repita-se o que já foi dito neste espaço: a Ceará Portos está autorizada pela Lei que a criou a celebrar parcerias com o cliente que lhe interessar.

Um especialista em portos listou para esta coluna sete problemas capitais que a Ceará Portos e o CIPP enfrentam:

  • Ausência de licença ambiental para o CIPP que se transforma em ameaça permanente do Ministério Público Federal de embargar o CIPP
  • Demandas indígenas não encaminhadas
  • Ausência de Plano Diretor do CIPP, o que atrasa o seu EIA-RIMA
  • Desacoplamento das ações da Ceará Portos das do CIPP
  • Ausência de cooperação entre o Município de S. Gonçalo e o comando do CIPP — um não participa do Plano Diretor do outro
  • Ausência de ação comercial proativa da Ceará Portos em linha com os interesses do CIPP; e
  • Atraso em decisões de infra-estrutura, máxime na área das desapropriações.

A propósito: para o mesmo especialista que elaborou os sete pecados capitais da Ceará Portos e do CIPP, “o porto do Pecém é um grande achado, com mais perspectiva de crescimento e de mais rápida consolidação do que o seu concorrente de Suape, em Pernambuco”.

Mas ele emenda: “Nesta altura do jogo, é essencial que se acelere a implementação das providências políticas, administrativas, legislativas, ambientais e de infra-estrutura do Complexo Industrial e Portuário do Pecém, pois quanto mais isso atrasar, maior será o prejuízo político e econômico do Ceará e maior será o lucro para o Estado de Pernambuco”.

Fonte Coluna Egídio Serpa. Jornal Diário do Nordeste.

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