segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

A cidade e a prevenção de tragédias

AMÍRIA BRASIL
Arquiteta/Urbanista
Professora do Curso de Arquitetura e Urbanismo/ UNIFOR

Eventos naturais tomam maiores proporções quando acontecem nas cidades, principalmente nas grandes, devido à alta concentração populacional. Esses eventos tornam-se desastres quando fazem um grande número de vítimas, como os recentes tremores de terra no Haiti ou as enchentes no Sul do Brasil no início do ano. Entretanto, parte desses desastres poderia ser evitada se as cidades fossem preparadas para prevenir os eventos ou reduzir seus danos.

O rápido crescimento das cidades, principalmente a partir da metade do século XX, dificultou a ampliação de infraestrutura nelas bem como diminuiu a capacidade do Estado de controlar seus crescimentos, o que são importantes causas dos efeitos dessas tragédias. No Brasil, a maior parte dos desastres naturais se relacionam aos períodos de chuva, que causam enchentes, alagamentos e muitos prejuízos.

O principal problema relacionado a isso é que as cidades não possuem um sistema de escoamento de água eficaz. É necessário um bom sistema de drenagem urbana para que, em período chuvoso, as águas possam escoar evitando alagamentos. A alta taxa de impermeabilização dos solos, que provoca o acúmulo de águas na área urbana, e a ocupação de áreas de proteção ambiental são fatores que, combinados, causam desastres em épocas de chuvas. É necessário promover a desocupação das áreas na borda de recursos hídricos, bem como evitar novas ocupações em áreas próximas aos recursos hídricos ou em cima dos morros. As cidades precisam prevenir os desastres, fazendo um planejamento para essas situações ao invés de simplesmente reconstruir o que foi destruído.

Publicado no Jornal Diário do Nordeste/ 24/01/2010

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