Apesar de se posicionarem a favor de ações que favoreçam o desenvolvimento industrial do Estado do Ceará, vários empresários ouvidos pelo jornal O POVO ainda não estão seguros da viabilidade de um estaleiro naval, no Titanzinho, como propõe o Governador Cid Gomes.
Empresários cearenses ainda não veem com bons olhos a decisão tomada pelo Governador Cid Gomes (PSB) de construir um estaleiro na praia do Titanzinho, localizada no Serviluz, um dos bairros mais carentes de Fortaleza. Apesar de ainda não ter fechado questão sobre o assunto, o presidente da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), Roberto Macêdo, acha que a instalação do equipamento naval naquela região & ao custo de US$ 110 milhões & será "um transtorno" para a cidade. "Dizem que vem o material vem todo do mar, e volta pelo mar também. Mas eu não consegui enxergar isso ainda", afirma Macêdo, ressaltando que a região possui um bom potencial turístico.
Ao mesmo tempo, o presidente da Fiec ressalta que ainda não tem condições de fazer um julgamento definitivo. Por isso, espera por um encontro com o governador para que ele o convença da viabilidade do empreendimento. "O estaleiro em si eu acho que é uma coisa muito boa, inclusive a Petrobras está com plano de aquisição de novos navios. A longo prazo, vai ser muito bom. Agora o problema é o local. Eu tenho uma opinião, mas ainda não tenho informações para saber se é válida", detalha.Mais seguro de seu posicionamento, Affonso Tabosa, que compõe a diretoria da Fiec, afirma ser contrário à instalação de um estaleiro no Titanzinho. "Por ser um local com grande possibilidade turística, mereceria um tratamento bem melhor do que a construção de um estaleiro", avalia.
Para ele, um investimento maior na área turística poderia até criar mais empregos do que está sendo previsto com a vinda do estaleiro. De acordo com o governador, cerca de 1,2 mil empregos diretos. "Acredito que o turismo é a nossa vocação".De acordo com a última pesquisa do Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece), só em 2007 as atividades ligadas ao turismo proporcionaram uma geração de 1.367 postos de trabalho no Estado, representando 13,13% do total de 10.408 postos criados na época pelo setor de serviços. Além disso, as atividades turísticas renderam ao Ceará um valor agregado de R$ 940 milhões naquele ano.
Cautelosa, a nova presidente do Centro Industrial do Ceará (CIC), Roseane Oliveira, afirma temer os impactos do estaleiro numa cidade como Fortaleza, repleta de gargalos em sua infraestrutura viária. Entretanto, ela afirma necessitar de mais informações para emitir uma opinião mais embasada. Ela também afirma que a região do Serviluz está muito degradada, e que a sua revitalização para uso turístico requer muitos recursos. "Não sei se a Prefeitura tem condições financeiras para propor uma revitalização", avalia.
Fonte: Jornalista Italo Coriolano/ O POVO.
sábado, 30 de janeiro de 2010
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