No início dos anos 80, Fortaleza virtualmente terminava às margens do Rio Cocó, no fim da Avenida Antônio Sales, com suas salinas e o empreendimento comercial que todos conhecem. Com o passar dos anos, as atividades salineiras entraram em decadência e, ao mesmo tempo, a metrópole expandiu-se gradualmente para a região.
Mais tarde, com a população da área já bastante crescida, o poder público estabeleceu, no Cocó, os parques que todos conhecem e usufruem.Porém, esse ecossistema que todos chamam apenas “Cocó” não é somente um rio e sim um complexo estuarino composto por dois tributários principais: o Rio Cocó e o Rio Coaçu. Esse último, a parte quase esquecida do sistema. O Coaçu possui um complexo estuarino-lagunar próprio, maior que o do Cocó, que compreende, além dos manguezais, lagoas cujas unidades mais representativas são a Sapiranga e a Sabiaguaba.
A bacia do Coaçu sofre atualmente uma ocupação muito agressiva e veloz. Seus manguezais estão sendo devastados por loteamentos e ocupados por famílias e pequenos empreendimentos comerciais, sendo urgente a ação do poder público nesse complexo, talvez por meio da criação de um parque.A situação do Baixo Cocó não está menos vulnerável, tendo o contorno de seu parque quase totalmente edificado ou em processo de edificação, causando sérios prejuízos à insolação, ventilação etc. Por isso, fiquemos atentos para que esse sistema não seja, no futuro, apenas uma lembrança nostálgica.
Professor Rogério Campos, da UNIFOR/ Universidade de Fortaleza. Especialista em Recursos Hídricos. Publicado pelo Jornal DIARIO DO NORDESTE, edição de 22/12/ 2008. Texto reproduzido integralmente unicamente para divulgação.
segunda-feira, 22 de dezembro de 2008
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