Está aí o Centro de Eventos Dona Lindu, uma construção que não merece ser chamada de parque. Contra tudo e contra todos, a prefeitura de João I, que agora está se despedindo, impôs sua vontade de, num lugar onde tantos queriam uma área verde, um parque, instalar um mondrongo de concreto, um recanto de eventos de que ninguém em Boa Viagem, Piedade, Imbiribeira e outros bairros dos arredores realmente tinha necessidade. Um monumento à antidemocracia e ao malogro urbanístico que marcou os últimos anos da primeira gestão petista recifense.
As necessidades de um alívio para o quente microclima de Boa Viagem, de uma área verde bem arborizada para o morador daquele bairro (e dos mais próximos) passear, sentar e relaxar, de um aumento no tão baixo total de áreas verdes do Recife… Não! Nada disso foi relevante para o grupo petista que está prestes a sair do poder.
Melhor do que atender a essa irrelevante demanda ambiental foi deixar uma obra com quê de faraônica. E arquitetada por Oscar Niemeyer, olha que chique! Nada melhor para o legado de João I, mostrar que entregou um monumento niemeyeriano de grandes dimensões ao povo recifense. Mesmo que fosse preciso passar por cima deste. E nota-se também a imposição do nome.
Lindu, a mãe de Lula, gente que nada teve a ver com a cidade do Recife, foi escolhida para nomear aquilo, em detrimento de tantos finados recifenses que poderiam ter sido candidatos a homenageados e tido seus nomes postos em votação – sim, a democracia fez falta até no nome. “Dona Lindu” parece mais uma apologia ao petismo de Lula e do seu compadre João I.
No Centro de Eventos Lindu ainda vamos ter playground, ginástica, quadra, pista de cooper. Eu sei. Mas cadê aquilo que mais importava à grande maioria, a bendita área verde, a abundância de árvores onde as crianças poderiam subir, a graminha gostosa onde quem quisesse poderia se deitar, os bancos onde os senhores leriam seus jornais e as pessoas iriam descansar depois de uma caminhada, o clima agradável de parque arejado? E esses mondrongos gigantes, para as necessidades de quem eles foram erguidos? Onde foi que o prefeito tirou que a população precisava de um teatro e uma sala de eventos barulhenta no lugar de um parque verdinho e tranqüilo? Quem foi o urbanista descerebrado que sugeriu “Risca esse parque calminho e vamos botar uns salões bem tchan, com os traços de Niemeyer, para fazer bastante barulho”?
E falando em urbanismo descerebrado, os últimos anos de João I na prefeitura mostraram que ser tosco e antidemocrático no “planejamento” urbano foi seu forte. Não bastou calar a boca dos moradores de Boa Viagem que queriam área verde e gastar um Rio Capibaribe de dinheiro naquele monumento à gestão antidemocrática, foi um “compromisso moral” de sua comissão urbanística também enfear incrivelmente o Calçadão de Boa Viagem, com aquele revestimento tosco de paralelepípedos cujas cores não são distinguíveis à noite e aquela pista de cooper de linhas abruptas que passa por baixo de árvores e quiosques, e instaurar a confusão e os inconvenientes no trânsito da Avenida Conde da Boa Vista, onde táxi nenhum mais pode parar e que se danem os motoristas se algum carro quebrar ou se acidentar.
O Centro de Eventos Dona Lindu, por “excelência” um não-parque, está aí, com as graças da antiqüíssima política de preferência pelas obras faraônicas em detrimento daquelas que suprem as necessidades básicas da população. Um golpe na democracia e no urbanismo competente. Será que João II, aquele que na última campanha eleitoral sempre posou como a sombra de João I, vai dar continuidade a essa iniciativa infeliz de encher o Recife de pérolas urbanísticas de que não precisamos e ignorar aos apelos das pessoas por obras que realmente satisfaçam suas necessidades?
Robson Fernando é estudante e escritor. Postado em http://acertodecontas.blog.br/artigos/um-monumento-antidemocracia-e-ao-mau-urbanismo/
As necessidades de um alívio para o quente microclima de Boa Viagem, de uma área verde bem arborizada para o morador daquele bairro (e dos mais próximos) passear, sentar e relaxar, de um aumento no tão baixo total de áreas verdes do Recife… Não! Nada disso foi relevante para o grupo petista que está prestes a sair do poder.
Melhor do que atender a essa irrelevante demanda ambiental foi deixar uma obra com quê de faraônica. E arquitetada por Oscar Niemeyer, olha que chique! Nada melhor para o legado de João I, mostrar que entregou um monumento niemeyeriano de grandes dimensões ao povo recifense. Mesmo que fosse preciso passar por cima deste. E nota-se também a imposição do nome.
Lindu, a mãe de Lula, gente que nada teve a ver com a cidade do Recife, foi escolhida para nomear aquilo, em detrimento de tantos finados recifenses que poderiam ter sido candidatos a homenageados e tido seus nomes postos em votação – sim, a democracia fez falta até no nome. “Dona Lindu” parece mais uma apologia ao petismo de Lula e do seu compadre João I.
No Centro de Eventos Lindu ainda vamos ter playground, ginástica, quadra, pista de cooper. Eu sei. Mas cadê aquilo que mais importava à grande maioria, a bendita área verde, a abundância de árvores onde as crianças poderiam subir, a graminha gostosa onde quem quisesse poderia se deitar, os bancos onde os senhores leriam seus jornais e as pessoas iriam descansar depois de uma caminhada, o clima agradável de parque arejado? E esses mondrongos gigantes, para as necessidades de quem eles foram erguidos? Onde foi que o prefeito tirou que a população precisava de um teatro e uma sala de eventos barulhenta no lugar de um parque verdinho e tranqüilo? Quem foi o urbanista descerebrado que sugeriu “Risca esse parque calminho e vamos botar uns salões bem tchan, com os traços de Niemeyer, para fazer bastante barulho”?
E falando em urbanismo descerebrado, os últimos anos de João I na prefeitura mostraram que ser tosco e antidemocrático no “planejamento” urbano foi seu forte. Não bastou calar a boca dos moradores de Boa Viagem que queriam área verde e gastar um Rio Capibaribe de dinheiro naquele monumento à gestão antidemocrática, foi um “compromisso moral” de sua comissão urbanística também enfear incrivelmente o Calçadão de Boa Viagem, com aquele revestimento tosco de paralelepípedos cujas cores não são distinguíveis à noite e aquela pista de cooper de linhas abruptas que passa por baixo de árvores e quiosques, e instaurar a confusão e os inconvenientes no trânsito da Avenida Conde da Boa Vista, onde táxi nenhum mais pode parar e que se danem os motoristas se algum carro quebrar ou se acidentar.
O Centro de Eventos Dona Lindu, por “excelência” um não-parque, está aí, com as graças da antiqüíssima política de preferência pelas obras faraônicas em detrimento daquelas que suprem as necessidades básicas da população. Um golpe na democracia e no urbanismo competente. Será que João II, aquele que na última campanha eleitoral sempre posou como a sombra de João I, vai dar continuidade a essa iniciativa infeliz de encher o Recife de pérolas urbanísticas de que não precisamos e ignorar aos apelos das pessoas por obras que realmente satisfaçam suas necessidades?
Robson Fernando é estudante e escritor. Postado em http://acertodecontas.blog.br/artigos/um-monumento-antidemocracia-e-ao-mau-urbanismo/
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