quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Polemica na remoção de famílias pelo Projeto Cocó

As comunidades que moram no entorno do Rio Cocó devem passar nos próximos três anos por profundas transformações, que incluem a dragagem de 15,8 quilômetros do leito do rio, além de construção de rede de saneamento, transferência de famílias e urbanização.

Ontem, em audiência pública para discutir o Projeto Cocó, realizada pela Secretaria das Cidades e Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace), no Centro de Referência de Assistência Social (Cras), a polêmica foi a transferência das famílias que moram nas áreas de risco.O motivo da audiência, conforme a coordenadora de Desenvolvimento Urbano da Secretaria das Cidades, Arquiteta Lana Aguiar de Araújo, é justamente apresentar para a sociedade o projeto, cujo estudo de impacto ambiental e relatório (EIA-Rima) devem ser avaliados em reunião do Conselho Estadual do Meio Ambiente (Coema).

“É um projeto ousado, realizado de forma integrada pelos governos municipal, estadual e federal, que vai fazer modificações no entorno do rio da sua foz até a perimetral e deve ser desenvolvido durante os próximos três anos”, disse.Ao todo, o projeto prevê a retirada de duas mil famílias, sendo que cerca de seis mil devem continuar morando nas áreas que serão urbanizadas. “O governo quer criar áreas verdes e de lazer para que a população possa usufruir . A intenção, a partir do posicionamento do Coema, é iniciar as obras após o inverno, aproximadamente no mês de julho do próximo ano. Como são muitas mudanças, o projeto deve ser amplamente discutido”, informou a coordenadora.

A retirada das famílias dessas áreas de risco, marcadas sempre por alagamentos, perdas e outros problemas durante as chuvas, é uma reivindicação dos últimos 20 anos dessas comunidades. Entretanto, apesar dos inúmeros problemas, há muita resistência de moradores das áreas em sair do local.

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