sexta-feira, 10 de abril de 2009

Crato contra a poluição visual

Iniciada a retirada das placas publicitárias das ruas do Crato, primeira cidade do Estado do Ceará a tomar estas medidas de requalificação dos espaços públicos. A iniciativa faz parte de uma ampla campanha desenvolvida pela Secretaria do Meio Ambiente do Município e CDL/Camara de Dirigentes Lojistas com o objetivo de acabar a poluição visual nas ruas centrais.Na primeira semana, foram retiradas 20 placas. O Presidente da CDL do Crato, Geraldo Pinheiro, diz que o trabalho está sendo feito com a colaboração dos comerciantes. Eles entendem que, além de promover o desconforto espacial e visual dos transeuntes, este excesso de placas enfeia a cidades, tornando-a apenas espaço de promoção de trocas comerciais. “O problema, porém, não é a existência da propaganda, mas o seu descontrole”, afirma o presidente da CDL.

“A poluição visual degrada os centros urbanos pela falta de harmonia de anúncios, logotipos e propagandas que concorrem pela atenção do espectador, causando prejuízo a todos”. A observação é do Arquiteto Waldemar Farias Filho, advertindo, por outro lado, que o indivíduo perde a sua cidadania, enquanto agente participativo da dinâmica da cidade, para se tornar apenas um espectador e consumidor.

Para ele, todos somos reféns da manifestação comercial visual, que disputa a atenção com o referencial histórico da cidade. “O patrimônio histórico do município está sendo sacrificado pelo excesso de publicidade”, adverte. O arquiteto diz que a atenção do consumidor é dividida com o trânsito, o rádio, a pessoa que está sentada ao lado no carro. “Para o comerciante que quer divulgar o seu produto, chega a ser uma antipropaganda”, destaca.Ampliação da campanhaA retirada das placas é o inicio de uma ampla campanha que terá continuidade com a retirada de materiais que estão sendo comercializados nas calçadas das lojas, fazendo com que os pedestres se arrisquem, tendo que descer as calçadas. Placas irregulares, espaços ocupados irregularmente por bancas, veículos estacionados prejudicando o fluxo de trânsito, além da regulamentação do uso de placas comerciais nas fachadas das lojas foram inseridos no estudo.

O Arquiteto Arraes destaca que é preciso respeitar a legislação, pois o município perde receita até pelas falhas na lei e na fiscalização local.A solução, para ele, passaria por uma campanha estabelecendo melhores parâmetros, conscientizando os comerciantes de que esse tipo de mensagem é inócua, sem retorno, além de fazer uma revisão na lei, que apresenta ambigüidades, dando margem a interpretações diversas.

O Prefeito do Crato, Samuel Araripe, observa que intervenções desse porte foram feitas em grandes cidades do País, como São Paulo, e que o Crato passará a ser uma referência em todo o Nordeste, após as mudanças. Tanto que dentro desse processo de intervenção, foram apresentados layouts de placas de ruas indicativas, informativas, facilitando a vida, principalmente, dos turistas que chegarem à cidade.

Matéria de hoje da Jornalista Elizangela Santos para o Caderno Regional do Diário do Nordeste.
Vale a pena conferir.

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