De acordo com o diretor do INPH, os estudos são desenvolvidos desde o Rio Ceará até a praia do Icaraí, considerada a mais atingida pelo avanço marinho em todo o Nordeste. A intenção, segundo Acceta, é verificar o tipo de movimento do mar, a perda de sedimentos e quais as implicações futuras do trabalho de contenção a ser implantado naquela área. Além disso, ele assegura que serão realizadas várias pesquisas para saber como devem ser construídos os espigões e quais os formatos que podem ter para evitar que a contenção do mar no Icaraí não prejudique as praias da Tabuba e Cumbuco.
“As embarcações utilizadas nas pesquisas vão fazer o levantamento das profundidades ao longo da costa, a variação do mar, o estudo de energia da onda. Depois disso, em até dois meses, teremos um estudo científico”, salienta. Além disso, Acceta lembra que as pedras colocadas no litoral não é a solução mais adequada, mas foi a prévia encontrada para que o avanço das ondas não ocasionasse mais estragos.Com uma análise prévia, o diretor do INPH avalia que os espigões terão o formato semicurval, diferente dos espigões fixados na Praia de Iracema. Para o secretário de Infraestrutura de Caucaia, Lúcio Bonfim, a Prefeitura está do lado dos comerciantes e espera que possa contribuir ainda mais para que a situação possa ser revertida. “Avaliamos um projeto feito no litoral de Alagoas para ver a viabilidade da mesma ação ser efetuada na Praia do Icaraí”.
Enfim ele reconhece que não é apenas colocar os espigões no mar, mas solucionar o problema enfrentado pelos comerciantes das barracas de praia. “Para executar a obra vamos fazer um levantamento e verificar se a solução vai resolver isso mesmo ou se o problema será empurrado para a frente”.PrejuízosFinalmente, os comerciantes do litoral do Icaraí recebem uma satisfação sobre a possível contenção do avanço do mar. Para a gerente da barraca Peixe Frito, Eunice do Nascimento, localizada na Avenida Litorânea, é mais uma esperança das inúmeras não concretizadas ao longo de cinco anos.
A diferença é que, agora, ela está mais confiante, por ver de perto os estudos serem realizados no local. “Nunca vi mergulhador aqui, fazendo a avaliação do mar, das ondas, do avanço. Espero que agora saia alguma solução”, disse, um pouco aliviada. A sua maior preocupação é com relação aos profissionais que foram demitidos. Somente na barraca em que ela gerencia, 30 profissionais tiveram que voltar para casa, o equivalente a 50% do efetivo do local, exigindo um reordenamento da folha de pagamentos. “Quando voltar tudo ao normal, espero recontratar os garçons novamente”, acredita. E completa, salientando que sempre os comerciantes estiveram reunidos para evitar que o mar destruísse totalmente os estabelecimentos. “É uma luta desleal, sempre a gente sai no prejuízo”, reconhece ela.
Matéria do Jornalista Maurício Vieira.
quarta-feira, 15 de abril de 2009
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