Vandalismo e descaso oficial põem patrimonio público em risco. A relação do fortalezense com seus bens históricos põe em xeque não apenas a memória da cidade, mas também o amor e a forma com os moradores se relacionam com Fortaleza, e ainda a atuação do poder público na preservação desse patrimônio.
Atos de destruição de bens imateriais — monumentos e prédios de inconfundível valor histórico — se reproduzem há tempos na Capital, desafiando os governos estadual e municipal e retratando a ignorância cultural de parte de nosso gente. Esses atos, que no senso comum são classificados de vandalismo, são inúmeros e acontecem a qualquer hora e lugar. A prova disso é o roubo do busto do General Sampaio, na praça do mesmo ano, em frente ao 23º Batalhão de Caçadores, há cerca de um ano. Enquanto o Exército prefere não tecer maiores comentários e uma fonte da instituição explica apenas que a praça encontra-se hoje sob a responsabilidade da Prefeitura, a réplica de um índio ocupa o lugar destinado ao herói da Guerra do Paraguai.
Outro símbolo incontestável da falta de consciência do fortalezense com os valores históricos é o quadro atual da estátua da Bárbara de Alencar, na Avenida Heráclito Graça. Não bastassem as enormes rachaduras nas pernas, dando a impressão de que a qualquer instante o monumento virá abaixo, as correntes rompidas nas mãos da republicana foram substituídas por uma garrafa de refrigerante de plástico.
A despeito da irreverência, tão característica do cearense, predominam o escárnio e a certeza de que o autor da façanha desconhece o valor histórico da homenageada. O mesmo parece ter ocorrido com a estátua da Rachel de Queiroz, na Praça dos Leões, que teve os óculos arrancados por vândalos.
Para o pesquisador cearense, Cristiano Câmara, além de uma verdadeira falta de consciência do morador com a história da cidade, os roubos também são motivados pela questão econômica. “Se uma pessoa desconhece o verdadeiro valor, tira uma peça de bronze, como óculos ou placa, por exemplo, para vender por coisa”, ressaltou.
Sobre a destruição desse patrimônio, a Secretaria da Cultura de Fortaleza, através de sua assessoria, informa que a revisão da Lei Orgânica do Município passou a incluir leis e programas para a conservação do patrimônio. A SECULT/ Secretaria de Cultura do Estado também anuncia medidas.
Reportagem do Jornalista Mozarly Almeida para o Diário do Nordeste. Vale a pena conferir.
domingo, 5 de abril de 2009
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