Os engarrafamentos em Fortaleza já não se limitam ao horários de rush. Em alguns pontos, como a Avenida Desembargador Moreira, próximo à Praça Portugal, no bairro Aldeota, ou as vias nas imediações do Terminal de Parangaba, qualquer hora é hora para um engarrafamento. Longe de parecer casos pontuais, os dois exemplos servem para ilustrar como o trânsito na cidade chegou ao seu limite.
Nisso é o que acredita a professora do Mestrado em Engenharia de Transporte da UFC, Maria Elisabeth Pinheiro Moreira. Para ela, Fortaleza precisa, imediatamente, de um Plano Diretor específico para o trânsito, transporte e mobilidade sob o risco da situação se tornar ainda mais caótica e, até mesmo, impraticável.Isso porque, a criação do Plano Diretor exige um mapeamento dos problemas do trânsito.
É preciso descobrir onde, quando e o porquê que os engarrafamentos acontecem, para só então definir as ações estratégicas, em conformidade com o planejamento de outras áreas da capital, para a solução dos mesmos.
Sem isso, acredita Elisabeth, quaisquer ações tomadas não surtirão o efeito desejado. Principalmente porque, enquanto os veículos avançaram sobre a cidade, nenhuma obra de porte foi feita nos últimos anos para atender à demanda. Só para se ter uma idéia, a Capital cearense é hoje a quinta maior cidade do País em população, com 2,5 milhões de habitantes, sendo que, na última década, sofreu um aumento de 40,92% no número de sua frota.Há 10 anos, havia 347.600 veículos registrados.
Agora em 2009, até fevereiro passado, o número já estava em 589.590 unidades. Por outro lado, entre as capitais brasileiras, Curitiba não apresenta problemas sérios de congestionamento porque se planejou. Há 30 anos, diz ela, foi feito o plano para o trânsito na cidade atrelado ao planejamento urbano. Até hoje o município vem mantendo os resultados positivos. Por isso mesmo é que a engenheira não acredita que o Transfor e o Metrofor, apontados, respectivamente, pela Prefeitura de Fortaleza e pelo Governo do Estado como suas principais apostas para a fluidez do trânsito na cidade, atinja esse objetivo.
Principalmente porque, independente de qualquer característica das duas iniciativas, elas não foram originalmente pensadas de maneira complementar e muito menos fruto de um planejamento urbano.
Ou seja, Elisabeth Moreira critica que não adianta ficar construindo elevados, viadutos ou mesmo alargando ruas em locais sem um estudo prévio, o qual envolva todas as variantes da área e possibilidades futuras, porque a iniciativa será somente mais um paliativo, como tantos outros que já foram adotados. Neste sentido é que a especialista prefere não avaliar quais as ações hoje implementadas em outras capitais - como rodízio de carros, alargamento de vias ou restrições de horário para caminhões - que poderiam ser utilizadas com sucesso em Fortaleza.
segunda-feira, 6 de abril de 2009
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