O problema das cheias do Rio Cocó e a ocupação irregular das suas margens podem estar com os dias contados. O governo do Estado aguarda a liberação de R$ 150 milhões da União, para iniciar o Projeto Rio Cocó, que prevê, entre outras intervenções, a construção de uma barragem para contenção das cheias, dragagem e construção de equipamentos sociais.
O projeto inclui a dragagem de toda a sua extensão e urbanização, com a retirada de 1.350 famílias que vivem às margens do rio. Além disso, deverão ser construídos equipamentos sociais, diz o secretário adjunto da Secretaria das Cidades, Jurandir Santiago.Apesar da promessa de resolver o problema de muitas famílias que sofrem com os alagamentos, alguns ambientalistas questionam o projeto. O professor doutor do Departamento de Geografia da Universidade Federal do Ceará, Jeovah Meireles, por exemplo, afirma que somente a dragagem do Rio Cocó não resolveria os complexos problemas ambientais de sua bacia.
Segundo ele, seria necessário uma série de atividades antes de uma obra dessa magnitude. “Uma dragagem do leito sem uma abordagem sistêmica e integrada com as diversas formas de uso e ocupação de sua bacia hidrográfica, pode tornar-se mais um paliativo e, a médio prazo, retornar os eventos de enchentes e inundações que se repetem a cada ano”.
Ele cita a importância de recuperação na mata ciliar para minimizar a acelerada erosão e assoreamento do leito, a definição das Áreas de Preservação Permanente e implantação de Unidades de Conservação para a preservação das dunas.O professor defende a não impermeabilização do leito do Rio, com a recomposição da vegetação original. Entre as prioridades apontadas pelo geógrafo, estão também o completo saneamento básico e recuperação dos remanescentes de flora e fauna.
Reportagem da Jornalista Suelem Caminha para o Diário do Nordeste, de hoje, 21 de Março de 2009. Reprodução unicamente para divulgação.
sábado, 21 de março de 2009
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