Destinar R$ 250 milhões para a construção do maior aquário internacional da América Latina em Fortaleza já levanta discussões. Há quem defenda a aplicabilidade de recursos desta natureza em obras que beneficiem uma fatia maior da sociedade, como dar celeridade ao Metrofor, por exemplo.
"É um volume de investimento bastante concentrado. A primeira vista não tem sustentabilidade. Esse equipamento seria descartado do ponto de vista das prioridades", observou o Arquiteto Marcos Lima, ex-presidente do IAB/Instituto dos Arquitetos do Brasil e atual membro do Conselho Superior da entidade.
"A manutenção de um aquário também é extremamente onerosa. E a visita como seria? O governo irá subsidiá-la? A Praia de Iracema tem que ser pensada como um equipamento urbano, e não apenas turístico. Não se pode pensar a cidade por intervenções pontuais. É só olhar para o investimento que foi feito no Dragão do Mar que não gerou nenhuma melhoria social em seu entorno", completou Marcos Lima.
Embora o Governo do Estado e a Prefeitura Municipal de Fortaleza argumentem pensar em soluções para a acessibilidade ao local, o antigo prédio do Dnocs, na Praia de Iracema, o engenheiro Antônio Salvador da Rocha, atual presidente do Conselho Regional de Engenharia Arquitetura e Agronomia do Estado do Ceará (Crea/CE) diz ainda ter dúvidas sobre o assunto.
"Vai impactar o trânsito. A apresentação de ontem no Palácio Iracema do Governo foi superficial, não dá para visualizar os detalhes sobre a acessibilidade", ressalta Salvador.Para ele é preciso haver políticas públicas articuladas entre as duas esferas governamentais. O prazo para conclusão das obras do empreendimento (o fim de 2010) também é visto pelo engenheiro como "difícil de ser cumprido".
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