Há tempo que o fortalezense aguarda avidamente a conclusão de uma quantidade significativa de obras públicas que se espalham pela cidade. Planejadas no âmbito do Estado e da Prefeitura, as obras irritantemente se arrastam, promovendo transtornos de toda ordem no cotidiano das pessoas: poeira, barulho, congestionamentos. Há também as questões de ordem econômica, pois em trechos interditados da malha urbana — como nas obras do Transfor — os prejuízos do comércio são de grande monta, pois poucos são os clientes que se dispõem a enfrentar os diferentes transtornos.
Todas essas considerações são óbvias demais para grande parte da população, mas parecem não ser para o poder público. Ao tempo que as obras que há muito foram iniciadas se arrastam, novas são anunciadas, com pompa. O cidadão não entende o porquê de se começar tantas intervenções na cidade, quando as primeiras ainda não foram concluídas. As dúvidas existem porque os governantes não fornecem explicações claras sobre a demora, embora a alegação de insuficiência de recursos esteja sempre presente. E uma indagação ecoa no ar: “Se não há recursos para as obras em andamento, haverá para as próximas?”.
Em sendo a resposta negativa, muitos projetos apresentados permanecerão virtuais, frustrando a expectativa criada no seio da população, minando a credibilidade dos administradores públicos. Para que isso não ocorra, é preciso que haja um planejamento consistente que defina com precisão as prioridades e a real capacidade de investimento do ente público.
Artigo do Arquiteto ANTÔNIO ROCHA JÚNIOR Diretor de Política Urbana do IAB/CE rochajr@unifor.br
segunda-feira, 16 de março de 2009
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