segunda-feira, 1 de junho de 2009

Crime ambiental do Estado do Piauí

Há um ano a Barragem de Algodões 1, que rompeu na última quarta-feira, matando pelo menos 11 pessoas e destruindo dez povoados do Piauí, era considerada de risco e vinha tendo fissuras controladas com injeção de cimento pela Empresa de Gestão de Recursos do Piauí. Segundo a presidente da Emgerpi, Lucile de Souza Moura, a primeira injeção para conter vazamento d'água foi em junho passado.

A situação levou o Governo do Piauí a contratar, em outubro, a consultoria Geoprojetos para avaliar a obra. A empresa entregou, em 19 de abril, pré-projeto sugerindo a reconstrução total do maciço de terra, com adição de argila. Cerca de 20 dias antes da ruptura, a Geoprojetos sugeriu ainda retirar os moradores da área e quebrar dois metros do sangradouro da barragem, para liberar o excesso de água, o que não foi feito.

Mesmo diante da avaliação da Geoprojetos e do volume de chuva, continuaram as obras de reparo na sustentação. A última, segundo a presidente da Emgerpi, foi no começo de maio, com o reforço do dique a seis metros de profundidade e o início de construção de uma nova estra$de acesso, que serve também para amparar a estrutura.

"Íamos começar a fazer. Sou administradora, não engenheira. O que fiz foi com base no que disseram os engenheiros"diz Lucile, sobre a autorização para a volta de 3 mil famílias para a área dias antes da tragédia. Segundo Lucile, o engenheiro Luís Hernani Carvalho afirmou que apenas a rampa cairia, mas que as paredes da barragem, de 40 metros de altura, não se romperiam. Porém, segundo ela, não só a barragem estourou, mas o sangradouro, feito justamente para escoar com segurança o excesso de água.

Reportagem de Cleide Carvalho e Efrém Ribeiro: Leia mais em O Globo

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