segunda-feira, 1 de junho de 2009

Festa de Santo Antonio da Barbalha


Com o carregamento do pau da bandeira, acompanhado por mais de 50 mil pessoas, foi aberta, ontem, a Festa de Santo Antônio, padroeiro de Barbalha, que terá prosseguimento até o dia 13, quando o evento será encerrado com uma grande procissão com as imagens de todos os santos padroeiros da cidade e da zona rural, tendo à frente o andor do santo português.Este ano, a árvore que serviu de mastro para erguer a bandeira do padroeiro, em frente à Igreja Matriz, é uma copaíba, conhecida também como “Pau Dóia”, com 23 metros de comprimento, pesando mais de duas toneladas.

O ritual de transporte do tronco começou, às 12 horas, no Sítio São Joaquim, a seis quilômetros da cidade, onde os carregadores, de mãos dadas, rezaram um Pai Nosso, em torno da árvore, num ritual marcado pela fé.Sob o comando do chamado “Capitão do Pau” que, este ano, mais uma vez, foi Rildo Teles , os devotos de Santo Antônio colocaram a copaíba nos ombros e iniciaram a caminhada em direção à Matriz.Na medida em que o grupo de carregadores se aproxima da cidade, a multidão composta por fiéis aumenta.O cortejo é puxado por uma unidade de som volante que anima e orienta os carregadores. Uma carroça, com mais de 200 litros de aguardente, com o nome de “Cachaça de Seu Vigário”, distribui a bebida com os devotos ali presentes.

Embriagados, os acompanhantes do cortejo se cobrem de areia vermelha e tomam banho nos barreiros ao lado do caminho. A “meladeira” sobra para quem está trabalhando (como, por exemplo, fazendo fotos), ou para quem tenta se aproximar do pau.“É a festa do povo, marcada por uma profunda religiosidade, uma tradição de mais de 100 anos”, diz o engenheiro Fernando Sampaio, destacando que a festa representa a auto-afirmação política, religiosa e social de Barbalha.Na entrada da cidade, o séqüito de devotos de Santo Antônio e curiosos aumenta.

Os carregadores, a grande maioria pessoas simples dos bairros e trabalhadores do mercado de carne (marchantes), não cedem espaço para ninguém.Os fiéis enchem a ria do “Vidéu”, da Igreja do Rosário até a Matriz, onde o pau é fincado, sob os aplausos vibrantes da multidão.

Reportagem de Antonio Vicelmo para o Caderno Regional do Diário do Nordeste. Fotografia de José Sales. Vale a pena conferir

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